Quando a Noite Cai – Carina Rissi

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Nome: Quando a Noite Cai

Autora: Carina Rissi

Páginas: 447

Editora: Verus

Antes de começar a resenha de hoje, eu gostaria de pedir desculpas pela falta de posts de Fevereiro. Mês passado foi muito louco, por muitos motivos. Foi um mês de perdas e de descobertas, de fins e de começos de novos ciclos. Agora estou me adaptando a uma nova rotina e o blog volta a estar na minha lista de prioridades. Espero que entendam e que permaneçam de olho nas novidades!

“Quando a Noite Cai” é um dos lançamentos mais recentes da Carina Rissi e foi um dos livros que ela comentou que estava planejando escrever, durante uma entrevista que fiz com ela em (eita!) 2012.

Eu adoro os livros da Carina e, sério, surtei quando esse livro finalmente chegou em casa e eu pude me jogar na história de Briana e Gael. Lembro que escrevi que ler Meg Cabot era como “colocar aquele moletom velhinho, que já se ajusta no nosso corpo naturalmente.” Sinto o mesmo com os livros da Carina.

A vida já é difícil, é puxada e, na maior parte do tempo, a gente não faz ideia do que está acontecendo ou do que estamos fazendo. É legal ler livros desafiadores, clássicos atemporais e narrativas que nos fazem refletir sobre a coisa toda e tudo mais, mas, às vezes, tudo que precisamos é de uma leitura fácil, que seja como receber um cafuné e que deixe a gente suspirando no transporte público. Os livros dela são assim.

Em “Quando a Noite Cai”, acompanhamos a história da Briana, uma moça super desastrada que não consegue se manter por muito tempo em nenhum emprego, apesar da grande necessidade financeira de sua família. Há anos, Briana tem sonhos que se repetem e que formam uma história contínua. Basta adormecer e a garota é transportada para uma Irlanda repleta de guerreiros e de altas disputas entre reis e reinos. Um guerreiro em especial é o dono do coração de Briana e ela aguarda as noites ansiosamente para encontrar-se com ele. A coisa toda é muito dramática, sabem como é.

Certo dia, Briana é convidada a participar de uma entrevista de emprego, mas desiste depois de esperar seu entrevistador por horas e de quase alagar o escritório inteiro em um acidente com o bebedouro. Na saída, como desgraça pouca é bobagem, ela é atropelada por um carro. Quando o motorista responsável pelo acidente sai do carro para ver o que aconteceu com a garota, Briana encontra um homem que é igualzinho ao guerreiro irlandês de seu sonho. Uau, né non?

Como se isso não fosse o bastante, ela também descobre que ele era o entrevistador que se atrasou por horas, Para compensar pelo atropelamento e pelo atraso, o homem, que se chama Gael, acaba por oferecer a ela uma vaga como assistente pessoal dele.

Brianna e Gael começam a trabalhar juntos, mas a garota não consegue deixar de se perguntar de onde vem a semelhança entre ele e o misterioso guerreiro irlandês que habita os sonhos da garota. Os dois também começam, aos poucos, a se encantar um pelo outro e a coisa toda é de fazer você suspirar no busão.

Olha, eu adorei esse livro. Fui completamente absorvida por ele, como há tempos não acontecia comigo, e não pude deixar de me encantar com a mágica e a química que rola entre Gael e Briana.

Os outros personagens são bem construídos e é impossível não amar a irmã da Briana.

Mas, preciso dizer, me decepcionei um pouco com o final e com como as justificativas para toda essa situação se deram.

Eu não darei spoilers, mas, durante a leitura, eu formulei uma hipótese que justificava o porquê dos sonhos da Briana. Eu acreditei tanto na minha teoria, que, cada vez que lia, encontrava evidências que poderiam comprová-la. Quando a justificativa finalmente chegou e não era NADA daquilo que eu estava pensando, eu não me senti surpreendida, mas, sim, traída.

Foi um sentimento muito estranho, sabe? Ao invés de optar pelo caminho mais fácil, a autora deu uma volta maior e eu acho que me perdi um pouco nesse trajeto todo. Na real, eu talvez releia “Quando a Noite Cai” só para saber se foi minha pressa em saber o que estava acontecendo (eu tendo a ler livros assim rapidamente) que causou toda essa sensação ou não.

Se você já leu “Quando a Noite Cai”, me manda uma mensagem porque eu super estou precisando conversar com alguém sobre ele!!!

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Procura-se Um Marido – Carina Rissi

procurase um maridoNome: Procura-se Um Marido

Autora: Carina Rissi

Editora: Verus

Páginas: 472

Preço: R$ 31, 90

Alicia é uma garota – problema, quase uma Paris Hilton brasileira. Neta de um milionário dono de um conglomerado de empresas, ela não gosta muito de trabalhar (para que, né?) e DETESTA acordar cedo.

‘’- Não vou trabalhar. Eu to doente. Uma virose. Muito contagiosa. Altamente contagiosa – miei, querendo desesperadamente voltar ao sonho delicioso em que Ian Somerhalder me perseguia para me encher de mordidas vampirescas. Humm…

p. 14’’

Até que Narciso, seu vô e porto – seguro, única pessoa que ela sente que realmente se importa com ela, morre (preciso dizer que chorei compulsivamente nessa parte?).

Além de ter que lidar com o luto, Alicia vai ter que enfrentar os advogados e o testamento absurdo que seu avo escreveu dizendo que para receber sua herança ela vai ter que ficar casada por um ano.

‘’[…] Quase tão forte quanto meu desejo e fugir dali aos prantos com a constatação de que vô Narciso me considerava uma idiota fracassada incapaz de cuidar de mim mesma.

p. 32’’

Em uma atitude desesperada ela decide alugar um marido e entre os loucos que a procuram está *suspiro* Maximus Cassani, um de seus colegas de trabalho.

‘’não foi isso o que eu quis dizer, mas vamos ser honestos, Max. Em condições normais, eu não casaria com você nem que você fosse o último homem sobre a terra. E você nunca sonharia em ter justamente a mim como sua mulher.

p. 101’’

Carina Rissi novamente (ela também é autora de ‘’Perdida’’ um dos meus queridinhos) nos presenteia com uma história deliciosa e romântica, um exemplo claro de chick – lit brasileiro.

‘’Procura-se Um Marido’’ tem todos os elementos que uma boa história deve ter e, além disso, é extremamente bem escrito. Sabe aquele livro que te prende, que faz você ler páginas e mais páginas sem nem perceber que está lendo e que te envolve de um jeito que você só consegue largar ele quando acaba de ler? Então, esse livro é desse jeito!

‘’Alicia, eu sei que essa não é a vida que você queria e sei que está tendo dificuldades para se adaptar, mas eu estou aqui para te ajudar. Só que para isso você precisa deixar que eu me aproxime. Você tem que confiar em mim, ou não vai dar certo. E eu quero que dê certo! Quero que você consiga recuperar sua herança, quero que seja feliz. Eu prometo não te abandonar. Já te disse isso.

p. 249’’

*pausa para reler o quote e suspirar comigo*

Me deleitei na leitura e gostei tanto dele que quando fui selecionar alguns quotes para colocar nessa resenha, me peguei relendo algumas das minhas partes favoritas! Ainda estamos em abril, mas já posso afirmar que o mais novo romance de Carina Rissi já é um dos destaques do ano.

Recomendo esse livro para todas que gostam de um romance leve e divertido, aqueles que são despretensiosos, mas que passam uma mensagem e te deixam feliz! É IMPOSSÍVEL não se apaixonar por Alicia, Max, Narciso e todos os personagens dessa história!

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

Entrevista com Carina Rissi


 
   Carina Rissi é autora de Perdida, livro pelo qual eu me encantei que já foi resenhado aqui pro blog e de Procura-se um Marido, lançamento deste mês pela editora Verus!

         Mandei algumas perguntinhas para ela, afinal de contas, quem não quer saber mais um pouquinho sobre aquele autor que admira? Essas são as respostas que ela me mandou!

AA- Amanda Ariela(minhas perguntas)

CR – Carina Rissi(as respostas dela)

AA)            Como surgiu a ideia de escrever um livro como ‘’Perdida’’? Você já o tinha inteiro em mente (a ideia de ser uma comedia romântica) ou foi modificando conforme a escrita fluía?

 CR: A ideia do livro surgiu numa noite em que fiquei sem energia elétrica na hora do jantar e não consegui me virar sem o micro-ondas (sou totalmente dependente dele). Levei uns dois anos para começar a escrever Perdida, e durante esse tempo, as cenas iam e vinham na minha cabeça, mas eu não tinha a história toda, era tudo muito solto e nada se conectava. Quando tomei coragem para escrever é que a história foi tomando forma e se parecendo com um chick lit. Eu não pensei em que gênero se enquadraria enquanto escrevia, foi natural. Acho que meu estilo acaba sendo reflexo do que eu gosto de ler.

 AA)    Qual foi a parte mais difícil de escrever a história? E a mais legal?

CR: Caramba, é difícil escolher a mais legal. Eu realmente me diverti muito escrevendo esse livro. Bom, uma das minhas cenas preferidas é quando o Ian conhece a Bic da Sofia. Eu adoro a inocência dele, a forma como ele se apega aos pequenos detalhes. Agora, a mais difícil de escrever foi com certeza a cena em que Sofia visita a casa do Ian e se depara com os quadros dele. Foi tenso, pois eu sentia o desespero dela como se fosse meu.

AA) Alguns dias atrás você publicou um trechinho de algo que chamou de ‘’Perdida 2’’, você pretende mesmo escrever uma continuação, ou foi só uma palinha para matar saudades dos seus bebes literários?

 CR:Não foi, não. Estou trabalhando mesmo na sequência que ainda não tem título, nem data para ficar pronto, por enquanto ficou como Perdida 2 mesmo rsrs. Eu tinha que escrever ou a Sofia não ia me deixar em paz. Meus personagens são muitos reais pra mim, como amigos imaginários. Imagine então sua amiga imaginária, vestida com roupas do século 19 e All Star vermelho, com os cabelos eriçados, que fala sem parar, aparecendo de madrugada para atazanar você para que escreva mais sobre ela. É assim que a Sofia age comigo. 

AA)    Quais são seus outros projetos?

 CR: Além da sequência de Perdida que já está em andamento, estou mega-ansiosa para concluir o No Mundo da Luna, que vai contar a história de uma jornalista recém-formada e atrapalhada que o mais perto que chegou de uma revista foi a recepção e, mais tarde, numa situação bastante curiosa, acaba assumindo a coluna do horóscopo sem saber nado sobre astrologia e a vida dela fica de cabeça pra baixo.

Tenho praticamente pronto um projeto um pouco diferente – meio que um conto de fadas para meninas grandes rsrs – que, por enquanto eu chamo de Luz na Escuridão, e tem de tudo um pouco: uma princesa, um guerreiro irlandês ultra sexy, uma bruxa boa e outra má, uma maldição celta e um amor verdadeiro pra complicar um pouco as coisas.

Outro ainda sem título definido é Mil Acasos, a história da Mel, que tinha a vida que pediu a Deus até que ela morre (bom, ela não morre realmente, está bem viva, mas… é uma longa história rsrs).

 AA)     Vi que em breve teremos o lançamento de ‘’Procura-se um Marido’’ pela editora Verus, conte-nos um pouco sobre a diferença entre escrever ‘’Perdida’’ e ‘’Procura-se um Marido’’(se continuar assim vai virar a autora dos livros que só começam com ‘’P’’!)

 CR: Hahahaha Eu também já pensei nisso. A autora dos Ps e das capas dos tênis rsrs.

Estou muito feliz com o novo livro. Procura-se um Marido, que sai em 19 de outubro, é um trabalho que me deixa super orgulhosa. É um livro rápido, com aquela pitada de magia que eu adoro e romance na medida certa. Ficou do jeitinho que eu queria. Foi extremamente divertido e fácil escrevê-lo, talvez porque dessa vez eu soubesse o que estava fazendo. Eu me apaixonei perdidamente pela Alicia, por isso corri para terminar logo e saber o final da história dela. Espero que os leitores se apaixonem por ela também.

Já Perdida foi mais no susto, sabe? Eu não sabia o que estava fazendo, nem que estava escrevendo um livro. Acho que a pessoa que ficou mais surpresa quando soube que eu tinha escrito um livro foi eu mesma.

 AA)            ‘’Perdida’’ se passa em uma cidade desconhecida e há 200 anos! De onde surgiu a ideia de não localizar a historia geograficamente?

 CR: Eu não nomeei a cidade porque queria que cada leitor imaginasse aquilo que já conhece (o mesmo acontece com Procura-se um Marido e diversos outros projetos em que a localização é irrelevante para a trama). Eu gosto de dar essa liberdade para o leitor criar seu próprio mundo.

 AA)E como foi fazer a pesquisa histórica para escrever o livro? Foi fácil achar as informações que precisava?

 CR: Nossa, foi muito complicado. Eu queria contar a história do ponto de vista da Sofia (um ponto de vista feminino, que é sempre minimalista) e, caramba, foi uma novela conseguir juntar todas as informações que eu precisava. Mas pra ser sincera, pesquisar é uma das minhas partes favoritas.

 AA) Que dicas você dá para os autores iniciantes e para quem ainda nem começou, mas já foi mordido por uma ideia?

 CR: Bom, eu não tenho tanta experiência assim, então vou dizer o que aprendi até agora. Muito BNC (bunda na cadeira) em primeiro lugar. Um bocado de disciplina para ler e reler, editar e reeditar, exaustivamente o trabalho. Não ter medo de como vai ficar seu texto porque citando Nora Roberts, uma das maiores escritoras da atualidade, “só não dá para editar uma página em branco”. Pegar leve nas críticas porque o pior crítico de um autor é ele mesmo.

Depois, muita paciência e determinação quando enviar o texto para as editoras. “Não” é a palavra que você mais vai ouvir, mas não esqueça que basta apenas um solitário “sim” para mudar tudo.

AA)  Fale um pouquinho do seu processo de escrita de modo geral. Você escreve de dia? De noite? Ouvindo música? No silencio total?

CR: Ah, eu escrevo sempre que consigo um tempinho, a qualquer hora do dia ou da noite. A tarde é meu período mais produtivo, mas amo escrever na paz da madrugada (sabe como é… o telefone não toca, ninguém acordado, só eu e meu computador). Uso muita música para escrever, acho uma ótima ferramenta para destravar as ideias e um condutor excelente para transmitir emoção ao texto.

 AA)    O que você sempre quis que te perguntassem em uma entrevista, mas nunca te perguntaram? E qual seria resposta dessa pergunta?

 CR: A pergunta seria: Quando você sentiu que era uma escritora de verdade pela primeira vez?

E a resposta: Foi na Bienal do Livro de SP, no mês passado. Eu estava morrendo de medo de que ninguém fosse aparecer. Mas apareceram centenas de pessoas e foi maravilhoso! Uma das melhores experiências que já vivi. Teve uma fila quilométrica, as pessoas me chamando de Carina Rissi (igual fazem com gente famosa, sabe? Em vez de me chamar de Carina ou Cá como estou acostumada), algumas meninas se emocionaram ao falar comigo e, enquanto eu via os olhinhos brilhando, me dei conta de que eu era sim uma autora. Que muitas daquelas pessoas já tinham lido Perdida e gostaram tanto a ponto de se submeteram a ficar numa fila de mais de duas horas só para falar comigo, tirar uma foto ou pegar um autógrafo. Nem sei se mereço tanto carinho, viu? Foi absurdamente maravilhoso e surreal, uma experiência incrível que eu jamais vou esquecer.

 AA)            Quais são os autores que te inspiram? E quais são seus livros favoritos?

 CR: Jane Austen é minha diva absoluta. Toda vez que leio algo dela quero escrever alguma coisa. Ela faz parecer tão fácil! rsrs

Marian Keyes, Meg Cabot, Sophie Kinsella, Marcello Rubens Paiva são autores que eu admiro e que têm grande influência em minha escrita. Meu livro favorito é Orgulho e Preconceito da Jane, seguido de pertinho por Tem Alguém aí?, da Marian Keyes.

AA)            O que você acha do apoio que os blogs dão a sua escrita? Mesmo com algumas resenhas negativas (que eu até agora não achei nenhuma) você acha válido esse tipo de divulgação e as críticas construtivas?

 CR: É importantíssimo! Foi graças à ajuda dos blogs que eu consegui me destacar, ser aceita e lida. Eu tenho uma dívida eterna de gratidão com esses blogs literários por tudo que fizeram e fazem por mim. Sem esses blogueiros e blogueiras maravilhosos eu não seria nada. =)

Gostaria de agradecer enormemente a Aline, do blog Vício de Menina, sem a ajuda dela, eu jamais teria conseguido fazer essa entrevista e deixar ela tão boa quanto ficou! Agradeço também a Carina Rissi, por ter dedicado sua atenção a essa Garota do Casaco Roxo que vos fala!

 Leia também minhas resenhas para os outros livros da Carina: Encantada, Destinado, No Mundo da Luna e Mentira Perfeita. 

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo