Estou Com Sorte – Douglas Edwards

Estou com Sorte CAPA.inddNome:       Estou com Sorte – Confissões do funcionário número 59 do Google

Autor: Douglas Edwards

Editora: Novo Conceito

Páginas: 480

Preço: R$39,90

 

Douglas Edwards: Vocês possivelmente não conhecem esse homem. Nem Larry Page, ou Sergey Brin. Então, possivelmente, vocês não têm noção da importância deles em sua vida. Pois saibam que foram esses dois últimos que, enquanto faziam seus doutorados na Universidade de Stanford, resolveram se unir e criar o poderoso Google.

Douglas é um milionário quase que por acaso. Formado em Inglês – com um desempenho que ele mesmo julga ser mediano –, Edwards passou vários anos trabalhando com agências de Marketing, até entrar para o jornal californiano San Jose Mercury, onde tornou-se gerente de marca online durante vários anos. Isso, pelo menos, até largar o emprego e aventurar-se em uma startup (empresas de internet que surgiram em um boom no fim dos anos 90) que mal e mal apresentava expectativa de dar certo.

De acordo com o descrito no livro, caso eu pudesse resumir o ambiente de trabalho do Google em uma palavra, ela seria “extravagante”: Dezenas de jovens recém-formados geniais amontoavam seus gostos e costumes excêntricos em um ambiente de trabalho bem próximo da Casa da Mãe-Joana. Aquele ambiente garantia ainda mais a eficiência e a criatividade de todos os funcionários, inclusive Douglas, que acabou se tornando o “cara do texto” do Google, até 2005.

O livro tem uma leitura fluída, convidativa, muitas vezes bastante engraçada e tem um adicional que a maioria dos trabalhos de não-ficção não têm: É narrado em primeira-pessoa, por alguém que presenciou as ações, participou delas, mas não foi o seu “protagonista” (não é como se fosse uma autobiografia, embora ele misture naturalmente alguns elementos de sua vida pessoal). Atrapalha um pouco que às vezes ele tenta explicar alguns termos técnicos e acaba nos deixando mais confusos do que esclarecidos, mas nada que atrapalhe o conteúdo de quem não está interessado em saber os detalhes do web-design.

As notas de rodapé, às vezes, mal e mal se conectam com o assunto que está sendo tratado e muitas informações importantes (como a explicação do nome do Google), que deveriam estar no texto, vão para lá. Em um momento ou outro, pareceu que a tradutora entrou no clima do livro e usou o Google Translate para traduzir o livro. Senti falta também (e principalmente) de um índice onomástico no final do livro, porque ele facilita em muito a leitura – o glossário ajuda bastante, mas mesmo assim, muitos termos estão de fora.

Mesmo assim, recomendo este livro, principalmente para quem está interessado em informática, internet, negócios, assuntos geek, marketing e/ou história (ou seja, praticamente todos). A diagramação também está sensacional e você acaba se sentindo ligeiramente íntimo do ambiente maluco que o Google ditou para a web.

Quebrando a tradição, vou reproduzir aqui não quotes, mas um trecho do livro, que foi um dos mais sensacionais: 

“Antes que eu começasse a trabalhar no Google, nunca tinha dito nenhuma dessas frases no emprego:

[…]

– Uau, Larry! Quem bagunçou seu escritório? Bem, é que… hum, não tem importância.

– Não seria mais fácil comprar patins de rodinhas que já vêm montados?

– Tem como programar a sauna para mais de meia-hora?

– Tudo bem se eu entrar no vestiário feminino para roubar algumas toalhas?

– Ah, desculpe. Não percebi que tinha alguém dormindo aqui.

– Olha, você derruba mais latas de lixo se atirar a bola em vez de apenas fazê-la rolar.

– Está na área atrás da pirâmide de latas de café, bem em frente de onde costuma ficar a roda-gigante.

– Eu tentei reservar por noventa minutos, mas a agenda estava cheia. Então eu só consegui uma hora. Você pode concentrar nas pernas e nos pés? Acho que estirei um músculo essa manhã.”

p. 107

Resenha por Hiago Vinícius da Silva

Starters – Lissa Price

Resenha por Hiago Vinicius

   Nome: Starters

  Autora: Lissa Price

   Editora: Novo Conceito

  Gênero: Ficção/Distopia 

  Páginas: 368

 Preço Sugerido: R$ 29,90

    Distopias, como você provavelmente já sabe, são histórias que, normalmente, apresentam um modelo futurista da sociedade. Geralmente, para dar algum tipo de mensagem, algum tipo de alerta. Assim é “1984”, de George Orwell; “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley e a trilogia “Jogos Vorazes”, de Suzanne Collins.

         “Starters”, da californiana Lissa Price, é um bom representante desse gênero. O argumento é que o mundo entrou em mais uma guerra mundial, conhecida como Guerra dos Esporos, que devastou uma parte considerável da população dos Estados Unidos, dividindo a população americana em 2 raças principais: Starters e Enders.

Lissa Price

         Enders são a parte privilegiada da população: Os avanços científicos garantem que eles possam viver até mais ou menos 200 anos de idade. Quando a Guerra dos Esporos chegou aos Estados Unidos, os Enders foram considerados grupos de risco e foram todos vacinados. Por conta desse prolongamento de vida, o governo criou uma lei que proibia menores de idade de trabalhar, para reduzir a concorrência.

         Os Starters são adolescentes que perderam os pais na Guerra. Receberam a vacina contra os Esporos, mas seus pais, não. Por isso acabaram ficando desamparados e muitos foram mandados para abrigos, para viver sob condições desumanas de maus-tratos, fome e, muitas vezes, até mesmo de violência extrema. Mas uma grande parte desses jovens também se marginalizou e passou a viver à margem da sociedade, vivendo cada dia sabendo que podia ser o último.

         Aqui entra Callie. A jovem de 16 anos tem, além da missão de lutar pela sua vida, lutar pela de seu irmão, o frágil Tyler, de 7 anos, com muitos problemas respiratórios.

         Callie mora com Michael, um antigo vizinho com quem ela nunca havia conversado, mas que se mostrou um incrível “camarada” na batalha pela sobrevivência. Fica claro, desde o conto introdutório disponibilizado para download pela Novo Conceito, que Michael é terrivelmente apaixonado por ela, e que o que ela sente por ele também não é apenas amizade.

         A trama começa realmente quando Callie vai até a Prime Destinations, uma empresa que, ilegalmente, usa corpos de jovens Starters para que Enders possam, por um determinado período de tempo, se sentirem jovem novamente. É uma espécie de avatar com prazo de validade. Esse contrato pode resolver a vida de Callie financeiramente: O dinheiro é o suficiente para que ela contrate algum Ender para adota-la e que assim, sem problemas, ela possa comprar uma casa e viver uma vida tranquila com Tyler e Michael até completar 18 anos.

         Vai tudo muito bom, tudo muito bem, até o terceiro e último aluguel, programado para durar um mês. Callie, de repente, acorda em uma danceteria, sem saber onde está nem que dia é. E o pior de tudo: Uma voz desconhecida em sua cabeça diz a ela: “Aconteça o que acontecer, não volte para a Prime Destinations”.

         O livro é eletrizante, a história é muito bem pensada, os argumentos são muito bons e os personagens são bem coerentes. Callie é uma garota inteligente e madura, mesmo quando está com Blake, e tem toda a agilidade e perspicácia que os dias na miséria lhe conferiram. O livro acaba pecando um pouco na narrativa, que por vezes parece aquela coisa escolar, sem muitos artifícios na construção, o que não diminui muito a qualidade do livro que, com um final impressionante e completamente misterioso e inesperado, pode predizer tanto uma continuação estupenda quanto meramente comercial.

         Um recurso que eu realmente detesto, porque me ataca demais a ansiedade, e que é largamente utilizado na maior parte das sagas é das “coisas para se explicar” e que vão sendo contadas no decorrer do livro. Lissa Price usa e abusa dessa técnica em “Starters”. É impressionante, eu terminei o livro e mesmo assim ainda tem algumas coisas que não foram bem explicadas. Claro que é um recurso essencial que só te prende mais na leitura, mas vamos combinar que na hora que você está começando a hora e fica aquele monte de coisas que você não entende a vontade que dá é de jogar tudo para o alto e esmurrar o livro até ele contar tudo!

         Enfim, acredito que valeu todo o investimento da Editora no livro foi válido. O aplicativo de “Starters” no Facebook (www.startersolivro.com.br) é bem dinâmico e divertido e o conto “Retrato de Uma Starter – Uma Descoberta”, disponível em EPUB para download nesse link (http://migre.me/aDdJy) diz muito ao mesmo tempo que não diz nada. Recomendo que mergulhem de cabeça na vida de outra pessoa. 

Seção do Neguinho #6

Com A maiúsculo – Sem choro, nem vela, nem ponto

Você vai me abandonar? Sim. Mas porque? Você me enganou, você só me enganou esse tempo todo. Não se sinta assim. Não venha de novo tentar controlar o que eu sinto. Desculpa, foi sem querer. Ainda se fosse a primeira vez… É que não era a hora ainda. Isso deve ser o que você diz a todos os outros, não? Não me trata assim… Assim como? Feito lixo. Você se sente um lixo? Não é pra tanto… Pois é exatamente o que você é. Mas eu fui na melhor das intenções… Isso é o que você deve dizer para todos. Não é bem assim, não é sempre que dá errado. Isso não justifica as vezes que dão. Com certeza. E porque você não muda? Não é tão fácil assim… Como eu pude um dia dar bola para o que você diz? Porque você quer acreditar. Mas não acredito mais! E você vai conseguir viver assim? Tentarei… Perguntei se vai conseguir. Provavelmente não. Então porque vai embora? Porque eu preciso tentar… Tentar o que? Ficar sem você. Pra que? Porque você me faz mal. Mas não se esqueça do quanto eu posso te fazer bem… Duvido. Quer que eu prove? Não. Porque, medo? Tenho que resistir a você. Então vai, vai lá. Então tô indo… Tá esperando o que aqui ainda? Pede pra eu ficar, só uma vez? Você tá complicando, fica de uma vez. Pra sempre? Pra sempre. Não devia, mas eu fico. Ótimo, olha isso… Aí, você fez de novo! Desculpa, é a força do hábito. E agora, como eu fico? Fica aqui, ora. Não, eu fui. Você vai voltar, todos voltam. Enquanto não volto, eu sigo. Segue como? Sem você. Mas ninguém vive sem mim. Quer apostar? Não, quero que você fique. Você ainda não me explicou pra que. Porque eu tenho algo para você, sério. Adeus, Amor… Talvez eu sinta saudades, mas se sentir, te escrevo Dificilmente te escreverei Agora eu vou para onde está a felicidade, e não é junto de você,,,

         Se voce quiser ler mais textos escritos pelo Neguinho, acesse http://canhoticesnegritudes.wordpress.com

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

 

Seção do Neguinho

            Lembra que eu falei que o povo da minha escola era muito criativo? Temos a Cláudia e agora eu vou apresentar para vocês o Hiago, mas conhecido como ‘’Neguinho’’ que me mandou estes textos após um acesso de criatividade causado por ECB ( excesso de Chico Buarque)

            Aqui vão os textos que POR ENQUANTO estão sem título!

E eu vou ser chato. E eu vou ser grosso com as pessoas. E eu vou ser incômodo. E você vai entender que felizes eram os tempos em que eu te amava e tentava te fazer feliz. E você vai sentir falta. Muita falta. Uma falta tremenda. Mas o filho da puta antigo não vai voltar. O Filho da Puta novo vai se acostumar a viver assim. E fim. E ponto final.

 

Aqui vai o outro:

 

       Então é isso. Adeus. Estou indo embora. Vou pegar minhas malas para dar tempo de você se arrepender. Você vai se arrepender, não vai? Por favor, se arrependa. É a ultima chance, vai perder? Daqui a pouco vou sair por esta porta rumo ao nunca mais. E aí, você vai se arrepender. Tenho certeza. Mas vai ser tarde demais. Eu já vou estar longe. Incomunicável. Inatingível pelos seus gritos. E você vai gritar “Volta! Volta!”. E você vai gritar realmente muito alto. Mas não vai ser alto o suficiente para me alcançar, estou dizendo. Então. Pede desculpas. São só algumas palavras “Meu amor me desculpe. Eu te amo”. E aí eu fico. Fico pra sempre. Eu prometo ficar. Eu juro que eu fico! Você não vai se arrepender? Bom, então eu vou. Se prepare. Mas… Mas e se você não me aceitar de volta? Não! Definitivamente. Se você me mandou embora, você não quer que eu fique. Você não vai se arrepender. Então eu também não vou. Boa noite. Um último olhar. E adeus.

              Então é isso? “Adeus, estou indo embora?” Ele vai pegar as malas, vai voltar arrependido. Certeza. Você vai voltar arrependido, não vai? Por favor, diga que sim. É a ultima chance…

 

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo