Damas de Honra – Jane Costello

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Nome: Damas de Honra

Autora: Jane Costello

Editora: Record

Páginas: 431

“Damas de Honra” é um livro complicadíssimo para mim. Eu acabei a leitura dele sem saber muito bem o que tinha achado dele (o que sempre é um mal sinal) e sigo meio confusa em relação aos meus sentimentos com essa leitura.

Eu acredito que, para os padrões de 2017, “Damas de Honra” têm elementos suficientes para ser considerado um livro problemático.

Nele, nós acompanhamos Evie Hart, uma jornalista que nunca teve um relacionamento verdadeiramente duradouro. A verdade é que, aos 27 anos, Evie nunca se apaixonou, nunca sentiu aquele frisson e também se convenceu de que não nasceu para o amor. Até o momento, isso nunca tinha incomodado ela de verdade, mas, agora que a temporada de casamentos começou – e que ela vai ser dama de honra em três deles – ela se sente bem confusa.

Grace, uma das melhores amigas de Evie, já tem uma filha com seu noivo e os dois vão casar em breve. É no casamento dela que a jornalista conhece Jack, um homem capaz de fazer Evie duvidar de suas convicções para com o amor. O único problema? Jack veio acompanhado de Valentina, a amiga mais sexy, sensual, “que dorme com qualquer um” e poderosa do grupo.

Evie está convencida de que Valentina “não é mulher” para Jack, afinal de contas, ela só dorme com caras sem cérebro, que só pensam nas calças e Jack, por ser o diretor de uma ONG que ajuda pessoas na África, definitivamente não faz o tipo dela.

Além disso, Evie também tem que lidar com a constante perseguição de Gareth, seu ex-namorado cheio de espinhas e que só quer saber de vê-la usando um maiô de couro com buracos nos mamilos.

Pouco antes do segundo casamento da temporada, o de Georgia, Charlotte, outra amiga, está se sentindo muito mal com seu corpo.  Evie, Georgia, Valentina e Grace, então, começam a ajudá-la a emagrecer e a transformar seu visual.

Conforme a narrativa avança, Charlotte, que agora está magra, admite ter uma paixão ardente por um dos noivos – agora maridos, né?- de uma das amigas. E o barraco é de cair o queixo.

Eu não posso contar -muito- mais coisas sem dar spoilers e estragar o livro para alguém que queira dar uma chance a ele. Mas a verdade é que, além do slut shamming com Valentina, as cenas com a Charlotte também me incomodaram um bocado e eu não sei dizer exatamente o quê, mas tudo me pareceu bem incorreto. Ainda mais com o que acontece bem no finalzinho do livro.

O livro tem 441 páginas, mas isso não me parece suficiente para o bom desenvolvimento da narrativa. Acontece coisa demais e não há respiro. Em certo momento, o foco da narrativa sai de Evie e do seu problema em manter relacionamentos duradouros, mesmo parecendo que ela encontrou “O” cara certo. Então, a autora passa o foco à Charlotte e as outras amigas e o arco dessas personagens se torna bem maior do que o da personagem principal, mesmo sendo um livro narrado em primeira pessoa.  Acho que a história seria bem mais interessante se fosse narrada por cada uma das personagens, alternando seus pontos de vista.

Outro problema que eu encontrei, que, em partes, combina com a questão anterior, foi a narrativa em primeira pessoa. A gente sabe que esse é o padrão do chick-lit e que é isso que os torna tão atraentes para o público, mas é necessário saber dosá-lo. O “xis” da questão aqui foi que Evie quase não tem aquele monólogo interno, que faz com que a gente entenda os problemas da personagem e acabe se identificando, torcendo e se apaixonando junto com ela. Essa falta de descrições faz com que Evie cometa ações e tome atitudes, que nos deixam  “???” e sem entender lhufas, mesmo sendo um livro em primeira pessoa, tecnicamente, mais pessoal e profundo.

A falta de explicações na narrativa em primeira pessoa e o grande espaço ocupado pelas histórias paralelas das outras personagens tomam tanto tempo que, até agora, eu não sei dizer exatamente como Evie resolveu seu problema com relacionamentos duradouros (não é spoiler, né, gente? É tipo dizer que alguém morre em um episódio de CSI. Em um chick-lit, a gente sabe que alguém fica junto no final).

Mas, sendo sincera, a parte que mais me incomodou foi a da Charlotte. Não me pareceu certo os comentários quanto a imagem corporal dela, em nenhum momento. As atitudes tomadas pela própria Charlotte e pelas amigas também me deixaram bem confusa. O livro é de 2008 e já faz um tempo, mas será que é tempo o suficiente para justificar o que hoje eu considero rude, grosseiro e até vulgar?

“Damas de Honra” não funcionou para mim, mesmo sendo um chick-lit que envolve casamentos e outras coisas que eu adoro. Mas, pode ser que ele funcione para você. Sendo sincera, ele teve um ou dois momentos que me fizeram rir, mas isso não foi o suficiente para que eu o considerasse um livro bom, arrebatador e de me deixar suspirando por semanas.

Tem alguém aqui que já leu “Damas de Honra” e que tope conversar comigo sobre ele? Talvez, debatendo um pouco, eu consiga entender melhor algumas das coisas que me incomodaram!

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Vision in White – Nora Roberts

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Nome: Vision in White

Autora: Nora Roberts

Editora: Berkley Books

Páginas: 325

Idioma: Inglês básico – intermediário (o livro foi publicado no Brasil pela Editora Aqueiro, com o título “Álbum de Casamento”)

Eu gosto da forma como o mundo dos livros permite que nossa imaginação corra solta, sem limites, livre para ir onde quiser, para quando quiser e com quem quiser. Mas é claro, que para isso acontecer é preciso respeitar algumas regras. Você pode dizer para mim que trasgos estão nas masmorras e se a coisa for bem escrita, eu irei acreditar nisso com todas as minhas forças e já vou começar a rezar para todo mundo saber enunciar “leviosa” direitinho.

Mas, infelizmente, algumas vezes a gente se depara com livros que tem um conceito interessante, uma ideia legal, uma promessa de algo empolgante e diferente e, ás vezes, esse livro viaja tanto nessa ideia de trasgos-nas-masmorras, que fica péssimo.

Foi mais ou menos isso que aconteceu com a minha leitura de “Vision in White”.

No livro, conhecemos Mackenzie Elliot, uma fotógrafa de casamentos que trabalha com outras 3 amigas (a história dessas amigas é tema dos outros três livros da série “Bride Quartet”). As meninas tem uma firma de organização de casamentos que deixaria Martha Stewart morrendo de inveja. Tudo é perfeito, tudo tem que ser perfeito e tudo é controlado e organizado. Elas moram em um grande terreno, onde fica o casarão onde os casamentos acontecem e as casas separadas – perto, pero no mucho- das amigas.

Só isso já me fez torcer um pouco o nariz. Legal trabalhar com os migos, mas morar junto também? As descrições de como elas organizam os casamentos também me deixaram nervosa e estressada – só de ler.

Tudo vai bem nesse mundo cheio de glitter e frufrus, até que uma noiva e seu irmão marcam uma reunião com as meninas, para fazer um orçamento. O irmão da noite é Carter McGuire, um professor de inglês bem sem graça, que já tinha uma crush na Mackenzie, desde os tempos de escola.

E é isso. Claro, acontecem algumas coisas, mas nada de emocionante. Nada de personalidades marcantes, narrativas arrebatadoras, histórias de amor impossíveis ou coisa do tipo. O pouco de mudança, de climáx, que o leitor recebe deixa qualquer um com várias interrogações, sem acreditar que toda aquela história poderia ser real.

O livro já seria infinitamente melhor se alterassem pequenos detalhes, porque ele não é mal escrito, só não é muito imaginativo, sabe?

Uma pena, porque a história tem potencial, só não é bem executada.

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo