O Tempo entre Costuras – Maria Dueñas

capa de o tempo entre costuras edição comemorativa

Nome: O Tempo entre Costuras

Autora: Maria Dueñas

Editora: Planeta

Páginas: 480

Sabe quando um livro é tão bom que você sente, fisicamente, que está sem ar?

É assim que “O Tempo entre Costuras” é para mim. Cada vez que penso em sua narrativa, em Sira Quiroga e em Marcos Logan e no Marrocos Espanhol do século XX, fico sem fôlego.

O livro é, definitivamente, um dos melhores romances históricos que já  li, o primeiro de uma escritora espanhola e o primeiro que fala sobre os anos da Guerra Civil Espanhola, do ponto de vista de pessoas comuns, e, depois, sobre a proximidade dos espanhóis  com o Führer,  durante a Segunda Guerra Mundial.

No livro, acompanhamos a história de Sira Quiroga, uma costureira que aprendeu o ofício por acompanhar a mãe ao trabalho.

Sira está noiva e, em breve, vai se casar com um homem que quer que ela aprenda o mais rapidamente possível o ofício da datilografia, já que ele acredita que é no funcionalismo público que estão os melhores empregos.

Quando Sira e o noivo vão comprar uma máquina de escrever, Sira se apaixona perdidamente pelo vendedor, Ramiro.

Quando o pai desconhecido de Sira ressurge das cinzas para dar a ela a parte que lhe cabe de sua herança, Sira larga o noivo e, ao lado de Ramiro,  parte para Tânger, na parte espanhola do Marrocos, já que a iminência de uma Guerra Civil Espanhola é cada vez mais certa.

É preciso dizer, ainda que pareça um spoiler, que Ramiro abandona Sira e que foge com toda sua fortuna, deixando-a desamparada em um território desconhecido.

Com a ajuda do delegado e de uma muambeira, Candelária, Sira se recupera e transforma suas tristezas em energias para abrir um ateliê de costuras em Tetuán, também no Protetorado Espanhol.

Além de produzir modelitos incríveis, Sira vai, aos poucos, percebendo que um ateliê de costuras é um lugar onde as mulheres desabafam e revelam seus compromissos e segredos, como um secreto voto de confiança, em especial, as alemãs, esposas de militares e generais também alemães que estão em Tânger.

Com descrições maravilhosas que formam verdadeiras pinturas mentais, acompanhamos a evolução de Sira de um passarinho assustado a uma mulher no controle de seu próprio destino e em uma das melhores informantes do Serviço Secreto Britânico.

Além de mostrar a evolução de Sira, suas amizades, sua relação com com seus pais e sua evolução em rainha da alta-costura, o livro também tem, é claro, romance. No entanto, os romances de Sira (exceto seu relacionamento com Ramiro) são quase secundários em relação a sua própria transformação em uma mulher segura de si, algo que eu adorei e que não me lembro de ter visto em nenhum livro do tipo.

Com passagens por outras cidades europeias como Lisboa e Madri, a história recebe os toques de História, conspirações, política, reviravoltas e espionagem que eu ADORO.

Para eu não ter dúvidas de que esse livro foi escrito para ser um dos meus favoritos da vida, Maria Dueñas ainda insere uma menção a Martha Gellhorn, a jornalista que me fez querer virar uma jornalista.

“O Tempo entre Costura” virou uma mini-série espanhola disponível na Netflix. Eu ainda não a vi porque tenho medo de estragar as imagens mentais  vívidas que tenho, graças às excelentes descrições da autora. Quem sabe um dia…

Já faz mais de um mês que terminei a leitura e sigo pensando em passagens do livro. Só tenho a agradecer a amiga que viu o livro achou a capa parecida comigo e me deu de presente.

Esse livro vai agradar pessoas que gostem de livros que retratem bem um período histórico como “Novembro de 63“, do Stephen King, “A Resposta”, a Kathryn Stockett e “A Casa dos Espíritos”, de Isabel Allende.

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

8 livros para ler em 2018

Eu sumi legal no final do ano, não foi mesmo? A verdade é que, se eu achava que terminar a faculdade ia tornar meu Dezembro mais tranquilo, eu estava completamente enganada.

2017 foi um show de horrores para muitas pessoas e foi um ano muito, muito difícil para mim. Mas, se tem uma coisa da qual eu não posso reclamar, é da quantidade de leitura que fiz.

Foram, ao todo, 66 livros lidos. Eu também segui minha lista de 11 livros para ler em 2017 e, dos selecionados, li 6. Eu ainda quero ler os 5 livros restantes em 2018, será que vou conseguir? Fique de olho no blog para descobrir! haha

Eu quase, quase, completei o desafio de leitura do PopSugar, mas não rolou, seguimos em frente.

Por conta disso, resolvi ser menos ambiciosa neste ano e ler um pouco menos. Confira os 8 títulos que quero ler em 2018:

pilha de livros fofa

1 – O Corcunda de Notre Dame – Victor Hugo

o corcunda de notre dame

Eu tento sempre ler um livro clássico por ano. Em 2017, li “Jane Eyre”. Em 2018, quero atacar o calhamaço que é “O Corcunda de Notre Dame”.

Já li alguns spoilers (se o livro foi publicado em 1831, a gente ainda pode dizer que são spoilers?) e sei que vai ser uma experiência bem diferente do filme da Disney.

Do Victor Hugo, eu já li “Os Miseráveis” (em tempo, foi bem no começo da faculdade e eu estava de férias e ainda não trabalhava) e foi uma leitura maravilhosa, mesmo com os zilhões de páginas desnecessárias, que não faziam nada para avançar o enredo.

2 – O Tempo entre Costuras – María Dueñas

o tempo entre costuras capa edição de capa dura

Eu ganhei esse livro de presente de uma amiga e a edição é linda, de capa dura. Há uma série no Netflix, que foi inspirada no livro, mas não quero me aventurar por ela ainda.

O livro é de uma escritora espanhola e eu li muito pouco de escritores desse país. Além disso, ele fez um baita sucesso e também foi traduzido para mais de 25 idiomas.

Estou ansiosa para encará-lo!

3 – Anexos – Rainbow Rowell

capa anexos rainbow rowell

Uma das minhas metas cumpridas com louvor no ano passado era ler “Fangirl”. Um tempo atrás, os livros da Rainbow estavam em promoção e eu acabei comprando todos, mas demorei horrores para lê-los, mesmo tendo adorado “Eleanor e Park”.

Quero ler “Anexos” esse ano e, se sobrar um tempinho, também quero me aventurar por “Ligações”, que ficou sobrando desse impulso consumista.

4 – O dia em que Getúlio matou Allende – Flávio Tavares

capa o dia em que getúlio matou allende e outras novelas do poder

Comprei esse livro em um dos Congressos da Abraji, junto com o “A Face da Guerra”, da Martha Gellhorn.

Confesso que o comprei por impulso, me baseando apenas no título. Acho que finalmente chegou o momento de tomar vergonha na cara de ler, né?

5 – As Violetas de Março – Sarah Jio

as violetas de março sarah jio capa

Eu sigo a Sarah Jio no Instagram e adoro as postagens dela! Lembro que, na época em que os livros dela foram publicados aqui no Brasil, o pessoal a comparava muito com a Emily Giffin, que é uma das minhas autoras favoritas.

Mesmo com as dicas favoráveis, eu nunca li nada dela, por incrível que pareça. Sinto que 2018 vai ser o ano de ler todos os livros que estavam encalhados na minha estante.

6 – Their Eyes Were Watching God – Zora Neale Hurston

their eyes were watching god capa

Li muitos, muitos, muitos comentários sobre esse livro, que influenciou toda uma geração de escritores negros, como a Toni Morrison, a Alice Walker e a Chimamanda Ngozi Adichie.

Eu devo ter ele na minha estante desde 2016, pelo menos, e acho que está mais do que na hora de tomar vergonha na cara e de encarar esse clássico dos EUA.

7 – O Segundo Suspiro – Phillipe Pozzo di Borgo

o segundo suspiro capa

Eu tenho uma série de filmes que assisto quando estou me sentido tristonha. Um deles é o francês “Os Intocáveis”, estrelado pelo Omar Sy, que conta a história de uma amizade improvável entre um deficiente físico pobre e seu cuidador ricaço.

Recentemente, descobri que a Netflix removeu “Intocáveis” do catálogo e fiquei, como dizem os jovens, pistola. Para compensar essa ausência, sinto que chegou a hora de ler a biografia do Phillipe da vida real, no qual o filme se inspirou.

Eu também comprei esse livro já faz uns anos, durante uma Bienal no qual ele estava bem baratinho. Já tá passando da hora de lê-lo, não é?

8 – Asking for Trouble – Elizabeth Young 

asking for trouble

Eu já resenhei esse livro aqui para o blog e ele continua sendo um dos meus favoritos do mundo dos chick-lits. Eu o li em 2012 e é o livro no qual basearam o filme “Muito Bem Acompanhada”, estrelado pela Debra Messing e pelo Dermont Mulroney.

Até hoje, toda vez que “Muito Bem Acompanhada” passa na TV, os acessos do blog aumentam muito e as pessoas ficam morrendo de curiosidade para saber mais sobre o livro.

Eu, honestamente, não consigo entender como e porquê ele ainda não ganhou uma versão para o Português.

Eu revi o filme no primeiro dia do ano (meus finais de ano são ocupados, mas sempre ultra-boring) e senti os quentinhos no coração de sempre. Está na hora de reler esse livro e de relembrar os melhores momentos dele.

Vai que minha opinião sobre ele muda e eu não faço uma review da minha resenha antiga?

Espero que eu consiga ter um ano mais tranquilo e produtivo e espero ter, como sempre, vocês de olho aqui no blog. Já é tarde ou ainda há tempo de dizer “Feliz 2018!”?

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo