Morte em Terra Estrangeira – Donna Leon

MORTE EM TERRA ESTRANGEIRA

Nome: Morte em Terra Estrangeira

Autora: Donna Leon

Editora: Companhia das Letras

Páginas: 360

Esses dias eu fui na biblioteca do meu bairro (olha só o que o desemprego está fazendo comigo!!!), em busca de um livro para um dos meus próximos textos da Revista Pólen. É claro e óbvio que acabei saindo de lá com mais do que aquilo que fui atrás. “Morte em Terra Estrangeira” foi um desses livros.

Um corpo aparece boiando em um dos canais pitorescos de Veneza. O comissário Guido Brunetti é chamado no meio da noite para verificar o local do crime. Nos bolsos do cadáver, Brunetti encontra apenas alguns centavos de dólar, que sugerem que o corpo pode ser de um dos turistas que invadem a cidade.

Mas, o que parece ser um simples latrocínio acaba virando uma trama complicada. Ainda mais quando Guido descobre que o cadáver é o de um funcionário do governo americano, que estava estacionado na Base Militar americana de Vicenza.

Brunetti também é o responsável por identificar o responsável pelo assalto da mansão de um poderoso e perigoso comerciante de armas. De lá, levaram quadros de pintores famosos e jóias, mas será que o poderoso dono da mansão é apenas uma vítima mesmo?

Esse livro não foi particularmente bom, mas não pude deixar de me encantar com ele. Originalmente publicado em 1991, o livro foi traduzido pela Companhia das Letras e publicado por aqui apenas em 2004. É o segundo, de uma série de 26 (!!!) livros.

“O cadáver estava boiando de bruços na água turva do canal. A vazante o arrastava lentamente em direção à amplitude da laguna que se espraiava além da barra. A cabeça bateu algumas vezes nos degraus limosos da amurada em frente à Basílica de San Giovanni e Paolo, enroscou-se um momento, mas não tardou a se afastar quando os pés, num delicado movimento dançante, traçaram um arco que se desprendeu, e o corpo volto a se deslocar rumo à vastidão e à liberdade”.

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Basicamente, esse livro é mais velho do que eu e não é particularmente um clássico, então ele me pareceu extremamente datado. Em um dos momentos, Guido tem que descobrir uma série de informações sobre um determinado produto químico. Na era pré-internet ele vai até uma livraria e compra três livros diferentes sobre o assunto. Guido também comenta repetidas vezes que sua esposa, Paola, não se importa se ele não dá satisfações de seu paradeiro, também, na era pré-celular, é bem mais fácil.

O ritmo é bem lento e, às vezes, o livro parece se arrastar. Achei isso bem curioso. Apesar de ser um thriller policial, um desses livros de investigação criminal que eu adoro, fico me perguntando se realmente as aventuras de Guido são mais lentas ou se, atualmente, as coisas correm muito rápido e a gente quer que os livros sejam rápidos também.

Esse livro não é aquele Dan Brown, de te deixar na pontinha da cadeira, querendo saber o que vai acontecer. Os mistérios também não são muito misteriosos e eu gostaria de que ele fosse um pouco mais aprofundado, de que ele tivesse um tchãn extra, sabe? O final é meio decepcionante e abrupto e dá para sentir que Brunetti fica bem frustrado com isso, assim como leitor.

As descrições de Veneza e da Itália (ainda na época em que as máfias mandavam em tudo, se é que ainda não mandam, né?) são bem interessantes. Apesar de Veneza ser, acima de tudo, uma cidade turística, Donna Leon consegue trazer uma cidade de cartões-postais para a vida, mostrando seus defeitos e suas zonas mortas. Fiquei com vontade de acompanhar a leitura pelo Google Maps, só para entender melhor os percursos de Brunetti.

Veneza barcos laguna

De qualquer forma, eu gostei da leitura. Na biblioteca do meu bairro tem um outro livro da mesma autora “Morte no Teatro La Fenice”, que é o primeiro da série, na verdade. Acho que, se ainda estiver no clima para livros de investigação, posso dar uma chance para ele, quando for devolver este daqui.

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

O Mundo das Múmias – Heather Pringle

the mummy congress

Nome: O Mundo das Múmias
Autora: Heather Pringle
Editora: Ediouro
Páginas: 291

Nossa, já faz um tempo que não posto aqui, né? *tira a poeira das coisas* *liga a luz*

Quando se posta só uma vez por semana e se passa algumas semaninhas sem postar, a impressão que dá e que faz decênios que não sento aqui para falar sobre minhas leituras. Sobrevivi ao fim do penúltimo semestre da faculdade e a organização de um Congresso – voltei! Yay!

A resenha de hoje vai causar um grande estranhamento para aqueles que vem aqui esperando resenhas de romances da Meg Cabot e da Carina Rissi. Por vezes, eu deixo escapar aqui que tenho um gosto secreto por livros de não-ficção – são um dos meus guilty pleasures! Já resenhei livros científicos e engraçadinhos como o “E Se?” e o “Stiff: The Curious Life of Human Bodies“.

“O Mundo das Múmias”, de Heather Pringle, dá um pouco de continuidade ao que eu aprendi com “Stiff”. Se neste, falávamos sobre cadáveres e pessoas que doaram seu corpo à ciência, no livro de Pringle descobrimos mais sobre pessoas que doaram seus corpos à história – sem querer, né?

O livro começa com a jornalista Heather Pringle em um Congresso de Múmias, no Peru. Nele, a jornalista acaba descobrindo todo um nicho secreto: Pesquisadores que estudam o cabelo de múmias, para saber o que elas comiam e se elas usavam drogas, corpos incorruptíveis, aqueles que não apodrecem, e que, por isso, foram canonizados pela Igreja Católica, múmias de crianças incas que ainda têm os cílios e até mesmo estudos sobre o corpo de Lênin, que foi embalsamado e até hoje tá lá preservado.

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O livro tem várias fotos e imagens que te ajudam a visualizar melhor aquilo que a autora descreve. Essa daqui é de uma múmia egípcia de 2.000 anos com cabelo ruivo e cacheado – muito mais bem tratado que o meu…

O livro é bem doido.

Mas é fascinante. Pringle vai tecendo, à partir do Congresso, uma narrativa que te leva por várias partes do mundo e que aborda de maneira clara, abrangente e, por vezes, cômica, o estranho hábito que nossos antepassados tinham de preservar seus corpos e se manter “em forma” para a próxima vida.

Monges japoneses que tentaram mumificar a si mesmos, os embalsamadores de Stálin, múmias chinchorro e até mesmo corpos do pântano são analisados pela autora, que, com o auxílio de outros pesquisadores, monta um passado e até uma breve “análise” de como essas pessoas morreram.

É uma leitura ótima e esclarecedora tanto para pesquisadores quanto para quem (como eu!) tem um pouco de curiosidade demais na veia. A única ressalva é que eu gostaria de ter lido ele com mais calma. A narrativa é tão envolvente que eu devorei o livro em poucas sentadas. Talvez eu poderia ter aproveitado mais, se tivesse tomado-o como um bom vinho ao invés de entornar como se fosse catuaba.

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

PS: A capa que aparece no começo do post é da edição em inglês do livro. Não consegui encontrar ele em nenhuma loja oficial, então as fotos da capa em português são todas de outras pessoas, não me senti confortável em usá-las.

Manuscritos do Mar Morto – Adam Blake

Manuscritos-do-Mar-Morto-FrenteNome: Manuscritos do Mar Morto

Autor: Adam Blake

Editora: Novo Conceito

Páginas: 447

Preço: R$ 27, 90

A queda de um avião torna uma cidadezinha pacata no Arizona em um ponto de atenção mundial e deixa o xerife Gayle cheio de trabalho. Na Inglaterra, a sargento-detetive Kennedy, junto com seu colega Harper, investiga o assassinato de um acadêmico aparentemente sem inimigos. Em algum lugar do Oriente Médio, o mercenário Tillman tortura um fornecedor de drogas e armamento ilegal em busca de informações sobre um cara chamado Michael Brand. Gayle, Harper, Kennedy, Tillman e Brand não sabem, mas seus destinos estão mais interligados do que parece.

Quatro linhas de história que levarão os personagens a correr um perigo de vida imenso e tudo isso causado pelo evangelho deixado por um dos discípulos há dois mil e treze anos e um povo que o segue à risca, mesmo com todas as mudanças econômicas, sociais, psicológicas e tecnológicas desde aquela época.

”’Três historiadores mortos na mesma conferência. Nas palavras de Oscar Wilde, isso parecia estar consideravelmente acima da média apropriada que as estatisticas estabeleceram para nos guiar. Ainda poderia não significar nada, provavelmente não era nada. Mesmo agora, uma coincidência ultrajante parecia ser mais possível do que um assassino implacavelmente eficiente, perseguindo e abatendo pessoas que tinham opiniões fortes sobre o tal Códice do Rum e seitas cristãs já extintas.

p. 81” 

‘’Manuscritos do Mar Morto’’ é um livro de conspiração cujo enredo é bem amarrado e a narrativa de cada personagem conectada com a história dos outros, todo mundo e todo acontecimento neste livro está interligado de alguma forma, quase como uma reação em cadeia, tanto que se eu contar mais algum detalhe da história, ela perde a graça e, se você for esperto, consegue descobrir o final inteiro (o processo de leitura é mais ou menos assim: até a metade do texto, você não entende direito como as histórias se encaixam e o porquê de cada coisa, depois da metade, a linha principal que liga tudo fica tão obvia e clara que você meio que saca o final inteiro-até aquilo que poderia ser considerado um fato ‘’uau’’).

Com uma verdadeira aula de história e de religião e o autor leva os leitores pela busca da verdade ao mesmo tempo em que nos conduz pelos dilemas pessoais (e olha que não são poucos) de cada um dos personagens. Senti falta de um esclarecimento maior sobre o verdadeiro fim deles, já que tudo meio que fica no ar – pelo menos no quesito ‘’pessoal’’- e, pesquisando no Goodreads, descobri que o livro tem uma sequência chamada ‘’The Demon Code’’.

Outra coisa que eu pesquisei foi o verdadeiro nome do autor. A terceira capa diz que ‘’Adam Blake é o pseudônimo de um autor de sucesso na Grã-Bretanha’’ e isso me deixou curiosa. Para ser sincera, achei o estilo dele tão parecido ao Dan Brown (só que o Dan Brown é infinitamente melhor que o Adam Blake, que é até bom, mas acho que a tentativa de compará-lo ao mestre deste tipo de literatura, joga as expectativas do leitor lá em cima e quando elas não são correspondidas, é meio que inevitável não achar o livro mediano), que pensei que poderia ser algum livro velho dele que ficou engavetado e ele decidiu publicar depois do sucesso de seus últimos romances.

Segundo o autor, em entrevista ao blog The Real Chris Sparkle: ”Por que Dan Brown usaria um pseudônimo para escrever livros que são muito, muito, do gênero que o deixou famoso? Se eu fosse Dan Brown, contrataria uns caras para carregar um banner escrito ‘’EU SOU O DAN BROWN!!!” atrás de mim sempre que eu saísse de casa. Mas não, não sou. Sou só um cara, conhecido por escrever em um gênero bem diferente, que é a justificativa para a existência do nome, na verdade. É mais fácil saber quem Adam Blake é quando essa outra coisa se torna magicamente invisível. ’’

‘’Essa outra coisa’’ que o autor menciona na verdade é sua carreira como escritor de quadrinhos para a DC e a Marvel. O nome real de Adam Blake é Mike Carey e eu, honestamente, acho que o livro ficou bem mais interessante e com alguns detalhes mais justificados e evidentes depois que descobri que ele era um escritor de quadrinhos.

Recomendo esse livro para todos os que gostam de livros do Dan Brown e de livros ao estilo de ‘’Enigma do Quatro’’: Thrillers, cheios de ação e reviravoltas surpreendentes, recheados de história, seitas secretas, gente louca e sociopatas.

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Resenha de ‘’ Um Mundo Brilhante’’ de T. Greenwood

                                                                                                                                                                        Quando o professor Ben Bailey sai de casa para pegar  jornal e apreciar a primeira neve do ano, ele encontra um jovem caído e testemunha os últimos instantes de sua vida. Ao conhecer a irmã do rapaz morto, Ben se convence de que ele foi vítima de um crime de ódio e se propõe a ajudá-la a provar que foi um assassinato.

         Sabe aquele drama que não tem cara de drama? Sabe aquele livro em que o personagem fica divido entre a responsabilidade e a felicidade e que te faz pensar em sua felicidade e em suas responsabilidades ao mesmo tempo? ‘’Um Mundo Brilhante’’ é esse tipo de livro.

         Procurando pela solução do assassinato, Ben começa a procurar pelas respostas de sua própria vida e começa a repensar nas decisões que tomou no passado.

         Admito que eu me senti um pouco sufocada e angustiada durante a leitura, o que prova que a autora fez seu trabalho da maneira certa. Quando sinto que estou vivendo o que o personagem do livro esta vivendo, é porque a coisa é boa!

         Recomendo para aqueles que querem sofrer um pouco mas sem chorar, só ficar com aquele gostinho de: ‘’Será que estou vivendo do jeito certo?’’

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

PS: Um dos kits que estou sorteando aqui: http://migre/me/8fVXA é o kit de ‘’Um Mundo Brilhante’’, se eu fosse você, eu participava!

Os 7 melhores livros sobre investigação na minha opinião!

            O meu trabalho de PTC (projeto técnico cientifico, uma espécie de TCC, só pras ETECS e pro ensino médio) vai ser sobre Perícia criminal. Quando eu era menor (porque pequena eu ainda sou) queria ser perita criminal (e ainda quero, mas menos do que eu queria antes) e passava dias pesquisando e lendo sobre o assunto! Cheguei até a visitar o Instituto de Criminalística uma vez!

            Por isso, tudo o que eu lia na época era mais ou menos relacionado com isso, decidi então, fazer uma listinha, com os melhores livros de investigação que eu já li!

1.    Segunda Feira de luto – Kathy Reichs!

 Já fiz resenha dele aqui no blog. De longe, o melhor quando se trata de investigação criminal! Tanto que alguns produtores da Fox decidiram comprar os direitos do livro e daí surgiu a série Bones. Você pode ver a minha resenha aqui.

 

 

 

 

2.    Um Estudo em Vermelho – Arthur Conan Doyle

                                                                                                        Primeiro livro da série Sherlock Holmes. Li ele para fazer uma prova de interpretação de texto na escola e adorei. Tem como gostar do assunto e não se apaixonar por Holmes?! Acho-que-não viu!? Não fiz resenha dele!

 

 

 

 

3.    Post Mortem – Patrícia Cornwell

 Também não resenhei aqui no blog, isso porque li os livros da série na biblioteca, e já faz um tempinho! Espero relê-los para resenhar!

A história segue a mesma linha do Segunda Feira de Luto, só que, ao contrário de Kathy Reichs, Patrícia Cornwell não é uma detetive/perita/antropóloga-forense, ela é uma jornalista investigativa. Na minha opinião, isso nem diminuiu, nem aumentou meu interesse pelo livro. Infelizmente não li todos da série (são 6, se não me engano) já que a biblioteca do meu bairro não possui todos, só uns dois ou três. Dela também é A Ultima Delegacia que também li.

 4.    A Família Spellman – Lisa Lutz

 Esse é meu, mas nunca resenhei aqui no blog. Não é em si, uma investigação criminal, com policia, perícia e essas coisas legais. A personagem principal é uma detetive particular, que tem uma série de relacionamentos amorosos péssimos. Parece um bom enredo para um chick-lit, mas o jeito como a autora ‘’montou’’ tudo é meio sem sal! 

 

 

 

5.    CSI: Investigação da Cena do Crime – Morte no Gelo

Imagine ler um roteiro de CSI. Um projeto de episódio que nunca foi gravado. É assim que é esse livro. A coisa é tão doida que você acaba com a impressão de não ter lido e, sim, de ter visto um episódio com a história apresentada no livro.

“CSI: Morte no Gelo” faz parte de uma série de 18 livros!!! Os 3 primeiros foram traduzidos para o português e só. O resto, só pode ser lido em inglês. Eu resenhei para o blog outros livros dessa série nesse link aqui. Morte no Gelo tem uma resenha exclusiva de si mesmo, neste link aqui.

Se você sente falta de Grissom, Sarah, Nick, Catherine e Warrick, mas não quer maratonar a série, os livros são uma boa pedida. Além de que, os livros se encaixam perfeitamente no arco da terceira e quarta temporada, ou seja, é old-school CSI mesmo, do jeitinho que a gente gosta!

6.    O Colecionador de Ossos – Jeffrey Deaver

 Sim, o filme da Angelina Jolie foi baseado nesse livro. Achei mil vezes melhor que o filme (é sempre assim, né!?), li a edição disponível na biblioteca do meu bairro!

É de tirar o fôlego, com alguns detalhes técnicos aqui e ali! Muito mais detalhado que o roteiro do filme. Acho até que o assassino é diferente do livro pro filme, mas não tenho certeza! Recomendo pra aqueles que precisam de um pouquinho de tensão na vida!

 

 

7.    Um Amor de Detetive – Sarah Manson 

Apesar de não ser muito técnico, nem falar sobre investigações, perícias e coisas do tipo, “Um Amor de Detetive” é um romance fofo que tangeia uma investigação criminal.

Basicamente, o detetive-durão James Sabine tem poucas semanas para descobrir quem é o ladrão que vem efetuando uma série de furtos nas casas de um bairro da pacata Bristol, na Inglaterra. Ele em breve vai se casar e vai entrar de licensa. Mas, James mal sabe o que o espera, porque vai ter que aguentar a atrapalhada, engraçada e charmosa jornalista Holly Colshannon na sua cola, enquanto realiza a investigação.

Eu amo tanto esse livro que só digo: LEIAM!!!! 

Espero que tenham gostado da minha lista!

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo