(Mais) séries legais para ver no Netflix e fugir do Carnaval

Meu humor no Carnaval varia muito de ano para ano. Em 2016, por exemplo, eu estava super animada e cheguei a ir em alguns ensaios de Escolas de Samba e até em um técnico, que aconteceu no Anhembi. Bloquinhos não são minha praia, já que eu detesto multidões.

Sinto que vou passar meu Carnaval de 2017 de uma forma bem NSLC (Netflix, Spotify, Livros e Cama), com a ocasional mirada na televisão, para ver os desfiles.

Se você é como eu, aqui vai uma listinha de séries para te ajudar a passar o tempo. O legal é que todas são curtinhas com, no máximo, duas temporadas. Eu também classifiquei elas de acordo com tom, para te ajudar a fazer uma escolha mais certeira. Vamos lá?

The People Vs. O.J. Simpson: American Crime Story – Para você que quer histórias reais, um pouco das Kardashians, crimes e julgamentos judiciais

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Faz quase duas semanas que terminei de ver “The People Vs. O.J. Simpson” e eu sigo pensando na história verídica retratada por ela…

Foi igual quando vi “Making a Murderer”, que eu gostei muito, mas que não resenhei para o blog. Ambas as séries me fizeram pensar muito e fizeram com que eu me colocasse no lugar das pessoas retratadas por elas. Será que eu faria igual aos jurados de ambos os casos? Será que a mídia pode ser culpabilizada? Será que O.J. Simpson matou essas pessoas?

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O.J. Simpson era um atleta renomado de futebol americano. Ele foi acusado do assassinato violento de Nicole Brown, sua ex-esposa, e de Ronald Goldman. Na época, a polícia de Los Angeles recebia acusações de violência policial contra negros e os casos de má-conduta policial aconteciam com frequência.

Um “dream team” de advogados foi contratado por O.J. para defendê-lo e, na promotoria, estavam Marcia Clark e Chris Darden. Boa parte dos episódios está centrada no caso judicial em si. Há muitas cenas no tribunal e reviravoltas acontecem durante o tempo inteiro. Uma hora um lado está na frente e, em outra, o panorama está completamente alterado. Eu ainda não era nascida na época do assassinato, mas imagino que deve ter sido um pesadelo real acompanhar todos os acontecimentos do julgamento.

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Os eventos dentro e fora do fórum são frenéticos e é impossível não ficar de queixo caído em cada episódio.

O material da série foi baseado no livro “The Run of His Life: The People v. O.J. Simpson”, de Jeffrey Toobin. Há um episódio inteiro dedicado ao sexismo sofrido pela promotora Marcia Clark, que, na época, também enfrentava um divórcio. Absolutamente tudo foi abordado, desde  a  exposição dela na mídia, os comentários machistas e até as alterações que ela teve que fazer na imagem pessoal, para ser mais bem aceita pelo público. Eu fiquei impressionada. Será que se um caso como esse acontecesse hoje em dia, as repercussões em cima da promotora responsável seriam iguais?

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No geral, a série me fez refletir muito sobre o poder da retórica e a força da opinião pública. A série mostra os fatos, ao mesmo tempo em que me parece ter um viés. Mas, de qualquer forma, fiquei impressionada com o resultado do julgamento.

Outro ponto interessante é o Rob Kardashian. Rob é o melhor amigo de O.J. e acaba se tornando um de seus advogados. A série dá um enfoque grande na relação dele com as filhas e com a ex-esposa, Kris Jenner. Talvez para dar um destaque atual ao seriado ou até para explicar de onde vem a fama das garotas, que disseram publicamente que o retrato delas na série é exagerado e sensacionalista. Rob Kardashian confessou ter dúvidas sobre a verdadeira inocência de O.J. Eu também.

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Eu não sei o que eu faria se fosse uma jurada do caso, mas, certamente, os acontecimentos posteriores da vida de O.J. Simpson me deixaram bastante chocada. Cuba Gooding Jr, que interpretou O.J., disse que teve dificuldades para sair do personagem. Ele também disse que fez dois takes de cada cena: em um, ele interpretava um culpado que dizia ser inocente, e no outro, ele fazia as vezes de um inocente querendo provar que era inocente. A escolha final de qual cena usar seria só do diretor. Todas essas informações estão disponíveis na página do IMDB da série.

Além das discussões que trouxe à tona e dos monólogos interiores que ela me fez ter, essa série é viciante e eu quero revê-la com minha mãe, que adora dramas jurídicos.

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Ryan Murphy é um dos produtores da série (sim, o mesmo de Glee e American Horror Story), que deve ter novas temporadas. Parece que o material vai seguir o formato de “American Horror Story”, com uma história diferente em cada temporada.

A próxima deverá abordar o Furacão Katrina e o Governo Americano, que foi culpabilizá-lo por falhas no socorro e na prevenção de todas as mortes.

Fleming: The Men Who Would Be Bond – Para você que quer espionagem, cenas calientes, ficção histórica, mais cenas caliente à la Mr. Grey e Segunda Guerra Mundial

Admito, o único motivo para eu ter começado essa série tem nome e sobrenome: Dominic Cooper. Sou apaixonada por ele desde “Mamma Mia” e acabei vendo a série só por ter ele como protagonista e que bom que fiz isso!

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A minissérie da BBC conta a história de Ian Fleming, o escritor que criou o personagem “James Bond”. Antes da Segunda Guerra Mundial, Fleming nada mais era que um bon-vivant, um filhinho de papai que fazia suas vontades e nada mais. Seu irmão, Peter Fleming, é um escritor brilhante, um herói de guerra e a estrela dos olhos da mãe.

Tudo muda quando, após um ultimato de sua mãe e das conexões dela, Fleming consegue um emprego no escritório da Marinha Real. Logo depois a Segunda Guerra Mundial estoura e Fleming tem que amadurecer, criar responsabilidade e se tornar um homem de verdade.

Através de suas idéias revolucionárias, da criação de uma unidade especial de luta e espionagem e de estratégicas novelísticas, Fleming passa a ganhar o respeito de seus colegas na Marinha.

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Os roteiristas da série intercalaram fatos verídicos com algumas das estripulias de James Bond, imaginadas por Ian Fleming. Seria impossível recriar todos os feitos reais da carreira dele já que, até hoje, boa parte dos documentos que a contam em detalhes é secreta.

A vida pessoal de Fleming também é bem movimentada e retratada na série. Ele tem uma namorada fixa, Muriel, que acaba tendo um destino trágico. Mas, seu verdadeiro amor é Ann O´Neill, esposa de um oficial do exército que está lutando na Alemanha. Enquanto o marido está longe, Ann também vive um affair bem público com outro homem, mas também está interessada em Fleming. Enfim, uma bagunça.

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Os cenários, vestidos e as cenas de ação são incríveis. A série é rica em detalhes e absolutamente linda de se ver. De repente, você é sugado para o século passado e a série termina te deixando com gosto de “quero mais”. As cenas calientes de Ian Fleming são realmente calientes. É melhor deixar para ver essa daqui sem a família junto.

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A série tem 4 episódios, sendo que o último é uma reflexão dos atores e produtores sobre a vida incrível de Ian Fleming. Esse episódio mostra os bastidores da produção e a dificuldade em reproduzir a Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. O material também inclui uma entrevista com o biógrafo oficial de Ian Fleming, que ajuda retrata o escritor com mais vivacidade. Um deleite para nerds de história, como eu. Toda série baseada em uma pessoa real ou que conta uma história verídica deveria ter algo assim.

Eu nunca li nada do Ian Fleming, nem vi filmes da série do James Bond, mas fiquei totalmente encantada com o personagem retratado e agora super quero me aventurar por histórias de espionagem.

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Crazyhead – Para você que quer uma série girl-power, engraçada e curtinha

Crazyhead tem uma vibe meio “Buffy” e “Charmed” que me encantou.

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Amy é uma menina que trabalha em um boliche e que passa por um tratamento médico, depois de certos acidentes. Ela acreditava que conseguia ver demônios, que habitavam o corpo de outras pessoas para fazer o mal e passou a tomar medicamentos para suprimir suas “ilusões”, tudo sob recomendação médica.

Raquel é doida e mora com o irmão. Ela é despachada e hilária e, certo dia, ela passa por perto do boliche onde Amy trabalha e vê a garota sendo atacada por um demônio. A vida de Raquel é matar os malditos demônios – menos no horário do Pilates – e ela fica surpresa ao descobrir que Amy também tem a capacidade de ver os danados.

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As duas engatam uma amizade e passam a caçar demônios em conjunto. Trabalhando para esconder tudo do irmão de Raquel, Tyler, e de cuidar de Suzanne, a melhor amiga de Amy, que sofre de problemas sérios.

São 6 episódios de um humor leve e bobo. Alguns sustinhos são bons e você não daria nada pela série só por ver os primeiros episódios. Conforme a narrativa avança, Raquel e Amy acabam presas em uma confusão bem doida, com demônios por toda parte e com segredos sendo revelados em ambas as partes. É divertido sem ser pretencioso demais.

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Eu não teria visto Crazyhead se não tivesse descoberto que o papel de Raquel era interpretado por Susan Wokona. Conheci a atriz em “Chewing Gun” – que eu amei- e já achei ela engraçada no papel de Cinthia. Agora, mais ainda.

Santa Clarita Diet – Para você que quer humor leve e bobo e algo que possa ser visto em família

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Terminei de ver “Santa Clarita Diet” ontem de noite e, confesso, ainda estou bem brava porque a primeira temporada termina em um MALDITO CLIFFHANGER!!!

Deus sabe o quanto eu detesto séries que chegam em um clímax e terminam em um beco sem saída, te deixando sem resposta alguma e sentado feito um trouxa, esperando a próxima temporada. Acho que é um trauma causado por Lost.

“Santa Clarita Diet” conta a história de uma família normal, tradicional e até meio entediante. Os pais, Sheila e Joel, são casados desde o ensino médio e trabalham como corretores de imóveis. A filha, Abby, é uma típica adolescente de 16 anos.

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Durante uma visitação em uma casa que está a venda, Sheila vomita muito. Tipo, muito mesmo. Estilo exorcista, sabe? Joel acredita que a esposa está morta, mas Sheila parece estar bem normal, mesmo depois de todo o líquido perdido e de uma misteriosa bola vermelha que saí de dentro dela.

No outro dia, Sheila se sente mais impulsiva e determinada. Ela age para satisfazer suas vontades e… só consegue comer carne. Preferencialmente, carne de humanos bem fresquinha, tirada pela própria mulher.

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A família, então, passa a buscar uma cura para o novo estado de morta-viva da esposa, ao mesmo tempo em que tem que matar pessoas e disfarçar tudo isso dos dois vizinhos, que são policiais. Uma loucura e totalmente fora da vida entediante e normal que eles tinham antes.

Ao todo são 10 episódios de meia hora, que te envolvem e te deixam querendo mais. Algumas partes são bem nojentas e hilárias e a Drew Barrymore fez a personagem ficar bem engraçadinha, mas o ator que interpreta o marido, Timothy Oliphant, foi o meu favorito. Fica claro que ele ama a esposa e que vai fazer qualquer coisa para deixá-la feliz.

Acho bom a Netflix liberar logo a segunda temporada…

Bônus!

Eu sou a pior pessoa para ver séries quando elas estão no hype e, geralmente, deixo para ver tudo beeem depois, quando a poeira já começou a baixar. Com essas duas séries, eu me encantei, apaixonei e… Já quero as novas temporadas!

Unbreakable Kimmy Schmidt – Para você que quer rir, se encantar, cantar e voltar a acreditar em seus sonhos

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Unbreakable Kimmy Schmidt é maravilhosa, gente! Honestamente não sei porque demorei tanto para ver essa série!

Com duas temporadas (e com a terceira já confirmada para ser liberada em 19 de maio), a série segue a história de Kimmy Schmidt, que foi sequestrada na adolescência por um maluco religioso, que acreditava no dia do Juízo Final. Kimmy  passou quase 15 anos em um bunker, com outras 4 mulheres, até ser resgatada. Longe de ser um drama ou uma história triste, Kimmy é inquebrável (há, entendeu?) e agora vai ter a chance de realizar seus sonhos e viver a vida que sempre quis.

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Cause females are strong as hell, no?

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A série é muito engraçada e cada personagem que entra na história acaba tendo um desenvolvimento muito interessante. Tem Titus Andromedon, um ator que nunca conseguiu se dar bem na carreira e que é o colega de quarto de Kimmy. Negro e gay, Titus tem um talento maravilhoso para cantar. Peeeno Noir, bitches!! Lilian é a dona do apartamento onde vivem Titus e Kimmy e é um doce, meio raivosa, mas gentil. Ela morre de medo da gentrificação que está acontecendo em seu bairro (eu também!) e faz coisas bem doidas. Jacqueline é uma mulher rica, que acaba contratando Kimmy como sua assistente e babá e até Andrea, a terapeuta de Kimmy.

O mais legal é que Kimmy é a que sofreu mais, mas ela segue inspirando todo mundo a buscar uma versão de melhor de si mesmos. Super recomendo, não consegui parar de ver nem quando estava no Uruguai!

Stranger Things – Para você que quer mistério, sustos, um pouco de inocência infantil e uma vibe à la “E.T”

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Todo o hype gerado em torno de “Stranger Things” me fez ter um pouco de preguiça da série. Na verdade, ela foi tão falada na internet que eu já sabia – aqui e acolá- de algumas coisas que iam acontecer na história. Em uma premiação (acho que foram os Emmys) o cast infantil da série tirou uma foto super fofa, sentados numa mesa parecendo entediados. Achei uma graça e, só por isso, decidi ver a série.

“Stranger Things” se passa em uma cidade pequena, onde todo mundo conhece todo mundo e onde nada parece acontecer. Até que um dia, o garoto Will Byers desaparece misteriosamente. Seus melhores amigos, Mike, Dustin ❤ e Lucas, partem, então em busca dele garoto, através das florestas e bosques da cidade.

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Mas, o que eles encontram, na verdade, é uma garota estranha, de cabelo raspado e com um passado misterioso, que se chama Eleven e é viciada em waffles. A menina acaba ficando amiga dos garotos.  O Sheriff Jim Hopper e a mãe de Will, Joyce, também são um ponto alto da história e eu adorei a química entre os dois.

Você, provavelmente, já sabe um pouco do enredo, que é bem detalhado. Qualquer coisa que eu diga a mais pode ser um baita spoiler. Então você vai ter que confiar na minha palavra, ao dizer que a narrativa é envolvente e empolgante, com reviravoltas emocionantes e de te deixar de cabelo em pé.

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A série é cheia de surpresas e de personagens fora do padrão, como Nancy, a irmã de Mike, que acaba virando bem badass. Tem também a Barb, amiga de Nancy, que eu adorei, mesmo sem muitos motivos. Até mesmo Steve, o peguete de Nancy e típico galã de ensino médio, tem seus méritos, apesar de ser meio babaca no começo.

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Eu adorei que conseguimos respostas parciais no final, nem tudo foi revelado, mas soluções foram encontradas para os problemas propostos. Não me senti traída e estou louca pela segunda temporada.

O seriado tem inúmeras referências a livros do Stephen King e agora estou doida para ler um. Só que vai ter que ser uma coisa que não dê muito medo porque, olha, Deus sabe que eu detesto perder meu sono.

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Espero que essa lista tenha te ajudado a escolher algo legal para ver e passar o Carnaval. Tem alguma sugestão legal para mim, já que eu já vi tudo isso?

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Duas séries legais (e uma para passar longe) do Netflix

Eu podia começar esse post pedindo desculpas, as usual. Mas, eu entreguei meu TCC e sou um elfo livre (até a banca oficial de aprovação), eu não preciso de desculpas, eu tenho um diploma (que não serve para muita coisa, mas é um diploma, non?). 

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Dito isso, eu tive poucos dias para realmente descansar e ler. O feriado foi gasto todo nos toques finais do relatório e agora estou com a cabeça tão cansada que nem vontade de ler sinto. Eu aguento fadiga e cansaço físico, mas não aguento cansaço mental. Não consigo ler nadica de nada e até para fazer a lição de casa do francês estou enrolando. 

E é em momentos como esse que eu recorro ao nosso querido e amado Netflix! Como disse antes, o cansaço mental me impede de realizar raciocínios simples como “2+2=4” e os documentários que costumo ver estavam fora de questão (até porque, produzimos um documentário de tcc e eu estou meio que enjoada da palavra “documentário”). Por isso, recorri a aquelas séries curtinhas, de 20 minutos e 12 episódios para poder relaxar.

Chewing Gum

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Tracey é uma menina que trabalha como caixa de uma loja de conveniência e mora num conjunto habitacional chamado Hamlet Towers. Ela tem um namorado de cinco anos chamado Ronald – que ela nunca nem sequer beijou – e uma mãe e uma irmã que são ultrareligiosas e que acham que tudo é pecado. 

Tudo o que Tracey quer é perder sua virgindade e vai conseguir isso com a ajuda de sua amiga Candice, da avó e do namorado dela e de seus vizinhos de Hamlet Tower. Será que Tracey consegue realizar seu sonho ou vai sempre viver carregada de culpa?

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Cinthia, sua irmã, e Joy, sua mãe, não gostam nada quando um garoto, morador do prédio que se considera um “poeta”, passa a se aproximar de Tracey.

Chewing Gum só tem 6 episódios e isso foi mais do que o suficiente para que eu ficasse encantada com a Tracey e com sua obsessão pela Beyonce! Já quero ser amiga dela na vida real! Eu super estou doida para ver a segunda temporada!

Os episódios são engraçados e a sensação é que Hamlet Towers poderia ser facilmente meu prédio ou até a rua onde cresci. Os personagens são diversificados e bem construídos e é impossível não morrer de rir quando você vê as situações em que Tracey se enfia.
Em alguns momentos, as imagens são um pouco explícitas e eu acho que, se forçassem mais um pouquinho, o seriado poderia cair facilmente na vulgaridade total. Não é o tipo de programa que dá para assistir em família ou com sua mãe por perto, etc. 

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Michaela Coel, a atriz que interpreta Tracey, cresceu em um conjunto habitacional chamado Hamlet Towers e também tinha uma mãe e uma irmã ultrareligiosas. Ela se formou em Inglês, em uma Universidade e escreveu a peça de teatro “Chewing Gum Dreams”, que deu origem à série original do Netflix. Acho que dá para dizer que a série foi, em partes, baseada na vida de Michaela, já que ela também assina o roteiro. Não é massa?

Au Service de la France

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Meu último post do blog foi uma dica para aqueles que estavam estudando francês e “Au Service de la France” também é uma! A série foi produzida em 2015 pelo canal francês Arte!, os episódios têm, no máximo, 25 minutinhos, e eles falam devagarzinho. É ótimo para quem quer afiar o ouvido.

“Au Service de la France” é uma série ambientada em Paris, nos anos 60. Ela segue a história do jovem André Merlaux, très beau (gato mesmo, no bom e velho português) e inteligente. Merlaux é selecionado para trabalhar no serviço secreto francês, mas antes de se tornar oficialmente um espião, ele deve passar por uma série de treinamentos e missões de reconhecimento.

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Com a ajuda dos agentes e típicos funcionários públicos Moïse, Jacquard, Calot e Moulinier, ele vai participar de uma série de mini missões e desafios, até se tornar um oficial do serviço francês.

Merlaux ainda vai passar por problemas amorosos com a jovem Sophie, problemas tensos com o chefão de todos, Le Colonel, e até problemas peculiares com a agente independente e forte Clayborne.

A princípio, não levei muito a sério “Au Service de la France” porque achei que tinha piadas canastronas, bem ao estilo de Zorra Total, em excesso. Com o tempo, fui entendendo que eles tinham uma pegada de humor mais britânico e a série foi evoluindo de uma forma que me deixou envolvida e me fez entender algumas das escolhas dos escritores.

O passado de Merlaux e dos outros personagens é revelado aos poucos e você passa a levar a sério o seriado. O último episódio é cheio de tensão (até porque você já está extra envolvida na narrativa, etc) e termina com uma reviravolta de deixar você chocado e recarregando o Netflix para ver se tem uma nova temporada disponível. 

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Pelo que eu entendi dos sites que li em francês (pardon les erreurs), uma segunda temporada está prevista para 2017. Eu, honestamente, duvido que consiga ficar tanto tempo longe do rostinho bonitinho de Hugo Becker, que faz o André Merlaux (en vraie, ele nem é tão bonito, mas conforme a série foi passando, tinha horas que eu achava ele lindo, horas que não, horas que lindo, horas não e aí eu acabei apaixonada por ele. É um caso a ser analisado com atenção pela Galãs Feios). 

Passe longe de Haters Back Off

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Eu juro, juro, juro que tento não ter birra com Youtubers, no geral, mas não tá dando. Tem um ou dois que eu até gosto, mas mais do que isso eu já torço o nariz. Eu nem sabia que Haters Back Off era um trabalho saído do Youtube, mas fui pesquisar o porquê do flop e essa foi uma das razões apontadas.

Em “Haters Back Off” acompanhamos a jornada de Miranda, uma garota em idade escolar que não tem talento algum, mas que quer ser famosa a todo e qualquer custo. Com o apoio de seu Tio Jim, Miranda coloca no Youtube um vídeo em que ela canta “Defying Gravity” – uma música que eu já não curto, ainda mais cantada fora de tom – e acaba torcendo para que o vídeo viralize. O “sucesso” chega quando um garoto que gosta dela passa a atualizar os vídeos várias vezes, para conseguir mais e mais visualizações. Isso sobe a cabeça de Miranda, que passa a acreditar que todas as críticas a ela são de “haters”.

Tinha potencial. Juro que tinha. Mas não consegui passar do quarto episódio. 

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Miranda acaba parecendo uma personagem extremamente egoísta e mimada, não tem nada nela que faça com que você simpatize e torça por seu sucesso. A garota está em idade escolar, mas a atriz que a interpreta, Colleen Ballinger, parece mais velha até do que a mãe da personagem, mesmo com as tentativas de usar roupas infantis. Além disso, ela tem uma voz tão nasalada que chega a ser desagradável de ouvir. O ator que interpreta o Tio Jim é muito forçado e faz tudo com exagero, talvez ele seria uma boa adição ao elenco da Escolinha do Professor Raimundo. Por fim, a mãe de Miranda inventa doenças fictícias e é capaz de desistir de tudo, só para manter Miranda feliz. O único mérito do seriado é a personagem Emily, irmã de Miranda, que é a única personagem normal da família. Talvez, se o seriado tivesse ela como destaque, ele não fosse tão ruim.

Li que o seriado foi uma criação de Collen Ballinger e que Miranda é uma personagem criada por ela para o Youtube. Não cheguei a ver os vídeos dela no canal, mas li reviews que diziam que “A Miranda é tolerável por 5 minutos, no Youtube mesmo, mais do que isso ela passa a ser irritante” e comentários como “esse seriado é horrível, vou até parar de seguir o canal dela do youtube”. As reviews positivas indicam que, lá para o final da temporada há uma mudança positiva e que, quem não gostou do seriado, não entendeu nada do personagem. Olha, honestamente, eu não vou ver mais e acho que nem quero entender esse personagem. 

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Parece que essa foi uma mudança de plataforma que não funcionou direito. Se é para apontar um mérito é que dá super para perceber que a Collen Ballinger tem um baita treinamento vocal e que, mesmo desafinando, dá para ver que ela só faz isso pelo personagem. 

Não recomendo Haters Back Off, mas Chewing Gum e Au Service de la France são meus dois novos amorzinhos. Estamos aí para conversar com qualquer um que esteja obcecado pela barba de Hugo Becker ou pela admiração de Tracey por Jay-Z e Beyonce.

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

5 documentários legais para assistir na Netflix

Eu adoro assistir televisão antes de dormir e, agora que não tenho mais TV no quarto, tenho que recorrer a Netflix. Nem sempre tenho saco para assistir filmes, e seriados são um problema para mim: Quando eu gosto de um programa, eu assisto até o fim e fico semi-obcecada pela coisa toda. Tenho problemas de confiança causados por seriados que terminaram em cliff-hangers e que não voltaram nunca mais.

Me sobrou só uma alternativa: ver documentários. Eles são curtos, dinâmicos, sempre ensinam uma lição ou outra e – o melhor – eu não tenho que esperar por continuações.

Já vi documentários absurdos, que fizeram eu questionar “Meu Deus, o que foi que eu fiz com minha vida, não é possível que eu esteja vendo uma coisa dessas” e que vão render um post só deles aqui no blog. No geral, dá para dizer que minha experiência com esses programas foi bem interessante. Os nomes estão em inglês para facilitar na busca, mas estão todos disponíveis em português.

1. Being Elmo – A Pupeteer´s Journey

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Eu chorei horrores com esse documentário porque sou uma manteiga derretida sem critério. Em “Being Elmo”, a gente acompanha a história de Kevin Clash, o homem que controla o fantoche do Elmo, da Vila Sésamo.

Durante sua infância, Clash ficou obcecado pelos programas de TV com fantoches que eram controlados por Jim Henson, o criador do Kermit (ele é mais conhecido por nós como “Caco”). Com o tempo, ele passou a fazer seus próprios fantoches e a produzir shows em cidades pequenas e em hospitais. Até que ele cresceu, cresceu, cresceu e conseguiu fazer parte do seu programa favorito na infância. E é essa a trajetória que acompanhamos no documentário, narrado por Whoopi Goldberg.

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Quando nenhum dos “fantochistas” da Vila Sésamo conseguia entender o uso de um boneco vermelho de nariz laranja, Clash decidiu, inspirado por seus pais, que transformaria Elmo em um símbolo do amor. Deu tão certo que o Elmo é conhecido mundialmente e que crianças que estão morrendo pedem para conhecê-lo. Nem é preciso dizer que em um desses encontros, registrado no documentário, eu chorei horrores.

Clash é extremamente talentoso e a gente vê ele ensinando outros artistas a trabalharem com fantoches e até levando crianças para conhecer os estúdios da Vila Sésamo, como fizeram com ele quando ele era pequeno. É um documentário que vai aquecer seu coração e que vai fazer você se encantar novamente pelo mundo dos fantoches.

2. Cosmos – A Spacetime Odyssey

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“Cosmos” é a continuação de uma série produzida nos anos 80, apresentada pelo cientista Carl Sagan. O programa é comandado nesta edição pelo, também cientista, Neil DeGrasse Tyson, que tinha Sagan como o mentor. A história do encontro dos dois é contada em um dos episódios da série/documentário e é realmente inspiradora, em relação a velha máxima de tratar bem os outros porque a gente nunca sabe o que pode acontecer.

Os 13 episódios acompanham Neil na nave do conhecimento, através de galáxias, estrelas e pelas atmosferas dos planetas do Sistema Solar. Até os dinossauros e as espécies no “hall das extinções” são vistadas por aqueles que entram na viagem. O programa é visualmente muito bonito e ajuda a ilustrar melhor alguns daqueles conhecimentos da escola, além de atrair a atenção de quem quer aprender com mais eficiência. É bem difícil ignorar ou olhar para o lado quando se vê um pulsar ou um buraco negro girando na tela.

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Outra coisa legal é a forma como eles apresentam o “calendário cósmico”, que a gente vê nos livros de biologia. O diferencial é que Neil realmente dá uma escala compreensível à formação do universo. É impossível não ficar embasbacado ao ter uma noção exata das proporções de tempo.

Se você detesta ciência e acha tudo isso bem “méh” vai adorar a série, que foi feita para agradar até aqueles que não se importam com esse assunto. Tenho memória de peixinho dourado e esqueço tudo relacionado às exatas muito facilmente, mas vi Cosmos – todos os 13 episódios- duas vezes, de tão fascinante que é.

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O documentário tem trechos em desenho animado, para retratar o passado e a história das grandes descobertas da ciência.

3. Vu du Ciel

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“Vu du Ciel” é mais conhecido no Netflix como ‘Earth From Above”. Fiquei super feliz quando o descobri porque ele é narrado em francês e eu precisava praticar as minhas habilidades de escuta nessa língua.

Assim como “Cosmos”, “Vu du Ciel” é uma série de documentários. No Netflix, salvo engano, estão disponíveis 10. O programa é apresentado por  Yann Arthur-Bertrand, que passou anos tirando fotos aéreas maravilhosas da Terra.

Rodando por diversos países, os programas apresentam vistas incríveis do nosso Planeta, além de apontar ameaças como a poluição, o aquecimento global, a pesca e a caça fora de época à espécies ameaçadas de extinção e o uso de combustíveis fósseis. Os vídeos são verdadeiras aulas de ambientalismo, porque ele explica, narra e mostra realmente aquilo que pode ser destruído se a gente continuar consumindo do jeito que consome hoje em dia.

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Uma das fotos mais icônicas de Bertrand, que apresenta o Vu du Ciel. No documentário ele retorna a esse mesmo lugar e, infelizmente, o que ele encontra é um grande sinal da destruição do nosso planeta.

O documentário foi filmado em partes do Brasil que eu nunca tinha ouvido falar e não tinha noção de que existiam em meu país. Outro ponto interessante é que ele foi feito utilizando créditos de carbono – tudo aquilo que eles gastaram e  emitiram de gás carbônico na atmosfera foi compensado de alguma forma.

Não pude encontrar o trailer para essa série, mas a TED Talk de Yann Arthur-Bertrand ajuda a ter uma ideia do que você encontrará no documentário.

4. Trophy Kids

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Em época de Olimpíada eu não consigo deixar de pensar no esforço e no trabalho dos atletas para chegar onde chegaram. Em “Trophy Kids”, os bastidores desse empenho são mostrados através do ponto de vista dos pais.

Ambientado nos EUA, o documentário me deu arrepios porque mostra como certos pais moldam as crianças para vencer, vencer e vencer. A derrota não é aceita por eles, que não tem um bom espírito competitivo. É triste de ver e chega a ser enervante.

Me revoltou muito ver um pai brigar com uma menina de 9 anos porque ela queria empurrar seu próprio carrinho de golfe ao invés de competir. Ou ver um pai brigando feio com o filho porque ele está namorando e não se concentra no futebol.

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O interessante deste documentário é que mostrou um outro lado daqueles que querem chegar no topo do pódio, além de me oferecer novas perspectivas do relacionamento pai-e-filho, algo que sempre foi do meu interesse.

Esse deve ser visto só quando se tiver estômago.

5. Beltrachi – The Art of Forgery

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Eu acho que esse documentário saiu do catálogo brasileiro do Netflix, porque já faz um tempo que ele não aparece para mim. Mesmo assim, é um documentário que merece ser visto.

O alemão Wolfgang Beltrachi é um artista maravilhoso. Ele sabe como ninguém fazer pinturas que pareçam realistas e que te deixam de queixo caído. Mas ele também é um artista em falsificar quadros e em vendê-los por milhões, como se fossem de Picasso, Monet, Manet, Dalí e de qualquer outro pintor renomado.

O documentário mostra como ele realizava as falsificações e até o processo de busca por quadros em que ele pudesse pintar por cima, além de como ele falsificava assinaturas e de como tentava inserir as obras em determinada fase de um artista. Mais além, o filme também mostra sua queda: os anos  que passou preso, a liberação da cadeia e a mansão enorme que ele teve que vender para reembolsar as pessoas que prejudicou. Sua esposa também é uma das personagens principais do filme. Ela também foi presa por trabalhar como sua assistente nas falsificações.

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Beltrachi nunca pediu desculpas por suas falsificações, você acaba criando uma grande empatia por ele e o documentário vai fazer você refletir – e muito!- sobre o real valor da arte.

Já vi muito outros documentários interessante, mas esses foram os que mais me marcaram até o momento. Outras séries que não são exatamente documentários, mas que pendem para um lado mais educacional, como “Caçadores de Mitos” e “Truques da Mente” também estão na minha watchlist, já assisti todos episódios disponíveis e mal posso esperar para que a Netflix libere mais alguns. Super recomendo elas para quem está no mundo para aprender cada dia mais.

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo