5 documentários legais para assistir na Netflix

Eu adoro assistir televisão antes de dormir e, agora que não tenho mais TV no quarto, tenho que recorrer a Netflix. Nem sempre tenho saco para assistir filmes, e seriados são um problema para mim: Quando eu gosto de um programa, eu assisto até o fim e fico semi-obcecada pela coisa toda. Tenho problemas de confiança causados por seriados que terminaram em cliff-hangers e que não voltaram nunca mais.

Me sobrou só uma alternativa: ver documentários. Eles são curtos, dinâmicos, sempre ensinam uma lição ou outra e – o melhor – eu não tenho que esperar por continuações.

Já vi documentários absurdos, que fizeram eu questionar “Meu Deus, o que foi que eu fiz com minha vida, não é possível que eu esteja vendo uma coisa dessas” e que vão render um post só deles aqui no blog. No geral, dá para dizer que minha experiência com esses programas foi bem interessante. Os nomes estão em inglês para facilitar na busca, mas estão todos disponíveis em português.

1. Being Elmo – A Pupeteer´s Journey

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Eu chorei horrores com esse documentário porque sou uma manteiga derretida sem critério. Em “Being Elmo”, a gente acompanha a história de Kevin Clash, o homem que controla o fantoche do Elmo, da Vila Sésamo.

Durante sua infância, Clash ficou obcecado pelos programas de TV com fantoches que eram controlados por Jim Henson, o criador do Kermit (ele é mais conhecido por nós como “Caco”). Com o tempo, ele passou a fazer seus próprios fantoches e a produzir shows em cidades pequenas e em hospitais. Até que ele cresceu, cresceu, cresceu e conseguiu fazer parte do seu programa favorito na infância. E é essa a trajetória que acompanhamos no documentário, narrado por Whoopi Goldberg.

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Quando nenhum dos “fantochistas” da Vila Sésamo conseguia entender o uso de um boneco vermelho de nariz laranja, Clash decidiu, inspirado por seus pais, que transformaria Elmo em um símbolo do amor. Deu tão certo que o Elmo é conhecido mundialmente e que crianças que estão morrendo pedem para conhecê-lo. Nem é preciso dizer que em um desses encontros, registrado no documentário, eu chorei horrores.

Clash é extremamente talentoso e a gente vê ele ensinando outros artistas a trabalharem com fantoches e até levando crianças para conhecer os estúdios da Vila Sésamo, como fizeram com ele quando ele era pequeno. É um documentário que vai aquecer seu coração e que vai fazer você se encantar novamente pelo mundo dos fantoches.

2. Cosmos – A Spacetime Odyssey

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“Cosmos” é a continuação de uma série produzida nos anos 80, apresentada pelo cientista Carl Sagan. O programa é comandado nesta edição pelo, também cientista, Neil DeGrasse Tyson, que tinha Sagan como o mentor. A história do encontro dos dois é contada em um dos episódios da série/documentário e é realmente inspiradora, em relação a velha máxima de tratar bem os outros porque a gente nunca sabe o que pode acontecer.

Os 13 episódios acompanham Neil na nave do conhecimento, através de galáxias, estrelas e pelas atmosferas dos planetas do Sistema Solar. Até os dinossauros e as espécies no “hall das extinções” são vistadas por aqueles que entram na viagem. O programa é visualmente muito bonito e ajuda a ilustrar melhor alguns daqueles conhecimentos da escola, além de atrair a atenção de quem quer aprender com mais eficiência. É bem difícil ignorar ou olhar para o lado quando se vê um pulsar ou um buraco negro girando na tela.

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Outra coisa legal é a forma como eles apresentam o “calendário cósmico”, que a gente vê nos livros de biologia. O diferencial é que Neil realmente dá uma escala compreensível à formação do universo. É impossível não ficar embasbacado ao ter uma noção exata das proporções de tempo.

Se você detesta ciência e acha tudo isso bem “méh” vai adorar a série, que foi feita para agradar até aqueles que não se importam com esse assunto. Tenho memória de peixinho dourado e esqueço tudo relacionado às exatas muito facilmente, mas vi Cosmos – todos os 13 episódios- duas vezes, de tão fascinante que é.

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O documentário tem trechos em desenho animado, para retratar o passado e a história das grandes descobertas da ciência.

3. Vu du Ciel

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“Vu du Ciel” é mais conhecido no Netflix como ‘Earth From Above”. Fiquei super feliz quando o descobri porque ele é narrado em francês e eu precisava praticar as minhas habilidades de escuta nessa língua.

Assim como “Cosmos”, “Vu du Ciel” é uma série de documentários. No Netflix, salvo engano, estão disponíveis 10. O programa é apresentado por  Yann Arthur-Bertrand, que passou anos tirando fotos aéreas maravilhosas da Terra.

Rodando por diversos países, os programas apresentam vistas incríveis do nosso Planeta, além de apontar ameaças como a poluição, o aquecimento global, a pesca e a caça fora de época à espécies ameaçadas de extinção e o uso de combustíveis fósseis. Os vídeos são verdadeiras aulas de ambientalismo, porque ele explica, narra e mostra realmente aquilo que pode ser destruído se a gente continuar consumindo do jeito que consome hoje em dia.

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Uma das fotos mais icônicas de Bertrand, que apresenta o Vu du Ciel. No documentário ele retorna a esse mesmo lugar e, infelizmente, o que ele encontra é um grande sinal da destruição do nosso planeta.

O documentário foi filmado em partes do Brasil que eu nunca tinha ouvido falar e não tinha noção de que existiam em meu país. Outro ponto interessante é que ele foi feito utilizando créditos de carbono – tudo aquilo que eles gastaram e  emitiram de gás carbônico na atmosfera foi compensado de alguma forma.

Não pude encontrar o trailer para essa série, mas a TED Talk de Yann Arthur-Bertrand ajuda a ter uma ideia do que você encontrará no documentário.

4. Trophy Kids

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Em época de Olimpíada eu não consigo deixar de pensar no esforço e no trabalho dos atletas para chegar onde chegaram. Em “Trophy Kids”, os bastidores desse empenho são mostrados através do ponto de vista dos pais.

Ambientado nos EUA, o documentário me deu arrepios porque mostra como certos pais moldam as crianças para vencer, vencer e vencer. A derrota não é aceita por eles, que não tem um bom espírito competitivo. É triste de ver e chega a ser enervante.

Me revoltou muito ver um pai brigar com uma menina de 9 anos porque ela queria empurrar seu próprio carrinho de golfe ao invés de competir. Ou ver um pai brigando feio com o filho porque ele está namorando e não se concentra no futebol.

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O interessante deste documentário é que mostrou um outro lado daqueles que querem chegar no topo do pódio, além de me oferecer novas perspectivas do relacionamento pai-e-filho, algo que sempre foi do meu interesse.

Esse deve ser visto só quando se tiver estômago.

5. Beltrachi – The Art of Forgery

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Eu acho que esse documentário saiu do catálogo brasileiro do Netflix, porque já faz um tempo que ele não aparece para mim. Mesmo assim, é um documentário que merece ser visto.

O alemão Wolfgang Beltrachi é um artista maravilhoso. Ele sabe como ninguém fazer pinturas que pareçam realistas e que te deixam de queixo caído. Mas ele também é um artista em falsificar quadros e em vendê-los por milhões, como se fossem de Picasso, Monet, Manet, Dalí e de qualquer outro pintor renomado.

O documentário mostra como ele realizava as falsificações e até o processo de busca por quadros em que ele pudesse pintar por cima, além de como ele falsificava assinaturas e de como tentava inserir as obras em determinada fase de um artista. Mais além, o filme também mostra sua queda: os anos  que passou preso, a liberação da cadeia e a mansão enorme que ele teve que vender para reembolsar as pessoas que prejudicou. Sua esposa também é uma das personagens principais do filme. Ela também foi presa por trabalhar como sua assistente nas falsificações.

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Beltrachi nunca pediu desculpas por suas falsificações, você acaba criando uma grande empatia por ele e o documentário vai fazer você refletir – e muito!- sobre o real valor da arte.

Já vi muito outros documentários interessante, mas esses foram os que mais me marcaram até o momento. Outras séries que não são exatamente documentários, mas que pendem para um lado mais educacional, como “Caçadores de Mitos” e “Truques da Mente” também estão na minha watchlist, já assisti todos episódios disponíveis e mal posso esperar para que a Netflix libere mais alguns. Super recomendo elas para quem está no mundo para aprender cada dia mais.

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

As Biografias que eu Li

Eu não costumo resenhar biografias. Acho que na maioria das vezes, ao invés de resenharmos o texto, as imagens ou a abordagem do autor, avaliamos a vida do biografado e isso, pelo menos para mim, não é nada legal.

Cada pessoa (assim como cada livro clássico, que eu também não resenho) teve sua devida importância na época/momento histórico em que viveu e a ultima coisa que deveríamos fazer é julgar determinados atos ou condenar atitudes que hoje são repreensíveis, mas que naquela época eram corriqueiras. Não que eu queira inocentar alguém ou condenar a prisão, só prefiro ser mais neutra que eu puder.

Encontrei nas biografias paixão, ideais e uma dose de vida real e verossimilhança que sentia falta nas minhas ultimas leituras e, como eu sei que muitas pessoas tem um gosto parecido com o meu (e que por isso, também devem amar biografias) eu achei que seria legal fazer essa listinha.

Anne Frank: O Outro Lado do Diário – Miep Gies e Alison Leslie Gold

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A história de Anne Frank mexeu profundamente comigo. Li-a quando tinha 14 anos e não consigo sequer pensar em palavras para descrever o impacto que o texto da menina jovem e que viveu por quase dois anos em um sótão escondida teve em mim. Só sei que, até hoje, leio o máximo que posso sobre essa etapa terrível e vergonhosa da existência humana. Digo ”leio” porque não consigo assistir filmes relacionados ao Holocausto, só livro mesmo (talvez as imagens que eu forme na minha cabeça sejam menos terríveis que aquelas que vão para as telas do cinema).

Logo que acabei o diário, li ‘’Anne Frank: O Outro Lado do Diário’’, que foi escrito pela Miep Gies, secretária da empresa do pai de Anne na época e a mulher que ajudou as duas famílias a sobreviverem naquele sótão por tanto tempo. Era Miep quem conseguia os alimentos e era ela que cuidava de tudo para tentar, da melhor forma possível, fazer daquele lugar uma espécie de lar.

O legal é que ele não conta só a história de Anne, mas a história da própria Miep (considerada por alguns uma heroína), desde seu nascimento até seu casamento e as consequências que a convivência com as famílias tiveram em sua vida. Ela faleceu em 2010, aos 101 anos.

Também relacionado à Anne Frank eu tenho aqui em casa um livro chamado ‘’O Anexo’’ de Sharon Dogar, que conta –numa versão romanceada e baseada no diário- a historia de Peter Van Pelsen, o filho da outra família que morou naquele sótão e por quem Anne tinha uma quedinha. Ainda não li e, talvez por ser uma versão romanceada, eu o resenhe aqui.

Anne Frank é lembrada como símbolo do extermínio de milhões de judeus. Seu drama e o de sua família são vistos agora de um ângulo diferente, o da mulher holandesa que ajudou os Frank durante os dois anos que passaram escondidos dos nazistas num sótão de Amsterdã, e que se tornou único elo entre eles e o mundo exterior.

Olga – Fernando Moraes

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Tive que ler ‘’Olga’’ no ano passado, para uma prova da minha escola. Como era ano de vestibular e eu estava correndo de um lado para o outro, não tive tempo de ler o livro e acabei vendo só o filme.

Mas o que vi me emocionou de tal maneira e me deixou com o coração tão triste e apertado, que eu não tive escolha senão ler o livro assim que tivesse um tempinho e foi o que eu fiz.

Acho que dessa lista inteira, é um dos livros mais finos e é, ao mesmo tempo, um dos que mais emocionam e encantam. A história é contada de forma bem imparcial e está bem documentada (Olga era russa e, diferentemente do que acontecem aqui, eles guardam registros de muitas coisas por lá).

O subtítulo do filme ‘’Muitos amores em uma só vida’’ é, provavelmente, a frase que melhor define a vida de Olga Benário Prestes, uma judia comunista que foi entregue a Hitler por Getulio Vargas.

A obra fala sobre a vida de Olga Benário alemã, judia e comunista, que se envolveu com Luís Carlos Prestes. Ela veio ao Brasil para lutar com ele pelos ideais comunistas. Acabou sendo presa e deportada grávida para a Alemanha pelo governo brasileiro, tendo como presidente Getúlio Vargas. Morreu numa câmera de gás de um campo de concentração em 1942. 

Chatô: O Rei do Brasil – Fernando Moraes

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‘’Chatô: O Rei do Brasil’’ é quase um must-read  para estudantes de comunicação social. Do mesmo autor de ‘’Olga’’, desta vez acompanhamos a vida de Assis Chateaubriand, dono de um verdadeiro império de comunicações, da primeira televisão do Brasil e do museu de arte de São Paulo, o MASP.

O que eu mais gostei nessa biografia foram algumas cenas tão bem descritas e pintadas que poderiam muito bem fazer parte de alguma história inventada, mas que sabemos bem; fazem parte da vida real. Só o primeiro capítulo já vale a pena por todo o resto da história.

Chatô, o rei do Brasil – a história da vida vertiginosa de um dos brasileiros mais poderosos e controvertidos deste século. Dono de um império de quase cem jornais, revistas, estações de rádio e televisão – os Diários Associados – e fundador do MASP, Assis Chateaubriand, ou apenas Chatô, sempre atuou na política, nos negócios e nas artes como se fosse um cidadão acima do bem e do mal. Mais temido do que amado, sua complexa e muitas vezes divertida trajetória está associada de modo indissolúvel à vida cultural e política do país entre as décadas de 1910 e 1960, magistralmente recriada neste Chatô, o rei do Brasil.

Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo – Mario Magalhães

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A biografia do Marighella me deixou com vontade de ler a biografia de mais um monte de gente. Acho que o mais legal da leitura foi ter a oportunidade de entender mais um pouco da política do nosso país e de poder observar, através de uma pessoa, toda uma época da história brasileira.

Segue mais ou menos o mesmo estilo da biografia do Chatô, com cenas romanceadas e bem pintadas e que tornam o livro difícil de ser deixado de lado.

Nesta obra o autor busca percorrer a vida, a obra e a militância de Marighella, baiano que foi deputado federal, poeta e estrategista da guerrilha no Brasil. Passagens pela prisão, resistência à tortura, assaltos a bancos (e a um trem pagador), tiroteios e espionagem internacional fazem parte de sua biografia, que atravessa a história política entre as décadas de 1930 e 1960. Por isso, figuras como Fidel Castro, Getúlio Vargas, Carlos Lamarca, João Goulart, Che Guevara, Luiz Carlos Prestes, Carlos Lacerda e Olga Benario aparecem como coadjuvantes.

Missão Cumprida: A História Completa da Primeira Missão Espacial Brasileira – Marcos Pontes

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Sempre me fascinei com tudo o que é relacionado ao espaço. Lembro também que um dos trabalhos que mais me deu trabalho (há!) foi uma apresentação que fiz sobre o primeiro brasileiro a ir ao espaço. Claro que, assim que soube do lançamento desse livro, o comprei.

Confesso: Ainda não acabei de ler esse livro. Com 559 páginas, não é o tipo que pode ser colocado na mochila para ser lido no ônibus ou no metro (com o Marighella foi pior, o livro é de capa dura e tem mais de 700 páginas, só conseguia ler de bruços ou sentada com ele no colo) e, como esses são os lugares onde eu mais leio, é um pouco mais complicado ter o mesmo ritmo.

Outra coisa que deixa a leitura um pouco mais complicada é a quantidade de termos técnicos presentes no texto. Acho que algumas partes (especialmente as que se referem à estação espacial e ao foguete) deveriam ter explicações mais simples, com uma linguagem que o publico mediano poderia entender. E me irritou também a quantidade de referencias ao outro livro que Marcos Pontes lançou na mesma época desse aqui: ‘’É Possível! Como Transformar seus Sonhos em Realidades’’, nada contra, mas achei um marketing mal colocado e fora de hora. 

O livro tem uma serie de cenas que vão ser um prato cheio para os amantes de astronomia e astronáutica ou para aqueles que, como eu, são meros curiosos e querem uma saber mais através de uma fonte direta.

Acho que ia ser interessante poder ler a história da primeira missão espacial brasileira sobre os olhos de outra pessoa. Como uma estudante de jornalismo ainda na casca, não refleti muito sobre autobiografias, mas sei que talvez um texto mais imparcial e que mostre ambos os lados seja mais interessante do que um que mostre só um dos lados.

Neste livro, o leitor poderá conhecer um pouco mais de Marcos Pontes, um astronauta brasileiro. Ele relata, na obra, os eventos que se desenvolveram nos bastidores da primeira missão espacial brasileira – a política e os obstáculos antes do voo; os momentos de perigo, as curiosidades e a emoção de ver a Terra do espaço; a reação do país, as polêmicas, as críticas, os fatos, o orgulho nacional e a atitude positiva do astronauta, que procura inspirar as pessoas a lutarem pelos seus sonhos através da educação.

O mais legal de ler biografias é perceber que quanto mais você lê, mais você tem para ler. Aqui em casa já tem mais duas biografias só esperando eu acabar os livros atuais! E para vocês, quais são as suas biografias favoritas?

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo