Série “O Clube dos Canalhas” – Parte 2

Como prometido, voltei para contar para vocês o que achei dos dois últimos livros da série “O Clube dos Canalhas”, da escritora Sarah Maclean, publicada no Brasil pela Editora Gutenberg.

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No texto da semana passada, eu falei um pouco sobre os livros “Entre o Amor e a Vingança” e “Entre a Culpa e o Desejo”, que são os dois primeiros da série. Se você está com preguiça de ler o post inteiro, te adianto duas coisas: 1 – O primeiro livro é muito morno e esquecível e 2 – No segundo livro, é a mocinha que salva o “herói” e essa mudança de perspectiva foi bem legal.

Vamos à resenha dos dois últimos livros da série?

Entre a Ruína e a Paixão – Sarah MacLean

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Nome: Entre a Ruína e a Paixão

Autora: Sarah Maclean

Editora: Gutenberg

Páginas: 295

Nos dois primeiros livros da série, nós seguimos as histórias de Bourne e Cross, respectivamente. Os dois são aristocratas que caíram em desgraça e que foram convidados pelo misterioso Chase para gerenciar e serem sócios de um cassino. O “Anjo Caído” é um antro de apostas e de perdições frequentado por toda nobreza da Inglaterra, mas o lugar não seria nada sem Temple, o terceiro sócio.

Temple é forte como um touro. Quando os aristocratas perdem suas fortunas nos jogos do cassino, a chance de “redenção” é lutar contra Temple. Se eles conseguirem derrotá-lo, as dívidas são perdoadas. Só que, é claro, isso nunca acontece e Temple sempre ganha.

Originalmente um duque, Temple perdeu tudo quando foi acusado de um crime. Na noite anterior do quarto casamento de seu pai, ele beijou sua futura madrasta. Na manhã seguinte, ele acordou nu e sem nenhuma memória, em uma cama completamente ensanguentada. O corpo da madrasta nunca foi encontrado e o crime fez Temple ser expulso de sua família.

Anos depois ele ainda está ostracizado por conta desse crime. Acolhido por Chase e pelo Anjo Caído, sua vida segue em frente… Até que ele é contatado pela mulher a qual foi acusado de ter assassinado.

Mara Lowe tem uma personalidade forte e tem a responsabilidade de cuidar de um orfanato. Com o local ameaçado pelas dívidas de jogo de seu irmão, ela não tem escolha se não se apresentar diretamente a Temple e dá-lo a redenção que ele sempre quis.

Parece que eu contei a história toda do livro, não é mesmo? Mas tanta coisa acontece que essa é só a premissa dele mesmo. Apesar de ser o menor livro da série, esse é o que tem mais ação e acontecimentos.

As descrições das cenas são super cinematográficas e, se no livro anterior a mocinha é quem salva o “herói”, nesse daqui, o casal passa uma ideia de igualdade que é bem interessante.

Mara e Temple têm uma química sensacional e eles brigam o tempo todo. Casais que se odeiam e depois se amam é minha trope favorita, e a dinâmica do relacionamento deles me lembrou muito a da Claire e do Beckett, do livro “A Infiltrada” – um dos meus favoritos ever.

A Mara tem uma porquinha de estimação, a Lavanda, e eu adoro quando animais de estimação aparecem em livros de romance histórico porque eles costumam garantir um grande alívio cômico, que não é tão comum em livros do gênero. Na verdade, “Entre a Ruína e a Paixão” tem várias cenas que vão fazer você rir alto.

No geral, esse foi o livro que eu mais gostei na série inteira. Ele é engraçado e fofo e, nossa, as cenas calientes dele são sensacionais.

Se você só puder ler um único livro da série, leia este daqui!

Nunca Julgue uma Dama pela Aparência – Sarah Maclean

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Nome: Nunca Julgue uma Dama pela Aparência

Autora: Sarah Maclean

Editora: Gutenberg

Páginas: 313

Ok, se você é daqueles que não curte muito spoiler, pode parar de ler aqui. Todos os livros da série “Clube dos Canalhas” podem ser lidos como um stand-alone, sem precisar ler os anteriores.

Mas, em “Nunca Julgue uma Dama pela Aparência”, o grande segredo dos livros anteriores “afinal, quem é o Chase?” é solucionado. E, se você não quiser saber spoilers antes de ler o livro, o melhor é parar de ler por aqui.

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Olha, eu avisei. É melhor você parar de ler…

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Não vai parar mesmo? Então continue por sua própria conta e risco.

Ok, lá vai: Chase é, na verdade, Lady Georgiana Pearson. Sim, o Chase é uma mulher.

9anos atrás ela caiu em desgraça porque se apaixonou pela pessoa errada. Grávida e sem estar casada, Lady Georgiana foi deixada de lado por toda a sociedade e por seus pais. Com o apoio de seu irmão, ela criou sua filha e financiou o que viria a ser o maior cassino de toda a Inglaterra.

Em troca de uma associação, Chase só pedia uma coisa: segredos pessoais e cabeludos. E foi assim que Lady Georgiana Pearson passou a ter toda a sociedade na palma de sua mão – sem que eles soubessem, é claro.

Agora que sua filha Caroline já está grandinha, Lady Georgiana quer voltar à sociedade aos poucos, em busca de um marido com um título intocável. Ela quer que as pessoas esqueçam os erros do passado, para que sua filha possa ter uma vida mais normal. Será que ela vai conseguir?

Enquanto isso, Duncan West, jornalista e dono dos 3 maiores jornais do país, precisa descobrir quem é Chase. Tipo, desesperadamente. E o mais rápido que ele puder. É uma questão de sobrevivência para ele e para sua irmã mais nova, Cinthia. Será que ele vai conseguir?

Eu amei a premissa desse livro. Quando descobrimos que Chase é uma mulher, eu quase dei gritinhos. Do tipo em alto e bom som. Na vida real.

Mas, preciso ser sincera, ele não me agradou de todo.

Eu não gosto muito de histórias em que todo o enredo se baseia em segredos, e essa é uma delas. Quer dizer, eu sou de Áries, com ascendente e lua em gêmeos – só senta aí e conversa até resolver tudo, sabe? O livro é bom e legal, mas eu não amei o tanto quanto eu esperava amá-lo.

Em meio aos segredos e intrigas de Chase, Georgiana e Duncan, eu acho que a Sarah MacLean se perdeu um pouco e o livro acabou ficando um pouco monótono e cansativo.

Mesmo assim, a reversão dos papéis e a história de uma heroína com um passado que é qualquer coisa menos “imaculado” foram bem interessantes e divertidas de se ler.

Minha ordem de preferência acabou sendo “Entre a Ruína e a Paixão”, “Entre a Culpa e o Desejo”, “Nunca Julgue uma Dama pela Aparência” e “Entre o Amor e a Vingança”. Você já leu os livros da série? Qual a sua ordem de preferência?

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Série “O Clube dos Canalhas” – Sarah MacLean – Parte 1

É chegada aquela época do ano em que tudo o que quero é um bom livro de romance histórico, para relaxar minha cabeça. Isso já aconteceu no ano passado, quando eu li toda a série “Os Hathaway”, da Lisa Kleypas, em uma semana.

A bola da vez é a série “O Clube dos Canalhas”, da escritora Sarah MacLean, publicada no Brasil pela Editora Gutenberg. A série tem 4 livros e todos envolvem um mesmo universo de personagens, como é comum em romances históricos.

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Eu dividi os posts sobre esses livros em dois. No texto de hoje, eu vou falar sobre os dois primeiros tomos – “Entre o Amor e a Vingança” e “Entre a Culpa e o Desejo”. Vamos descobrir o que é que eu achei sobre esses livros?

Entre o Amor e a Vingança – Sarah Maclean

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Nome: Entre o Amor e a Vingança

Autora: Sarah Maclean

Editora: Gutenberg

Páginas: 303

Eu ainda não terminei de ler o quarto livro da série, “Nunca Julgue uma Dama pela Aparência”, mas acho seguro dizer que “O Clube dos Canalhas” começa como uma série morna, bem normal, e depois vai melhorando até ficar excepcional.

Em “Entre o Amor e a Vingança” acompanhamos a história de Lady Penélope Marbury, uma solteirona. Anos atrás ela era noiva de um jovem cavalheiro e iria ter “o casamento do século”, segundo sua mãe.

Um escândalo acaba rompendo o noivado e Penélope é deixada de lado pelo mercado de noivas da aristocracia britânica. Isso até que ela é pedida em casamento por Thomas Alles, seu amigo de infância. Ele é legal e agradável, mas não era exatamente aquilo que Penélope gostaria de ter como um marido. Ela fica ainda mais desconfiada ao saber que Thomas quer casar com ela para “protegê-la dele”. Ele quem?

Ele é Michael, o Marquês de Bourne, outro amigo de infância de Penélope. Michael perdeu tudo o que tinha aos 18 anos, em um jogo de cartas. Em uma jogada ruim foram-se embora suas propriedades, suas terras e suas fortunas.

Como um “Anjo Caído”, ele foi para Londres e foi recrutado por Chase, um aristocrata, para ser um dos gerentes de um grande casino, voltado à nobreza da Inglaterra. Com o casino, Michael dobrou a riqueza que tinha antes de perder tudo aos 18 anos. Mas ainda faltava algo: Falconwell, a propriedade de sua família.

Desesperado para casar a filha logo, o pai de Penélope, o Marquês de Needham e Dolby, atrela ao dote da menina algo muito valioso: o chalé e as terras de Falconwell, que Michael tanto quer.

E é claro que, para conseguir as terras e a propriedade, Michael vai ter que se casar com Penélope, mesmo que ela não queira.

“Entre o Amor e a Vingança” é legal e doce, mas não me empolgou tanto quanto outros livros de romance histórico que já li. Comparado com as histórias que vêm em seguida a esta, o livro perde um pouco de seu brilho.

Diferente da maioria dos romances, esse não é o típico casal que se casa por amor. É bem legal ver como os dois foram construíndo uma relação e uma intimidade.

O que me incomodou um pouco foi o foco tremendo na questão da “vingança”. Michael quer destruir a todo custo o homem que o fez perder tudo em um jogo de cartas. A premissa é interessante, mas cansativa. Chega um hora que você quer chacoalhar ele e mandar um “supera isso, cara!!!”.

Fora isso “Entre o Amor e a Vingança” é um livro fofo e doce, que abre-alas para o segundo livro “Entre a Culpa e o Desejo”, estrelado pela irmã de Penélope, Pippa Marbury.

Entre a Culpa e o Desejo – Sarah Maclean

entre a culpa e o desejoNome: Entre a Culpa e o Desejo

Autora: Sarah Maclean

Editora: Gutenberg

Páginas: 302

Lady Phillipa Marbury é inteligente demais. Tipo, ela sabe de muitas coisas e gosta de estudar e de aprender cada vez mais sobre os segredos do mundo e do Universo. O que é excelente, não é mesmo?

Não na Inglaterra de antigamente. O fato de Phillipa ser diferente de todas as outras a torna estranha e totalmente indesejável para casamentos. Mas, hey, uma garota precisa de um marido, certo? (Nops.)

Por isso, quando o jovem Castleton a pede em casamento, ela aceita. Ele gosta de cachorros e é gentil, o que mais ela poderia querer? Mas a combinação é tão estranha e errada que nem mesmo os pais e as irmãs de Pippa a querem casada com esse homem.

Mesmo assim, ela vai seguir em frente com o casamento, que acontecerá em apenas 10 dias.

Pippa ouviu alguns comentários sobre o casino de seu cunhado, o Marquês de Bourne. Ela sabe que lá é um lugar onde tudo pode acontecer e também ouviu fofocas sobre os outros dois sócios de Michael, Cross e Chase, e de suas peripécias com as mulheres.

Extremamente lógica e decidida a aprender mais sobre a mecânica do relacionamento de marido e mulher, ela vai atrás de Cross, com o objetivo de receber “lições de amor” e de estar bem preparada para seu noivo. Afinal de contas, Cross é conhecido pelos quatro canto por ser um arruinador de casamentos e por levar as mulheres à loucura. Será que ele vai aceitar?

“Entre a Culpa e o Desejo” foi um livro com mais nuances que “Entre o Amor e a Vingança”. Ao invés de focar em um único tema, várias coisas acontecem.

Tem vezes em que um livro tem tantos acontecimentos, que eu nem sei por onde vou começar a sinopse dele, tem vezes que tem “enredo” de menos. Nesse caso, há um belo balanço e esse livro vai te entreter por horas e horas, sem enrolar demais no mesmo tema.

Outra coisa legal é que todos os personagens são bem construídos e possuem passados interessantes. No caso de Cross, assim como o Marquês de Bourne, ele cometeu erros e foi convidado por Chase a gerenciar o “Anjo Caído”, o casino. É bem curioso descobrir e aprender junto com Pippa qual era o passado dele.

O que eu mais gostei foi que no final há uma inversão de papéis, que acontece de uma forma muito interessante. É o tipo de romance para quem já está cansada daquelas histórias “padrãozinho”.

Semana que vem você acompanha no blog as resenhas de “Entre a Ruína e a Paixão” e “Nunca Julgue uma Dama Pela Aparência”. Não perca!

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

As Fases da Lua – Clarissa Côrrea, Liliane Prata, Bianca Briones, Leila Rego e Jennifer Brown

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Nome: As Fases da Lua

Autoras: Clarissa Côrrea, Liliane Prata, Bianca Briones, Leila Rego e Jennifer Brown

Editora: Gutenberg

Páginas: 350

“As Fases da Lua” é um livro lançado no ano passado pela Editora Gutenberg, que reúne 5 contos diferentes. As histórias envolvem a lua de alguma forma e, por causa disso, são todas inevitavelmente românticas.

“Caminhos Cruzados” é o conto de Clarissa Côrrea e sua lua é a crescente. Ele abre o livro e tem 88 páginas – o que é bastante, considerando que é um conto. Apesar de ser a história que “abre” o livro e que nos apresenta o conceito e a ideia por trás da coletânea, ela não me surpreendeu.

Alice, a personagem principal, é uma garota do interior que nunca se sentiu muito conectada à sua família. Ela não vê a hora de prestar o vestibular e de morar em São Paulo, como sempre sonhou. Isso até que ela conhece Gustavo, um cantor lindo, porém deveras cafajeste.

O Gustavo vira a cabeça da Alice e, depois de um relacionamento-relâmpago, ela acaba engravidando dele. Sem querer assumir o bebê, ele dá um pé na bunda da Alice, não sem deixar a menina devastada.

Acontece tanta coisa, mas tanta coisa, que fica difícil escrever uma sinopse sem revelar muito e estragar a surpresa. Esse é o tipo de conto que ou 1- deveria ser um livro ou 2- deveria ser bem editado e reduzido pela metade.

A autora gasta muito tempo em acontecimentos inúteis e que não vão avançar o enredo, enquanto, simultâneamente, apressa (ou ignora totalmente) trechos que deveriam ser mais longos. Algumas das frases e parágrafos são gigantescos e a impressão que dá é que eles não foram revisados.

O conto é narrado como se a Alice estivesse dando um depoimento, sabe? Acaba sendo muito maçante. A premissa é boa e a história é recheada de mulheres fortes, mas a forma como o conto é narrado acaba tirando toda a diversão da leitura.

Há erros de continuidade na narrativa. Um trecho que me marcou foi quando a Alice se muda para São Paulo. Ela se muda para o apartamento da tia e gasta algumas frases falando sobre ter convidado os amigos para morarem com ela e etc. Uma ou duas páginas depois, ela escreve algo tipo “fui com minha tia para São Paulo, para conhecer o apartamento dela”. Tipo, que? Eu reli esse trecho algumas vezes e continuo sem entender.

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Outra coisa que me incomodou foram as expectativas TOTALMENTE IRREALISTAS em relação a carreira de jornalista. Sério, quanto mais eu lia, mais eu me irritava. Eu sei que é ficção, mas essa parte me pareceu tão inverossímil, que esse conto vai ficar marcado na minha mente – pelos motivos errados.

A verdade é que, se não fosse pela minha teimosia, baseando no que vi em “Caminhos cruzados”, eu provavelmente não teria lido os outros contos de “As fases da Lua”, mas, né, ainda bem que eu sou teimosa.

Algumas coisas que aprendi” é o conto da Liliane Prata e, ah, é tão lindo! A lua dela é a cheia.

A Lena também está sofrendo por conta de um cara babaca, o Eduardo. Ele ignora as mensagens dela e só a procura quando está carente, sabe? A Lena é tipo a booty call dele, e sofre horrores por conta disso. Ela trabalha como professora de artes em uma escola, apesar de sempre ter sonhado em ser uma grande ilustradora e a vida dela parece estar naquele estágio estranho de “vai” ou “não vai”.

Um dia, uma amiga de infância, a Giulia, entra em contato pela internet. A Giulia se mudou para a Itália, pouco antes delas entrarem no ensino médio e, naquela época, isso pareceu ser o fim do mundo. Para evitar que a distância de um oceano acabasse com a amizade, elas fizeram um pacto. Se um dia a Giulia estivesse triste, a Lena iria visitá-la na Itália e, se um dia a Lena estivesse triste, a Giulia viria visitá-la no Brasil.

Lena descobre que o pai de Giulia (com quem ela tinha uma conexão especial) morreu em um acidente de carro e que a amiga está devastada. Sem perceber, ela apela ao pacto da amiga e usa suas economias para passar um período na Itália.

Na Itália, Lena conhece novos lugares, muda de ares, se reconecta com a amiga querida e também conhece algumas pessoas, que vão fazer ela esquecer do Eduardo bem, bem, bem rápido.

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“Eu comeria carboidratos se um garoto italiano comprasse eles para mim” – Quem não, Kate?

A relação entre as duas amigas é bem descrita e há vários subplots interessantes nesse conto. Eu fiquei com vontade de ler mais e de descobrir tudo que ia acontecer – com todos os personagens.

As descrições dos lugares são muito boas e parecia que eu estava mesmo na Itália com a Lena. É um conto muito fofo e eu pularia direto para ele.

Se você pudesse ficar…” é o conto da Bianca Briones e eu chorei horrores com ele. O conto é o da lua minguante.

Em apenas 54 páginas, somos apresentados ao casal Bruna e Guilherme. Os dois estão juntos desde sempre, tipo, mesmo. São namorados desde que eram criança e, agora que terminaram os estudos e estão começando oficialmente na “vida adulta”, mal podem esperar para casar e fazer tudo juntos.

O relacionamento dos dois vai bem e tudo parece promissor até que Guilherme começa a ficar doente, muito doente. O conto tem flashbacks da história do casal e é fofo, fofo demais.

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Euzinha, depois de ler esse conto.

É o menor conto do livro inteiro e eu fiquei impressionada com a forma como ele conseguiu me envolver e me encantar (e me emocionar) em tão poucas páginas.

Minha canção favorita é você” é o conto da Leila Rego e eu fiquei com vontade de quero mais, de novo! Esse é o da lua nova.

Dora é uma médica-oftalmologista que está na Bahia – para um congresso profissional, sem mais nem menos. Ela sofreu nas mãos de um ex meio louco e agora só quer saber de estudar e trabalhar, para a tristeza de sua melhor amiga Sarah.

Sarah sabe que o show de encerramento desse congresso profissional vai ser feito pelo cantor João Leone, que é a sensação do momento. Ela quer que a amiga vá ao show para que ela consiga curtir também – vicariamente, mas Dora não vai ceder tão facilmente.

Enquanto as duas discutem pelo telefone, no elevador, Dora é observada de perto por um homem lindo e misterioso, que deixa a médica mole e bamba, como há muito tempo ela não ficava.

Dora não vai ter escolha a não ser se deixar envolver pelo homem misterioso, cuja personalidade real vai surpreendê-la. Mamma mia, que conto!

Eu fiquei verdadeiramente triste quando esse conto acabou, porque eu queria mais e mais!

Uma das coisas que eu mais gosto nos livros da Leila é que os seus personagens pertencem todos a um mesmo universo. Em determinada cena, Sarah e Dora almoçam no restaurante de André, personagem do livro “A Segunda Vez que te Amei”. O João Leone, por sua vez, é irmão do personagem de um livros ainda não publicados da Leila, que eu tive a feliz chance de ler recentemente.

Oráculo Azul” é o conto de Jennifer Brown e, o fato da lua ter apenas 4 fases, já deveria ter servido como um aviso de que esse conto não deveria ter sido inserido nessa coletânea. Ele, por sinal, aborda uma bem fictícia “lua azul”.

Sabe aquele barulho de agulha riscando o vinil? Foi exatamente esse o som que meu cérebro fez quando comecei a ler esse conto.

Ele conta a história de Destiny, uma garota que mora em um lar adotivo e que é forçada pelos seus pais adotivos a fazer trabalho voluntário (oi? sim, é isso mesmo). A cidade em que ela mora está sendo banhada por um misterioso luar azul e isso tem deixado todos eufóricos e cansados.

O conto tem, ao todo, 39 páginas de extensão e eu juro que não consegui entender a história da Destiny, o significado dela ou o porquê, oh céus, fariam tanto escândalo por conta de doações.

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Enquanto os 4 contos anteriores podem ser considerados bons exemplos de chick-lit e de histórias sobre mulheres fortes (até o primeiro conto, que eu não gostei muito, é um ótimo exemplo de uma história sobre uma – ou várias – mulheres fortes), “Oráculo Azul” é mais voltado para o público Young Adult e destoa muito dos outros.

Sem sentido e deslocado das histórias iniciais, o conto de Jennifer Brown foi um jeito “chôchô” e meio triste de terminar um livro que teria sido muito bom – se não fosse a tentativa de enfiar um estrangeiro no meio para dar “atrair leitores”.

Já leu “As Fases da Lua”? Conta para mim qual foi seu conto preferido?

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Amigas (Im) Perfeitas – Leila Rego

Nome: Amigas (Im) Perfeitas

Autora: Leila Rego

Editora: Gutenberg

Páginas: 389

Preço: R$ 39, 80

        

 

 

 

“Juntas no amor, na dor e no rock’n’roll’’, frase que acompanha o título, define muito bem a história criada por Leila Rego. No livro conhecemos Nina, Malu e Pâmela, amigas desde o colégio e que estão sempre juntas, para o que der e vier e com direito a trilha sonora do Legião Urbana.

’Na nossa sociedade, a versão feminina de cafajeste é a galinha. E galinhas não são muito bem vistas pelos olhares mais ortodoxos.’’

p.15

 Nina é a mulher mais ‘’dedo podre’’ da face da Terra (o que ajuda ainda mais a identificação do leitor com a história, afinal de contas, quem nunca escolheu o único cafajeste no recinto e quem não tem pelo menos uma amiga que fez e que vive fazendo isso?), ela está sempre à procura de um amor perfeito, daqueles que fazem suspirar, mas tudo o que ela consegue arranjar são cafajestes. O mais recente, é o Marcelo,  conhecemos ele durante a trama e vamos acompanhando o desenrolar do namoro (Para vocês terem ideia do nível dos amores de Nina, alguns apelidos são ”Marcelo Coringa”, ”Lúcio Darth Vader” e ”Sandro Lorde Voldemort).

‘’[…] Vou fazer uma simpatia para meu namoro com Marcelo vingar de vez. Conheço uma poderosa e infalível. Só precisava dos ingredientes certos… e do santo certo. No caso, é aquele mesmo. Esse santo sabe das coisas.

Certo, então vamos à simpatia.

Desenhe um coração em uma folha de papel branco.

Ok, ali estava a folha e o coração, desenhando de caneta rosa para o santo entender que sou bem romântica.

Muito bem. O próximo passo é recortar o desenho e escrever dentro dele seu nome e o do namorado.

Feito.

Agora, coloque o desenho no fundo de um prato e derrame mel…

Ai, droga! Não tinha mel.

Será que não podia trocar por cobertura de chocolate? É doce da mesma forma. E melecado e grudento. Achei que ia funcionar, uma vez que o objetivo principal era que Marcelo ‘’grude’’ em mim.

É, foi o chocolate mesmo.’’

p.75

Manu é a mais protetora do grupo. É aquela amiga que ama dar conselhos amorosos, mas que não namora, nem é casada. Conforme a história se desenrola, vamos descobrindo mais e mais sobre o passado dela (alias, descobrimos mais sobre o passado de todas) e ficamos ainda mais interessados na vida das meninas. Manu é outra pessoa com a qual todo mundo consegue se identificar por ter ter uma personalidade muito forte, me identifiquei mais com ela do que com Nina, que é quem narra a história.

Já Pam aparece pouco na trama se comparada com as amigas, ela só recebe destaque mesmo e descobrimos mais sobre ela da metade para o final do livro, mas mesmo assim, é fácil gostar dela e ser cativado por ela. Pam é aquela mulher que parece ser estável e forte, uma verdadeira muralha, mas no fundo no fundo, ela é a mais sensível e que mais precisa de ajuda.

Mas se você acha que cafajestes  e desilusões amorosas dominam a história inteira está muito enganado! Os mocinhos criados por Leila também são Ó-T-I-M-O-S e fazem toda a raiva pelos cafajestes desaparecer em uma piscadela! Além disso, eles soltam perólas como essa aqui:

‘’ – Não vejo sentido na traição. Estaria me iludindo com uma vida vazia buscando felicidade momentânea a todo instante. Sou fiel a mim e aos meus valores. Se algum dia eu trair alguém, estarei traindo a mim mesmo em primeiro lugar.

Gente, estava chocada.

Um homem tinha falado isso mesmo? Tão raro nos dias de hoje!

Vamos emoldurá-lo e colocá-lo em um museu? Eu sou super a favor.’’

p.234

Com um humor meio sarcástico, mas na medida certa, a narrativa flui rapidamente e te envolve de uma maneira que quanto mais você lê, mais você quer! Quando acabei a história fiquei com aquele gostinho de quero mais na boca durante um bom tempo! Não conseguia encontrar nada que me agradasse tanto quanto ‘’Amigas (Im) Perfeitas’’!

 A capa também é linda! Ela tem uma textura que combina muito com as cores e a vida das amigas, fica perfeito demais! É uma das minhas capas favoritas desse ano!

 Já li ‘’Pobre Não Tem Sorte’’e posso afirmar que Leila amadureceu muito sua escrita entre um livro e outro. Os personagens são muito melhores e mais cativantes, aliás, a narrativa também é! Te envolve muito mais!

Com ‘’Amigas (Im) Perfeitas’’ e um número cada vez maior de autoras nacionais publicando chick-lits, podemos afirmar que daqui a alguns anos, o ‘’chick-lit brasileiro’’ vai ficar até melhor que o ‘’importado’’. Afinal de contas, é bem mais fácil gostar de uma personagem que come pão de queijo no café da manha.

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

Três Céus – Enderson Rafael

Nome: Três Céus

Autor: Enderson Rafael

Editora: Gutenberg

Páginas: 255

Preço: R$ 29,70

           

‘’Três Céus’’ conta a história de Lucas Luchesi, um comissário de bordo em busca de um amor; Patrícia Milano, uma comissária ainda em inicio de carreira e Fernando Villas, um comandante com o casamento em risco. Com vidas diferentes um do outro vamos observando o mundo da aviação por óticas diversas, mas que em determinado momento, se cruzam em um final surpreendente.

            Sei que na barra lateral do blog tenho até um banner apoiando sua publicação, mas li ‘’Três Céus’’ sabendo muito pouco sobre ele. Para falar a verdade, nem queria saber. Já me frustrei muito com esse negocio de ver coisas positivas demais sobre um livro e depois dar de cara no muro por esperar mais da história.

            Também não sou muito fã de aviões, não tenho medo, mas não amo andar de avião (incho, fico enjoada, tonta e tudo mais que se pode imaginar) e acho que isso me atrapalhou um pouquinho na hora de me colocar no lugar dos personagens e de realmente sentir na pele o que eles sentiam (isso só aconteceu nos momentos finais do livro, mas esses realmente foram de tirar fôlego de qualquer um, até de quem nunca andou de avião!).

            As descrições meio longas sobre o funcionamento dos aviões e do mundo da aviação de modo geral cansaram um pouco e tornaram a leitura meio maçante. Tive a impressão de que as explicações e dissertações sobre esse mundo se sobressaíram mais do que o romance e a historia dos três personagens, mas foi muito interessante ter mais detalhes sobre acontecimentos reais como os acidentes aéreos de 2006 e 2007.

‘’Gabriella estava ali para aproveitar o ambiente. Diferente de muitas de suas colegas de trabalho, era uma menina séria. Apaixonada por seu ‘’namorido’’, como gostava de chamar o comissário Pedro Henrique, que conhecera no treinamento da companhia, não passava por sua cabeça ser infiel. Essa não era uma característica tão comum entre os tripulantes, pilotos ou comissários, homens ou mulheres, gays ou héteros. Claro que havia muita gente, como ela, que levava a sério seus relacionamentos, mas aquela definitivamente não era uma regra, e tal qual em qualquer outra profissão, a infidelidade acontecia por vezes, sem pudores,’’

P.46

Também aviso que ‘’Três Céus’’ não lembra nem um pouquinho o ‘’Todas as Estrelas do Céu’’ – se o Ende continuar assim, vai virar o autor celestial!

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo