Uma das coisas que eu deveria ter feito, mas não fiz, foi ir à exposição do Impressionismo que o CCBB organizou no ano passado. Honestamente, não lembro qual foi o motivo oficial de eu não ter ido, mas tenho certeza de que as filas enormes contribuíram para a minha má vontade.
Esse ano, com medo de me arrepender de novo, fui à exposição de artistas do Renascimento e, com medo de que meus leitores também se arrependam se não forem, decidi listar 5 motivos para você largar tudo e ir correndo para o CCBB
Fila

Fiquei quase 4 horas na fila, que não parou de crescer em nenhum momento (muitas pessoas desistiam quando já estavam perto da porta e varias famílias inteiras chegavam na exposição, viam o tamanho da fila e desistiam sem nem perder tempo) havia até fila para entrar na fila preferencial, cheia de velhinhos e mulheres grávidas ou com crianças pequenas.
Conversando com o segurança (só não digo que o entrevistei, porque não perguntei o nome dele), descobri que não existe dia e nem hora em que o prédio do CCBB esteja cheio de pessoa na porta esperando para entrar.
Acho que tive sorte em chegar relativamente cedo e, quando o sol já estava alto, lá pelo meio dia, eu já estava em uma parte da fila na sombra e com uma leve brisa. Vi uma senhora que havia ficado naquela parte com sol, ser atendida pelos bombeiros do local porque ela provavelmente havia desmaiado. Acho que levar uma sombrinha, água e alguma coisa para comer seja uma boa ideia para esperar.

E foi pensando em amenizar espera toda que os criadores da exposição montaram as ‘‘Ações Poéticas’’, que acontecem todos os dias, das 15h às 17h, e vão desde bailes em que educadores dançam vestidos com figurinos do século 16, até leituras de textos de Leonardo da Vinci com direito a cenas teatrais em referencias à ‘’Odisseia’’ de Homero e a ‘’Os Lusíadas’’ de Luis de Camões. Eles também colocaram algumas educadoras vestidas de musas gregas e que explicam para o publico a estética Greco-romana do período renascentista, além de atores que encarnam os pintores renascentistas com quadros expostos ali.
Segurança
Todo mundo tem certo receio em andar pelo centro velho de São Paulo e comigo não é diferente. Quando fui a exposição, havia policiais por toda a parte e uma base móvel montada ao lado da fila e o medo logo foi embora, trocado por uma sensação de segurança que foi corroborada com a presença de um segurança do CCBB no final de cada bloco de fila.
Alias, preciso comentar aqui a simpatia de todos os seguranças do instituto. Desde a ascensorista, até o segurança que eu quase entrevistei, passando pela moça que pediu com delicadeza que eu não mexesse tanto os braços porque eles estavam ativando os sensores de segurança (não sou italiana, mas falo com as mãos como se fosse, viu?) e o segurança que, enquanto eu olhava para um quadro, totalmente fascinada pelos traçadas de pincel, me contou com os olhos tão fascinados quanto os meus, que sempre que um historiador ou guia passa por ali, quase deixa de prestar atenção na segurança para ouvir e tentar absorver todo o conhecimento que ele puder da pessoa.
Achei isso surpreendente porque não é nem um pouco parecido com a segurança que costuma fazer as exposições que eu visito. E se alguma coisa é boa, devemos falar, não é?
Quadros
Os quadros, pelo que eu pesquisei, são todos originais e você pode chegar bem perto e ficar o tempo que quiser olhando para eles. As pinturas estão em salas mais reservadas e na temperatura certa para que eles fiquem preservados, o que para algumas pessoas pode ser considerado até ‘’frio’’, acho que um casaquinho seria útil.
Além de pinturas, esboços e quadros, ali há também uma porta entalhada e muitos trabalhos em madeira e folheados a ouro.
Além disso, para os cegos, no final da exposição, existem cópias dos quadros feitas em madeira e em alto relevo, que eles podem tocar e ver com as mãos alguns dos principais trabalhos ali mostrados.
Só senti falta de uma explicação mais detalhada dos quadros, já que os andares eram separados pelas cidades italianas mais importantes da época e a explicação era mais focada nos pintores e na historia das cidades. E eu ia adorar saber mais sobre cada quadro, quando foi feito? Por que foi feito? Detalhes secretos? Coisas assim explicadas em painéis ou até mesmo uma visita guiada iam deixar a exposição ainda mais legal!
Música

Quando eu ainda estava esperando para entrar no elevador, comecei a ouvir uma musica, que vinha de duas artistas sentadas no centro do prédio do CCBB.
A música era bem ao estilo da época, com flautas e instrumentos similares que eu não consigo identificar. Ajudou a ambientar no inicio da exposição e a literalmente transportar-nos para a época enquanto olhávamos quadro a quadro.
Projeções
Na antiga área do cofre (para quem não sabe; o Centro Cultural Banco do Brasil está localizado em um prédio adquirido pelo Banco do Brasil em 1923 e reformado em 1927 para funcionar como a primeira sede própria do banco aqui em São Paulo. Por isso, o prédio ainda conserva as portas dos cofres e coisas que representam o edifício antes de se transformar em um espaço cultural) você pode sentar e ver um vídeo que mostra as cidades italianas mais importantes da época e seus respectivos pintores.
Além de mostrar as pinturas com mais detalhes e nos ‘’habitat naturais’’, você realmente viaja e é transportado para aqueles lugares. Dá para ver a Capela Sistina bem de perto (só não falo mais porque a Capela Sistina que eu vi na exposição sobre arte do Cristianismo no começo do ano foi mais detalhada) e o quadro ‘’A Última Ceia’’ (que, para quem não sabe, está localizado no refeitório de um mosteiro) com detalhes.
Para aqueles que se convenceram pelo meu post, boa exposição! Só recomendo que tirem um dia inteiro para ver tudo com calma e apreciar, de verdade, o que o lugar tem a oferecer!
Endereço e horários da exposição:
CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL – SP
São Paulo • Rua Álvares Penteado, 112 – Centro CEP: 01012-000São Paulo (SP) (11) 3113-3651/3652 | ccbbsp@bb.com.br Horários: seg, qua, qui e sex de 10h às 22hsáb e dom de 08h às 22h até 29/09/2013
Beeijos, A Garota do Casaco Roxo
PS: Estou com uma postura super esquisita nas fotos porque eu (não sei como, não pergunte!) machuquei o ombro e não tava conseguindo me mexer direito, além da dor chata. Mas de jeito nenhum que eu ia sair daquela fila para ir no médico, né?
estou louca para ir, mas 4 horas de fila…sem banheiro e no sol ou chuva…acho que não dá!
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Miriam, tem banheiro sim! Eu não fui, mas me disseram que é bem limpinho! E você pode sempre levar um banquinho! Acho que planejando direitinho, nem se sente a fila!
Vale a pena!
Obrigada por comentar
Amanda
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Tem um quadro que não é verdadeiro ! Que é “Leda e o Cisne” do Da Vinci.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leda_e_o_Cisne
http://www.officinaartium.org/leda.html
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Sério que esse não é verdadeiro? 😦 Ah, uma pena! Até onde eu pude verificar, todos eram verdadeiros, obrigada por corrigir!
Valeu por comentar!
Amanda
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