Nome: A Múmia ou Ramsés, o Maldito
Autor: Anne Rice
Editora: Rocco
Páginas: 483
Essa semana fui à biblioteca do meu bairro, levar alguns livros de doação. Eu adoro ir na biblioteca, porque sinto que volto no tempo. Anos atrás, quando a situação financeira aqui em casa era ainda pior, eu pegava todos os livros que lia por lá.
Além disso, o acervo da biblioteca não é lá atualizado com muita frequência, então sempre encontro pérolas ou livros esquecidos no tempo. Ao passar pelas prateleiras de “Ficção estrangeira”, acabei encontrando o livro “A Múmia”, da Anne Rice. Aproveitei que estava com: 1) vontade de ler um livro sobre o Egito e 2) precisando ler uma autora mulher (estou balanceando os gêneros dos escritores que leio),e peguei o livro emprestado.
No livro, acompanhamos uma descoberta surpreendente do arqueólogo Stratford. Em uma escavação no Egito, uma tumba com uma múmia bem preservada é encontrada. No local, também há vários papiros, que avisam sobre o mito de um homem imortal – que viveu por milênios e aconselhou reis e rainhas do Egito, inclusive Cleópatra.
Falido, bêbado e precisando da ajuda do tio, Henry Stratford não aguenta mais seguir o velho arqueólogo pelo Egito. Por isso, quando a oportunidade aparece, Henry mata seu tio. Bem na frente da múmia milenar.
Quando as descobertas do famoso (agora morto) arqueólogo chegam a Londres, elas são recebidas na residência da família por Julie Stratford, filha do arqueólogo. Desesperado por herdar o dinheiro da família, Henry tenta matar Julie, mas é impedido pela múmia de Ramsés, o Maldito, acordada depois de dois milênios.
Ramsés, ou Ramsey como será conhecido de agora em diante, tem suas feridas curadas pela luz do sol. Ele se alimenta vorazmente e tem uma habilidade impressionante para aprender novas línguas. Além disso, a Múmia, agora recomposta, deixa Julie completamente fascinada. Restabelecido de suas energias e vestido com as roupas da época, Ramsey é um verdadeiro sapão.
O casal parte de volta para o Egito, na companhia de Henry Stratford, do noivo de Julie e do futuro sogro da menina. E é então que as coisas começam a descarrilar.
Sinceramente, esse livro me aborreceu horrores! Ele tinha TANTO potencial!
Anne Rice constrói uma atmosfera singular e o mistério em torno da múmia imortal é bem legal. Na verdade, o livro estava ótimo até a parte em que Ramsés impede Julie de ser assassinada. Desse ponto em diante, parece que o livro foi escrito por uma outra pessoa, que só tinha uma vaga ideia de como resolver os mistérios levantados pela narrativa inicial.
Os personagens que foram anteriormente bem construídos e definidos passam a agir de uma forma não-característica e, ao invés das perguntas serem solucionadas, elas ficam mais absurdas ainda (isso dentro de todos os absurdos permitidos por um livro que fala sobre imortais e múmias que voltam à vida, que fique claro). O final deixa tudo no ar com um “to be continued”. O mais curioso é que, aparentemente, o livro nunca teve uma continuação mesmo.
Honestamente, eu me senti um pouco traída pela história toda.
No começo, eu gostei porque achei bem similar ao filme “A Múmia”, que é estrelado por Brendan Fraser e Rachel Weisz. Da metade até o final, ele parece um romance barato de banca, que não merecia meu tempo – e que tempo, considerando que são quase 500 páginas.

Não é comum eu resenhar livros que não gostei para o blog. Mas, senti que “A Múmia” merecia uma chance de aparecer por aqui, porque foi uma experiência de leitura bem diferente para mim. Não me lembro de ter lido nenhum livro que parecesse tão promissor e que, no final, fosse tão desapontador como este.
O fato dele ter resenhas ou muito positivas ou muito negativas também me intrigou bastante. Alguém mais leu esse livro? Conta nos comentários! Estou precisando desabafar sobre ele! haha
Beeijos, A Garota do Casaco Roxo