Entrevista com Ella Griffin

capa_postais do coracao.inddLi ‘’Postais do Coração’’ e me apaixonei pela dose de realidade da história. Com uma narrativa engraçada e emocionante, Ella Griffin se tornou uma das minhas autoras favoritas.

Conversei com ela via Twitter e perguntei se podia entrevistá-la, para a minha surpresa, ela aceitou e esse foi o resultado!

Como a Ella é irlandesa as perguntas foram feitas em inglês e depois traduzidas por mim. Decidi deixar tanto a versão ‘’original’’ quanto a tradução para que todo mundo possa ler! Já aviso que a entrevista pode conter alguns spoiler sobre o livro, mas acho que nenhum deles estraga o prazer de ler ‘’Postais do Coração’’.

Espero que gostem!

1) What inspired you to write ‘’Postcards From The Heart’’?

A terrible thing that happened on Valentine’s Day, about ten years ago, I was in a fancy restaurant and there was a gorgeous couple in their early thirties at the next table. When dessert came, the waiter brought the girl a little plate with a ring box on it and the guy got down on one knee and asked her to marry him. Everyone looked over. We all held their breath for a heartbeat. The girl burst into tears. I thought they were tears of happiness but then she jumped up, grabbed her bag and ran for the door. I’ve never forgotten the look on the poor guy’s face. The idea of a Valentine’s Day that goes horribly wrong was the spark for ‘Postcards from the Heart.’

1) O que te inspirou a escrever ‘’Postais do Coração’’?

Algo terrível aconteceu no Dia dos Namorados, mais ou menos dez anos atrás. Eu estava em um restaurante chique e havia um belo casal, com mais ou menos trinta anos de idade, na mesa ao lado. Quando a sobremesa chegou, a garçonete trouxe para a garota um pratinho com uma caixa de anel dentro e o rapaz ajoelhou e pediu ela em casamento. Todo mundo olhou para eles e seguramos a respiração por um momento. A garota começou a chorar. Achei que aquelas fossem lágrimas de felicidade, mas ela se levantou, pegou a bolsa e foi embora correndo. Nunca esqueci o olhar na cara do homem. A ideia de um dia dos namorados que sai todo errado foi a faísca que me fez escrever ‘’Postais do Coração’’.

2) I read that you worked with advertising just like Saffy and that you won a prize because of it. When did you felt that it was time to change and become an author?

Yes I was an advertising copywriter, writing TV and radio ads, like Vic in Postcards from the Heart. (Every art director I worked with thinks the character of Ant is based on him!!!!)

I always wrote scraps of short stories. Then I met my husband on a writing course in Greece in 2000 and he encouraged me to try to write a novel. Without him, I would never have done it!

2) Li que você trabalhou com publicidade como a Saffy (personagem do livro) e que você ganhou prêmios por isso. Quando sentiu que era hora de mudar e se tornar uma autora?

Sim, eu era uma redatora de publicidade, escrevendo anúncios para TV e para o rádio, como a Vic, em ‘’Postais do Coração’’. (Todo Diretor de Arte com quem trabalhei acha que o personagem Ant foi baseado nele!!!!)

Sempre escrevi rascunhos de contos. Então conheci meu marido em um curso de escrita, na Grécia, em 2000, e ele me encorajou a tentar escrever um livro. Sem ele, eu jamais teria conseguido!

3) What was the most fun scene to write in the book? And the saddest one?

I had so much fun writing pretty much every scene with Greg in it. He’s so deluded! I think my favourite was he one where he has been fired from the soap opera and he gets a job dressing as a stick of celery to to promote vegetables in a supermarket.

The saddest scene to write was definitely the one where Saffy finds out that her mother has been keeping a secret from her for most of her life. I won’t say any more as it would be a plot spoiler!!! I actually cried every time I re-wrote that scene.

3) Qual foi a cena mais divertida de escrever no livro? E a mais triste?

Eu me diverti muito escrevendo praticamente todas as cenas em que Greg aparecia! Ele é muito iludido! Acho que minha favorita foi quando ele foi demitido da novela e arranjou um trabalho de se vestir de aipo para promover vegetais em um supermercado.

A cena mais triste foi definitivamente aquela em que Saffy descobre o segredo que sua mãe escondeu a vida inteira. Não vou contar mais, já que poderia soltar um spoiler!!! Eu chorei todas as vezes em que re-escrevi a cena.

4) In your book, Conor writes a book. Can you tell us what was the book about?

Connor’s novel is about a man who is obsessed with his career until he loses his wife. He has to overcome his grief and learn to be a father to their twins. I think it has a happy ending!

4) No seu livro, Conor escreve um livro. Pode nos dizer sobre o que era o livro?

O livro de Conor é sobre um homem que é obcecado com sua carreira até que ele perde sua esposa. Ele tem que superar sua tristeza e aprender a ser um pai para seus gêmeos. Eu acho que tem um final feliz!

5) What are your favorite writers? Do they inspire you to be even better?

I have so many favourite writers. From Scott Fitzgerald to Marian Keyes. I listen to a lot of books on audio. The last three have been by Emily Giffin, Gillian Flynn and Jodi Picoult. I always feel inspired when I read (or listen) to good fiction!

(PS Lots of Brazilian readers seem to think that I am related to Emily Giffin but we just happen to have a very similar surname!)

5) Quais são seus autores favoritos? Eles te inspiram a ser cada dia melhor?

Eu tenho muitos autores favoritos. De Scott Fitzgerald até Marian Keyes. Eu também escuto muitos audiolivros. Os últimos três foram da Emily Giffin, Gilian Flynn e Jodi Picoult. Sempre me inspiro quando leio (ou escuto) boa ficção!

(PS: Muitos dos meus leitores brasileiros acham que eu sou parente da Emily Giffin, mas nós apenas temos um sobrenome parecido!)

6) How does it fell to have your book translated into other languages?

It feels wonderful!!!!

6) Como você se sente ao ter seu livro traduzido para outras línguas?

É maravilhoso!!!

7) What did you always wanted to be asked on an interview but never was asked?

‘What is the best (and the worst) thing about being a novelist?’ The best thing about writing is finding yourself ‘in the zone’ where everything flows beautifully. The worst thing is the self doubt. When you spend an hour (or a day or a week or a year!) writing and you worry that what you’ve written is rubbish.

7) O que você sempre quis ser perguntada em uma entrevista, mas nunca foi?

Qual é a melhor (e a pior) coisa de ser uma autora de romances? A melhor coisa de ser uma escritora é quando você se encontra “na zona”, onde tudo flui lindamente. A pior coisa é a auto-dúvida. Quando você gasta uma hora (ou um dia ou uma semana ou um ano!) escrevendo e se preocupa achando que tudo o que escreveu é um lixo.

8) What are your future plans on writing? Do you have any other books coming out? Do you think they will also be released here in Brazil?

My second novel, The Heart Whisperer, comes out in Ireland this week and in the UK at the end of January. What do you think of the cover

You will have to ask the wonderful Novo Conceito whether they plan to publish it in Brazil! (I have my fingers crossed!!!)

I’m really excited about a book of three interlinked short stories about three women searching for love that will published on Kindle this summer. I’m trying to think of a good name for it right now!

Right now I’m also planning my next book. So there are a lot of ideas flying around!!!

8) Quais são seus planos futuros no mundo dos livros? Você tem algum livro a ser lançado? Acha que ele também vai ser publicado aqui no Brasil?

Meu segundo Livro ‘’The Heart Whisperer’’ (“Sussurros doheart whisperer Coração”, em tradução livre) vai ser lançado na Irlanda essa semana e no Reino Unido no fim de janeiro. O que você acha da capa?

Se ele será lançado no Brasil é algo a ser perguntado aos maravilhosos da Novo Conceito. Eu vou ficar de dedos cruzados!

Estou muito ansiosa com lançamento para Kindle do meu outro livro. Ele conta a história de três mulheres que estão em busca do amor e têm suas histórias interligadas ao acaso. Ele será lançado no verão e eu ainda estou trabalhando no título.

Ainda tenho outros livros em planejamento. As ideias voam por aqui!

9) Do you have anything to say to your Brazilian fans? Any chances of visiting us soon?

Right now is an amazing time to be Brazilian. With the Olympics and the World Cup coming up. The whole world is looking at your amazing country. You must be so proud.

As for my Brazilian fans. (Ella hits the Google Translate button!!!) Eu amo leitores Brasileiros! They are so warm and friendly and charming. I feel a real connection with them. You know there is joke that Irish people are actually ‘Brazilians in the rain’!

I would love to visit Brazil! Here’s hoping that it will happen!!!

9) Tem algum recado para seus fãs brasileiros? Pretende nos visitar logo?

É uma época maravilhosa para ser brasileiro, ainda mais com a chegada das Olimpíadas e a Copa do Mundo! O mundo inteiro está de olho em seu país maravilhoso! Você deve estar muito orgulhosa!

Quanto aos meus fãs brasileiros (aqui, a própria Ella usou o Google Tradutor): Eu amo meus leitores brasileiros!

Eles são muito calorosos e amigáveis e charmosos. Eu sinto uma conexão real com todos eles. Na verdade, existe até uma brincadeira que diz que os Irlandeses são apenas “brasileiros debaixo de chuva”!

Eu adoraria conhecer o Brasil! Estou torcendo para que isso aconteça algum dia!

Espero que tenham gostado da entrevista e aproveito para agradecer novamente a Ella por ter concordado em conversar comigo!

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

Entrevista com Natália Marques

         Natália Marques tem apenas 17 anos e é autora de ‘’A Infiltrada’’, livro que conta a história de uma integrante da máfia italiana Padova que tem que se infiltrar em uma das maiores agencias de segurança do mundo, a NSA. Para quem ficou curioso para saber mais sobre, segue o link para minha resenha: http://migre.me/aRITk

         Fiz algumas perguntinhas a ela, que infelizmente, não me contou o que vai acontecer no próximo capitulo! #chateada Espero que gostem!

CR – Casaco Roxo

NM – Natalia Marques

CR) De onde saiu a ideia de escrever AI?

NM: AI começou a se “infiltrar” na minha cabeça quando fui a um casamento militar. É simplesmente maravilhoso o noivo fardado, a guarda de honra, o corredor de espadas e toda aquela imponência. Acho que é impossível ir até um e não desejar um igualzinho!

CR) Quando você teve aquele insight, e o bichinho da historia te mordeu, te deixando com aquele ‘’preciso escrever essa historia’’?

NM: Eu estava terminando outra história e não aguentei esperar para começar AI. Quando eu finalmente terminei, AI já estava com seus sete, oito capítulos e um mês depois estava começando a postá-la na comunidade do Orkut.

CR) Quando teve a inspiração? Foi um estalo, ou veio de muito pensamento e reflexão, aquele ‘’cozimento de ideias’’?

NM: Quando fui a esse casamento, eu já escrevia histórias na internet há algum tempo. E nessa modalidade, há muito de você não pensar na história em si, mas no que o personagem principal vai ser e a partir daí você desenvolve. Então, eu decidi: Ele vai ser militar! 

Surpreendentemente, eu só fui refletir sobre a origem de AI em uma entrevista a uma revista da minha cidade alguns meses atrás. Agora, continuo não sabendo dizer exatamente quando a história de AI em si, com a Claire, a máfia e toda a trama surgiu. Lembro, por exemplo, quando escolhi a NSA como principal cenário e o momento em que pensei que a Claire seria treinada para o campeonato de boxe pelo general, mas só.

CR) Sabemos que antes de se tornar livro, AI era uma fanfiction de Crepusculo, por isso, foi escrita com personagens com os nomes do livro de Stephanie Meyer, como foi reescrever a historia mudando os nomes e escolher novos nomes para esses personagens?

NM:Eu nunca passei por aquela fase “vai ser muito estranho ter outros nomes” porque, para mim, a história tomou um rumo tão diferente da saga que às vezes eu nem mais fazia mais a conexão. Colocar nomes originais foi como uma constatação das personagens que já eram originais para mim. A escolha das personagens secundárias foi tranquila, com exceção do nome falso da Claire, Hailey Dawson, e o nome do general, Alan Beckert. Mas sem dúvidas o mais difícil foi encontrar o sobrenome perfeito do general, já que precisava ser bonito, forte e combinar com o nome Alan, que sempre desejei. 

CR) Fale um pouquinho sobre seu processo de escrita! Você tem algum ritual?

NM: Não tenho um ritual específico e nem nunca parei para refletir sobre isso. Checo minhas atualizações nas redes sociais, abro o arquivo do livro e fico navegando pelos capítulos e trechos – isso quando não tenho muita inspiração. Quando já tenho aquele objetivo, aquele “feeling”, seleciono as músicas “chave” e mando ver! 

CR) Qual a maior dificuldade sua na hora de escrever?

NM: Eu sou um tanto quanto perfeccionista e gosto sempre de deixar uma linguagem fluída e uma descrição das emoções e ações o mais real possível, no sentido de quem ler poder imaginar parte do que imaginei e embarcar na história. Quando necessário, busco comparações que possam me ajudar e às vezes, elas ficam horríveis, mas algumas sinto aquele “nossa, foi perfeito!”. Por sempre querer a mesma qualidade, sou um pouco intolerante com capítulos mais “chatinhos” e sempre procuro trazer fatores novos para passar a mesma mensagem da melhor maneira possível. Isso se torna uma grande dificuldade na hora de escrever e motivo pelo qual costumo demorar a encerrar um capítulo.

CR) Que dicas você dá para quem tá começando a escrever?

NM: Eu pareço minha mãe nessas horas, mas não consigo pensar em dica melhor: ler! Ler é a maior inspiração que existe!

CR) Você posta partes da segunda temporada no Orkut, pretende postar a segunda temporada inteira ou vai parar? Se for parar, quando?

NM: Seguirei até um determinado capítulo e depois só com o livro publicado.
CR) O que você pretende fazer no futuro em relação a sua escrita? Pretende escrever mais AI, ou quer tentar novos caminhos?

NM: Apesar de amar AI, eu mal vejo a hora de terminar de escrever a segunda temporada e ficar uns bons meses de “férias”. Já são três anos escrevendo, dois apenas a segunda temporada. Tenho muitas outras ideias e seria interessante poder desenvolvê-las. Quanto a AI, acho que não resistirei e esporadicamente farei uma fanfic no Nyah!

CR) O que você sempre quis que te perguntassem em uma entrevista, mas nunca te perguntaram? Por favor, coloque a resposta também!

NM: Qual é o número de sua conta bancária para fazermos alguns depósitos? Depois conversamos sobre a resposta, Amanda!

CR) O que você gostaria que tivesse escrito na sua lapide? ‘’Autora mais filha de um pai do planeta?
NM:Algo como Bocage! (risos) Na atual conjuntura da minha vida, acho que seria algo como “Morri, mas pelo menos passei no vestibular!”

CR) O que você acha da empolgação das fãs de AI?

NM: Eu acho surpreendente. Na Bienal em SP em agosto, que inclusive encontrei a Amanda, eu me surpreendi com o número de pessoas que compareceu e o carinho que demonstraram. Muitos tremiam ao falar comigo e eu pensava “poxa, eu sou normal, não precisa ser assim”. Foi muito gratificante esse momento, assim como são todos os comentários e incentivos que recebo pelas redes sociais. Realmente, são todas merecedoras do título de leitoras filhas de um pai!

CR) Que outras historias você escreveu alem de AI?

NM: Escrevi quatro histórias. A primeira, a primogênita, era bem seguindo a linha de Twilight. O vampiro se apaixona pela moça que acabara de se mudar para a cidade depois do assassinato de sua mãe. A protagonista jurara vingar a morte da mãe tirando o bem mais precioso do assassino assim como ele tinha feito com ela. No fim, o assassino era o mocinho, e o bem mais precioso era justamente ela! Babado total.

A outra foi a história de um modelo e advogado que se apaixonada pela empregada doméstica. A terceira, mas que não cheguei a finalizar, foi sobre um extraterrestre que se “infiltra” na Terra em uma missão, procurando pelo antigo responsável pela vigilância na Terra que tinha desaparecido. Na lua, a base de suas operações, ele ficava a observar uma garota, e era apaixonado por ela. Na Terra, ele a encontra e vivem uma história de amor.

A última, antes de AI, foi sobre uma garota ateia e totalmente “anti-Jesus” que se apaixona por um padre e vira “De repente… Religiosa”. A história mais hilária que escrevi na vida!

CR) Você estuda para passar em universidades publicas, namora, escreve e faz um zilhao de coisas ao mesmo tempo. COMO VOCE CONSEGUE?

NM: Esse ano realmente está complicadíssimo para mim. É realmente tarefa hercúlea conciliar tudo e, infelizmente, escrever acaba ficando para escanteio na maior parte das vezes. 
CR) Pode adiantar um pouquinho do que vai acontecer? PORFAVORZIIIIIIIIIIIIIIIIINHO????

NM: Emoções filhas de um pai! Só falo que a NSA é meu lugar preferido e seria uma pena não termos alguns bons capítulos passados lá!

Nome: Natália Marques
Data de Nascimento: 06/12/1994
Livros favoritos: O retrato de Dorian Gray, – Oscar Wilde, Conte-me seus sonhos – Sidney Sheldon, a coleção Harry Potter e a coleção Vagalume!
Filmes Favoritos: Delírios de consumo de Becky Bloom.
Séries Favoritas: Glee
Música Favorita: Making Love out of nothing at all – Air supply
Maior sonho: Ser alguém que faça diferença no mundo.
Maior decepção: Perceber que, hoje em dia, se importar com as outras pessoas é “estranho.”.
Viagem dos sonhos: Cortar a Rússia pela Transiberiana!
Comida Favorita: Couve-flor gratinado.

         Gostaria de agradecer a Natália Marques por disponibilizar um pouquinho de seu tempo para responder minhas perguntas!

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

Entrevista com Carina Rissi


 
   Carina Rissi é autora de Perdida, livro pelo qual eu me encantei que já foi resenhado aqui pro blog e de Procura-se um Marido, lançamento deste mês pela editora Verus!

         Mandei algumas perguntinhas para ela, afinal de contas, quem não quer saber mais um pouquinho sobre aquele autor que admira? Essas são as respostas que ela me mandou!

AA- Amanda Ariela(minhas perguntas)

CR – Carina Rissi(as respostas dela)

AA)            Como surgiu a ideia de escrever um livro como ‘’Perdida’’? Você já o tinha inteiro em mente (a ideia de ser uma comedia romântica) ou foi modificando conforme a escrita fluía?

 CR: A ideia do livro surgiu numa noite em que fiquei sem energia elétrica na hora do jantar e não consegui me virar sem o micro-ondas (sou totalmente dependente dele). Levei uns dois anos para começar a escrever Perdida, e durante esse tempo, as cenas iam e vinham na minha cabeça, mas eu não tinha a história toda, era tudo muito solto e nada se conectava. Quando tomei coragem para escrever é que a história foi tomando forma e se parecendo com um chick lit. Eu não pensei em que gênero se enquadraria enquanto escrevia, foi natural. Acho que meu estilo acaba sendo reflexo do que eu gosto de ler.

 AA)    Qual foi a parte mais difícil de escrever a história? E a mais legal?

CR: Caramba, é difícil escolher a mais legal. Eu realmente me diverti muito escrevendo esse livro. Bom, uma das minhas cenas preferidas é quando o Ian conhece a Bic da Sofia. Eu adoro a inocência dele, a forma como ele se apega aos pequenos detalhes. Agora, a mais difícil de escrever foi com certeza a cena em que Sofia visita a casa do Ian e se depara com os quadros dele. Foi tenso, pois eu sentia o desespero dela como se fosse meu.

AA) Alguns dias atrás você publicou um trechinho de algo que chamou de ‘’Perdida 2’’, você pretende mesmo escrever uma continuação, ou foi só uma palinha para matar saudades dos seus bebes literários?

 CR:Não foi, não. Estou trabalhando mesmo na sequência que ainda não tem título, nem data para ficar pronto, por enquanto ficou como Perdida 2 mesmo rsrs. Eu tinha que escrever ou a Sofia não ia me deixar em paz. Meus personagens são muitos reais pra mim, como amigos imaginários. Imagine então sua amiga imaginária, vestida com roupas do século 19 e All Star vermelho, com os cabelos eriçados, que fala sem parar, aparecendo de madrugada para atazanar você para que escreva mais sobre ela. É assim que a Sofia age comigo. 

AA)    Quais são seus outros projetos?

 CR: Além da sequência de Perdida que já está em andamento, estou mega-ansiosa para concluir o No Mundo da Luna, que vai contar a história de uma jornalista recém-formada e atrapalhada que o mais perto que chegou de uma revista foi a recepção e, mais tarde, numa situação bastante curiosa, acaba assumindo a coluna do horóscopo sem saber nado sobre astrologia e a vida dela fica de cabeça pra baixo.

Tenho praticamente pronto um projeto um pouco diferente – meio que um conto de fadas para meninas grandes rsrs – que, por enquanto eu chamo de Luz na Escuridão, e tem de tudo um pouco: uma princesa, um guerreiro irlandês ultra sexy, uma bruxa boa e outra má, uma maldição celta e um amor verdadeiro pra complicar um pouco as coisas.

Outro ainda sem título definido é Mil Acasos, a história da Mel, que tinha a vida que pediu a Deus até que ela morre (bom, ela não morre realmente, está bem viva, mas… é uma longa história rsrs).

 AA)     Vi que em breve teremos o lançamento de ‘’Procura-se um Marido’’ pela editora Verus, conte-nos um pouco sobre a diferença entre escrever ‘’Perdida’’ e ‘’Procura-se um Marido’’(se continuar assim vai virar a autora dos livros que só começam com ‘’P’’!)

 CR: Hahahaha Eu também já pensei nisso. A autora dos Ps e das capas dos tênis rsrs.

Estou muito feliz com o novo livro. Procura-se um Marido, que sai em 19 de outubro, é um trabalho que me deixa super orgulhosa. É um livro rápido, com aquela pitada de magia que eu adoro e romance na medida certa. Ficou do jeitinho que eu queria. Foi extremamente divertido e fácil escrevê-lo, talvez porque dessa vez eu soubesse o que estava fazendo. Eu me apaixonei perdidamente pela Alicia, por isso corri para terminar logo e saber o final da história dela. Espero que os leitores se apaixonem por ela também.

Já Perdida foi mais no susto, sabe? Eu não sabia o que estava fazendo, nem que estava escrevendo um livro. Acho que a pessoa que ficou mais surpresa quando soube que eu tinha escrito um livro foi eu mesma.

 AA)            ‘’Perdida’’ se passa em uma cidade desconhecida e há 200 anos! De onde surgiu a ideia de não localizar a historia geograficamente?

 CR: Eu não nomeei a cidade porque queria que cada leitor imaginasse aquilo que já conhece (o mesmo acontece com Procura-se um Marido e diversos outros projetos em que a localização é irrelevante para a trama). Eu gosto de dar essa liberdade para o leitor criar seu próprio mundo.

 AA)E como foi fazer a pesquisa histórica para escrever o livro? Foi fácil achar as informações que precisava?

 CR: Nossa, foi muito complicado. Eu queria contar a história do ponto de vista da Sofia (um ponto de vista feminino, que é sempre minimalista) e, caramba, foi uma novela conseguir juntar todas as informações que eu precisava. Mas pra ser sincera, pesquisar é uma das minhas partes favoritas.

 AA) Que dicas você dá para os autores iniciantes e para quem ainda nem começou, mas já foi mordido por uma ideia?

 CR: Bom, eu não tenho tanta experiência assim, então vou dizer o que aprendi até agora. Muito BNC (bunda na cadeira) em primeiro lugar. Um bocado de disciplina para ler e reler, editar e reeditar, exaustivamente o trabalho. Não ter medo de como vai ficar seu texto porque citando Nora Roberts, uma das maiores escritoras da atualidade, “só não dá para editar uma página em branco”. Pegar leve nas críticas porque o pior crítico de um autor é ele mesmo.

Depois, muita paciência e determinação quando enviar o texto para as editoras. “Não” é a palavra que você mais vai ouvir, mas não esqueça que basta apenas um solitário “sim” para mudar tudo.

AA)  Fale um pouquinho do seu processo de escrita de modo geral. Você escreve de dia? De noite? Ouvindo música? No silencio total?

CR: Ah, eu escrevo sempre que consigo um tempinho, a qualquer hora do dia ou da noite. A tarde é meu período mais produtivo, mas amo escrever na paz da madrugada (sabe como é… o telefone não toca, ninguém acordado, só eu e meu computador). Uso muita música para escrever, acho uma ótima ferramenta para destravar as ideias e um condutor excelente para transmitir emoção ao texto.

 AA)    O que você sempre quis que te perguntassem em uma entrevista, mas nunca te perguntaram? E qual seria resposta dessa pergunta?

 CR: A pergunta seria: Quando você sentiu que era uma escritora de verdade pela primeira vez?

E a resposta: Foi na Bienal do Livro de SP, no mês passado. Eu estava morrendo de medo de que ninguém fosse aparecer. Mas apareceram centenas de pessoas e foi maravilhoso! Uma das melhores experiências que já vivi. Teve uma fila quilométrica, as pessoas me chamando de Carina Rissi (igual fazem com gente famosa, sabe? Em vez de me chamar de Carina ou Cá como estou acostumada), algumas meninas se emocionaram ao falar comigo e, enquanto eu via os olhinhos brilhando, me dei conta de que eu era sim uma autora. Que muitas daquelas pessoas já tinham lido Perdida e gostaram tanto a ponto de se submeteram a ficar numa fila de mais de duas horas só para falar comigo, tirar uma foto ou pegar um autógrafo. Nem sei se mereço tanto carinho, viu? Foi absurdamente maravilhoso e surreal, uma experiência incrível que eu jamais vou esquecer.

 AA)            Quais são os autores que te inspiram? E quais são seus livros favoritos?

 CR: Jane Austen é minha diva absoluta. Toda vez que leio algo dela quero escrever alguma coisa. Ela faz parecer tão fácil! rsrs

Marian Keyes, Meg Cabot, Sophie Kinsella, Marcello Rubens Paiva são autores que eu admiro e que têm grande influência em minha escrita. Meu livro favorito é Orgulho e Preconceito da Jane, seguido de pertinho por Tem Alguém aí?, da Marian Keyes.

AA)            O que você acha do apoio que os blogs dão a sua escrita? Mesmo com algumas resenhas negativas (que eu até agora não achei nenhuma) você acha válido esse tipo de divulgação e as críticas construtivas?

 CR: É importantíssimo! Foi graças à ajuda dos blogs que eu consegui me destacar, ser aceita e lida. Eu tenho uma dívida eterna de gratidão com esses blogs literários por tudo que fizeram e fazem por mim. Sem esses blogueiros e blogueiras maravilhosos eu não seria nada. =)

Gostaria de agradecer enormemente a Aline, do blog Vício de Menina, sem a ajuda dela, eu jamais teria conseguido fazer essa entrevista e deixar ela tão boa quanto ficou! Agradeço também a Carina Rissi, por ter dedicado sua atenção a essa Garota do Casaco Roxo que vos fala!

 Leia também minhas resenhas para os outros livros da Carina: Encantada, Destinado, No Mundo da Luna e Mentira Perfeita. 

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

Entrevista com Larissa Siriani

1)      Você é considerada por muitos a ‘’Nora Roberts brasileira’’
(cof cof cof) pela qualidade de seus textos e pela quantidade deles,
como você se sente com esse apelido?

 
LOL, por muitos? 😛 Acho que é uma comparação beeem louca! Na verdade,
nunca li nada da Nora, mas não sei se me equiparo a ela, tanto em
qualidade quanto em quantidade (essa mulher lança tipo vinte livros por
ano, como pode?) Mas foi um apelido carinhoso, e claro que eu adorei! 🙂
 
2)      Como estudante de cinema, o que você pode aconselhar pros
jovens que estão pensando em cursar essa faculdade ou trabalhar nessa
profissão?

 
Aconselho muito estudo (sempre), paciência e jeito com pessoas. É uma
área bastante difícil, muito concorrida, e que exige muito do trabalho
de grupo – que é basicamente TODO o trabalho. Nada se faz sozinho nesse
campo. Não tem como querer se meter a estudar cinema sem gostar de
trabalhar com pessoas e sem saber escutar os outros.
 
3)      Para você, qual a parte mais difícil em escrever um livro?
 
Nomes!!! Acredita? Eu geralmente começo sabendo pelo menos o nome
do/a(s) protagonista(s), mas sou uma negação em dar nomes a personagens
coadjuvantes e principalmente em dar títulos. A maior parte dos meus
títulos que é realmente boa veio em algum tipo de possessão espiritual
louca em que alguma alma boa me mandou esse título via inconsciente. Às
vezes passo meses trabalhando sobre um livro que não tem nome, ou fico
trocando de título mil vezes até decidir por um menos pior.
 
4)      Todos os seus livros são publicados por editoras ou são
publicações independentes?

 
As Bruxas de Oxford é o único lançado por uma editora. Todos os demais
são publicações independentes.
 
5)      Qual foi a maior dificuldade que você teve na hora de publicar
seus livros?

 
A dificuldade de qualquer escritor, que é achar uma editora que aposte
no seu trabalho. Foi o motivo que me levou a buscar a publicação
independente, em primeiro lugar. O mercado editorial é super exigente,
mas ao mesmo tempo não te diz exatamente o que está procurando, e isso
dificulta a vida de um autor iniciante. Até eu ir abrindo meu próprio
caminho, demorou. A divulgação também foi uma coisa em que tive bastante
dificuldade, porque não sabia como usar nada a meu favor. Fui aprendendo
com o tempo, mas no começo, eu não sabia como fazer pro meu nome chegar
até o ouvido dos leitores – quanto mais meus livros.
 
6)      Qual seu segredo para escrever bem? Alguma dica para os
aspirantes a escritores?

 
Segredo? Hahaha, acho que não tem um. Vou parecer meio arrogante, mas
acho que primeiro a gente tem que ter uma aptidão, uma coisa que vem da
gente, porque tem quem simplesmente não consegue escrever e ponto final.
Mas não é só isso que faz um escritor. Ler muito e começar a perceber e
aprender as técnicas que tornam o seu texto mais legal, mais fluído e
mais interessante são tipo 70% do processo. Se eu fosse me segurar só na
aptidão, garanto que ninguém ia gostar do que eu escrevo. Tem que ter
estudo e muita leitura. A dica maior é essa 🙂

7)      Qual o maior mico que você já pagou?

 
Já paguei vários, mas meu top foi confundir um cara com uma menina e
tratá-lo como uma garota e me referir a ele como “ela” até alguém vir me
contar que era um garoto. Eu não sabia onde enfiar a minha cara. Ele,
claro, ficou “p” da vida.

8)      Quais são seus projetos futuros?

 
Em 2012 quero participar de mais eventos ao redor do Brasil, porque
sinto falta desse contato mais direto com os leitores – espero ter
dinheiro pra isso, né? E quero também terminar a continuação do “Bruxas”
(que já vai pra sua segunda revisão) e tentar, quem sabe, lançá-lo na
Bienal de SP em agosto.
 
9)      Além de escrever, estudar e fazer trilhões de coisas, você
ainda mantém o blog Cine Books, e escreve contos para alegrar nossas
vidas, a pergunta é: Quando você arranja tempo para dormir?

 
Eu quase fico louca, e por isso eu acabo abandonando algumas coisas em
funções de outras – o CineBooks mesmo está todo abandonado, tadinho. Tem
horas que tenho que escolher o que fazer, senão eu piro. Mas tenho meu
horário de descanso. Se eu não dormir, é porque a insônia não deixou, e
não porque tive que fazer alguma coisa.
 
10)   Que pergunta nunca fizeram para você, mas você gostaria de
responder? Qual a resposta dela?

 
Nunca me perguntaram o que eu faria se o mundo acabasse amanhã. Eu
gritaria que já me disseram isso antes. HAHA

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo