Remembrance – Meg Cabot

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Nome: Remembrance
Autora: Meg Cabot
Páginas: 388
Editora: Harper Collins
Idioma: Inglês intermediário

“Remembrance” foi lançado pouco tempo depois que terminei de ler “Proposal” (você pode ler a resenha da prequel aqui) e, por isso, eu estava muito animada para ler o livro e voltar de vez ao mundo de “A Mediadora”.

No geral, eu gostei da leitura, mas foi tudo muito “fuén”. Eu tinha grandes expectativas, assim como tinha com o follow up de “O Diário da Princesa”, Royal Wedding. Só que dessa vez, elas não foram cumpridas.

Em “Remembrance”, Suze está quase se formando em uma Community College de sua cidade (eu esperava muito mais dela nesse ponto, mas é um pouco de preconceito da minha parte), ela faz estágio na Mission High School, onde fez o ensino médio e mora em um dormitório com outras garotas (o que é bem contraditório porque community colleges são “faculdades para a comunidade”, é bem diferente de universidades grandes, que precisam de dormitórios porque recebem alunos de todos os lugares). Ela está noiva de Jesse (olha o save the date ai embaixo, gente! Matador, no?) e mal vê o ex-fantasma porque ele está terminando sua residência para completar a faculdade de medicina. Mesmo depois de tanto tempo juntos, eles ainda não fizeram amor e isso está deixando Suze um bocado frustrada, já que Jesse quer esperar o casamento, como um fantasma de 150 anos de idade faria.

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Para deixar a situação ainda mais complicada, Paul Slater, aquele capeta que quase separou Suze e Jesse nos livros anteriores, está de volta. Mais arrogante e rico do que nunca, Paul está fazendo Suze ficar balanceada com a ideia de casar com Jesse – para o meu desespero.

Desta vez, a Mediadora tem que ajudar uma garota que estuda na Missão e que está sendo permanentemente assombrada pelo fantasma de uma criança, que quer proteger menina de tudo. Em uma das cenas mais dramáticas do livro, Suze quase se afoga na piscina por causa do fantasma, mas é salva por *suspiro* Jesse.

Os pais de Suze venderam a casa em que eles moravam e que Jesse costumava assombrar. Paul Slater é o novo dono e está ameaçando demolir o lugar. Baseando-se em uma antiga lenda de mediadores, ele acredita que demolir a casa pode liberar algum tipo de lado ruim, até demoníaco de Jesse e, por isso, Paul começa a chantagear Suze.

Ufa! Parece que contei história demais, né? Se esses parágrafos foram só uma breve ideia dos principais acontecimentos do livro, que podem convencer você a lê-lo, imagina o resto da história? E é aqui que eu acho que a Meg pecou um pouquinho: tem história demais,

Quer dizer, é a Mediadora e eu a adoro, mas me senti muito atordoada durante a leitura. Cada página era um splash de acontecimentos. Umas das colegas de Suze é cleptomaníaca e recebemos sugestões de que algo vai envolver ela de vez na narrativa, porém “Nada Acontece Feijoada”. Além disso, temos o retorno dos meio-irmãos de Suze, um deles é gay e outro abriu uma loja para vender maconha medicinal e está ganhando muito dinheiro com isso. Quem serão? Você vai ter que ler para descobrir. Ceecee e os outros amigos de Suze até aparecem na narrativa, mas de maneira ofuscada por todos os acontecimentos. O Padre Dominic também foi ofuscado, mas com ele até foi compreensível. A cidade de Carmel continua aparecendo como um personagem forte da narrativa e eu quero muito visitar esse lugar, apesar de já terem me dito que é um lugar de “velhinhos ricos”. Oh, well, talvez eu encontre um marido por lá.

Tudo isso fez com que a história fosse um pouco decepcionante para mim. Reduzindo os acontecimentos do livro pela metade ou até transformando ele em dois livros diferentes (se bem que, pela forma como ele terminou, acho que posso dizer “hm… Sinto cheiro de série vindo por aí!”) teria sido melhor.

Não percebi muito amadurecimento em Suze, como percebi na Mia e Jesse vai continuar fazendo você suspirar!

A leitura vale a pena para os mais saudosos, mas algumas coisas precisam ser relevadas. Lembro de ter lido uma entrevista com a Meg, em que ela declarava que muita coisa teve que ser reescrita e deixada de lado em “Remembrance”, se não o livro teria 53663727 páginas – o que eu teria preferido.

Em relação aos “Retornos de Meg Cabot”, tenho que dizer que gostei mais de Royal Wedding, mas eu sempre gostei mais da Mia (estou lendo “Terre D’Ombre”, a versão em francês do primeiro livro e acho que deveria ter comprado o primeiro livro do Diário da Princesa mesmo…). De qualquer forma, recomendo para todo mundo que leria até a lista de compras de Meg Cabot.

O inglês está num nível bom para iniciantes, mas lembre-se que este é um livro longo. Para aqueles que “escolheram esperar”, como Jesse, “Remembrance” será publicado no Brasil em julho, pela Galera Record, com o título “Lembranças”.

A capa brazuca é infinitamente melhor que a dos EUA, mas eu não sei se posso publicar ela aqui! 😦

                                                                                         Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

The Art of Racing in the Rain – Garth Stein

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Nome: The Art of Racing in the Rain

Autor: Garth Stein

Editora: HarperCollins

Páginas: 321

Idioma: Inglês Intermediário

“The Art of Racing in the Rain” foi publicado no Brasil pela editora Ediouro, com o título “A Arte de Correr na Chuva” e é um livro destruidor.

Se em matéria de livros sobre gatos pensamos logo em “Um Gato de Rua Chamado Bob” em matéria de livros de cachorro pensamos em “Marley e Eu?”, certo? Errado. De agora em diante vou pensar só em “The Art of Racing in the Rain”, que seja por ser ficção, seja por ter mais alma e originalidade, vai te deixar no chão de tanto chorar e você vai querer mais.

Narrado do ponto de vista de Enzo, o cachorro, o livro conta os altos e baixos da vida de Denny, um homem que trabalha em uma oficina mecânica, mas cujo sonho mesmo é ser um piloto de corridas. Enzo adora assistir TV e quer, na próxima encarnação, se tornar um homem, por isso ele não cheira o bumbum dos outros cachorros nem late para eles na rua. Denny se casa, tem uma filha, sua esposa morre e sua vida vai entrando numa espiral descendente terrível, mas sem que o personagem perca seu brilho, pelo contrário, a admiração do leitor por ele só aumenta. É como se víssemos e sentíssemos por ele as mesmas coisas que o cachorro sente, como num espelho. 

Provavelmente, este será o último livro com animais de estimação que eu lerei na vida. Escolhi ler “The Art of Racing in the Rain” quando minha gata, Jujuba, estava bem doentinha. Ela faleceu poucos dias depois e, apesar deste ser um livro bom, a memória dele sempre será associada com a memória da perda da minha primeira gatinha. 

O livro cai em alguns momentos clichês, mas que são facilmente superados pelas maneiras criativas encontradas pela narração do cachorro, que em momentos parece uma criança escrevendo e falando, com uma linguagem toda especial. O epílogo dele vai te destruir e te deixar no chão, de tão lindo.

Quem gosta de corrida e ainda mantém viva a memória do Ayrton Senna também vai adorar esse livro. Recomendo para todo mundo que gosta de animais e que quer um romance que não foque em relacionamentos, só em uma boa amizade. 

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Stiff: The Curious Lives of Human Bodies – Mary Roach

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Nome: Stiff: The Curious Life of Human Bodies

Autora: Mary Roach

Editora: W.M Norton & Company

Páginas: 303

Idioma: inglês intermediário

Quando eu era mais nova e queria ser perita criminal, já nutria uma certa fascinação por toda essa coisa de investigação criminal e ciências forenses e tal. Com o tempo fui percebendo que tinha 0% de aptidão para exercer uma profissão como essa, mas a curiosidade e a fascinação continuaram.

Li “Stiff: The Curious Life of Human Bodies” em inglês mesmo e apesar de vários termos técnicos, não encontrei muita dificuldade na leitura. Recentemente, ele foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras com o título “Curiosidade Mórbida”. Este é um livro de não-ficção, que aprofunda um pouco certos detalhes que vemos em CSI e naqueles livros de investigação de sempre.

Com doses de bom humor, Mary Roach investiga o que acontece com o nosso corpinho logo depois que morremos. Ela investiga e nos explica detalhadamente o processo de decomposição do corpo humano, entrevistando médicos legistas, biólogos, diretores de casas de funeral e coveiros. Também mostra os usos alternativos de corpos humanos, como, por exemplo, corpos que são doados à ciência e utilizados como bonecos de testes de veículos (sabe aqueles vídeos que abordam a importância do uso do cinto de segurança e mostram os bonequinhos de teste voando longe? É nesse estilo, só que com corpos de verdade) e também corpos doados a ciência, mas à faculdades de medicina que usam os corpos para ensinar os alunos certos procedimentos. Roach também visita uma fazenda de corpos no Tennessee, criada por um médico legista e patologista que expõe vários corpos a diferentes tipo de materiais (concreto, terra, ar, carros…), de forma a ver como eles se decompõem nesses ambientes e determinar certos detalhes com mais precisão para que eles possam fazer análises científicas mais precisas nas perícias. Além de abordar várias sutilezas que eu não tinha a ideia de que poderiam existir.

Mary Roach participa da narrativa ativamente, em um certo jornalismo literário e as tiradas dela são hilárias. O tema deste livro pode até ser esquisito e causar certos olhares desconfiados, mas é com certeza uma leitura divertida e interessante, que vai enriquecer e talvez até alterar a forma como encaramos a vida após a morte (e ele não é nojentinho demais. Quer dizer, ela descreve muito bem, mas nada que te deixe com vontade de vomitar ou, hey, de morrer).

Excelente leitura para quem quer tentar algo diferente da ficção de sempre e alguém que seja um curioso por natureza.

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

Someday, Someday, Maybe – Lauren Graham

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Nome: Someday, Someday, Maybe

Autora: Lauren Graham

Editora: Ballantine Books, publicado no Brasil com título “Quem Sabe Um dia”, pela Galera Record

Páginas: 344

Idioma: Inglês intermediário

Someday, Someday, Maybe é o primeiro livro da autora e atriz Lauren Graham, famosa por seu papel como Lorelai, na série Gilmore Girls. O livro foi publicado no Brasil pela Galera Record com o título “Quem Sabe um Dia?”, mas, talvez seja uma opção interessante para quem quer iniciar sua leitura de livros em inglês, já que é um livro desafiador, ao mesmo tempo em que tem um ritmo leve, que permite pausas e te dá tempo para processar os acontecimentos..

O livro segue a história de Franny Banks, uma aspirante a atriz (é bem difícil não imaginar esse livro como sendo uma autobiografia da autora…) que se muda para Nova York com uma mão na frente e outra atrás. Franny caminha pelas incertezas da profissão que escolheu, pela falta de confiança de seu pai em seu talento e em sua escolha profissional e pelos desafios e dúvidas de quem está vivendo o primeiro amor.

É uma leitura gostosa, mas vou admitir que um pouco angustiante porque consegui me visualizar em muitas das situações de insegurança, incerteza e falta de confiança, pelas quais Franny passa. Uma coisa que me incomodou um pouco é que a gente não consegue ver bem um ponto de mudança, como naquele filme com o Will Smith e o filho dele, o “A Procura da Felicidade”, onde você vê toda a luta do moço, mas os créditos finais rolam na primeira vez que algo de realmente bom acontece com o personagem de Will Smith.

Também tenho que comentar que por vezes senti que a história se repetia diversas vezes, com situações diferentes, mas ações tão parecidas entre si que fica difícil dizer o que é cada uma. Isso incomoda um pouco porque o livro se torna moroso e eu, pelo menos, não tenho muita paciência para isso, tanto que comecei a leitura no começo do ano e só fui terminá-la em meados de agosto.

De qualquer forma, foi bem interessante ver um lado diferente de uma atriz que admiro tanto.

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

Royal Wedding – Meg Cabot

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Nome: Royal Wedding

Autora: Meg Cabot

Editora: No Brasil, ele foi publicado como ‘’Casamento Real’’, pela Galera Record

Páginas: 400

Idioma: Inglês intermediário

Não consigo pensar em um livro melhor para retomar os trabalhos do blog, seja pela importância dessa série de livros na minha vida ou pelo simples fato de ser um livro da maravilhosa Meg Cabot, acreditem em mim quando digo que não tive escolha.

Também peço que acreditem de verdade quando eu digo que de maneira alguma esta será uma resenha imparcial. Estava aterrorizada com a possibilidade de um novo livro do Diário da Princesa, porque acreditava que a série estava bem encerrada e demorei horrores para ler ele, mesmo com a cópia já bonitinha dentro do meu Kindle. Mas wow, que bom que eu li. E li mesmo, com o coração, sem pensar direito nas conseqüências de ir até as 4 da manhã lendo e chorando horrores só de pensar ‘’MY BABY IS SO GROWN UP!!!’’.

Nesta sequência, Mia aparece bem mais madura e segura do que era nos livros anteriores. Dá para perceber que ela cresceu e que amadureceu e que seus problemas deixam de ser a álgebra e passam a ser coisas como ‘’Ei, eu tenho uma meia irmã não reconhecida pelo meu pai’’, ou ‘’hey, meu pai está no meio de uma crise de meia idade, vai perder a eleição e acha que pode recuperar a juventude’’, ou então ‘’Por que meu namorado de longa data se recusa a me pedir em casamento?’’.

Nada disso é spoiler, relaxem. Já dá até para saber o que acontece porque esse livro, admito, tem vários clichês que podem incomodar leitores mais seletivos, mas acredito que esta seja a verdadeira graça dele: Ele é cheio de clichês, sabemos o que vai acontecer no começo, mais ou menos no fim e temos uma clara visualização de qual vai ser o final (o que não impediu de que durante minha leitura eu ficasse pensando repetidamente ‘’PELO AMOR DE DEUS, NÃO MATA MAIS NINGUÉM!’’), mas o toque de mestre e de gênio da Meg aparecem na maneira como as ações e as cenas são conduzidas dentro da narrativa. Aparece com as piadas, as tiradas e com coisas que só a Mia poderia fazer.

Ler ‘’Royal Wedding’’ foi como colocar aquele moletom velhinho, que já se ajusta no nosso corpo naturalmente. Foi como ligar para aquela amiga e passar horas e horas me atualizando em como está a vida dela. Deveria ter lido mais devagar e deveria ter aproveitado mais, mas foi uma leitura extremamente prazerosa, não só porque matou as minhas saudades desses personagens, mas também porque me mostrou que, se aquela companheira de desastres e esquisitices que cresceu junto comigo, praticamente, está viva, feliz e uma pessoa maravilhosa, então hey, talvez eu consiga me dar bem também. Quem sabe?

Se você tinha alguma dúvida em ler esse livro, seja pelas justificativas de “continuação desnecessária” ou então “tenho medo de que a autora estrague tudo”, não tema! Vá ler e ser feliz!

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo