Faz séculos que não posto essa tag, não? Justamente porque faz muito tempo que não vejo nenhum filme que me deixe “Oh, meu Deus, preciso escrever sobre isso”. Tudo mudou no último final de semana, quando fui ao cinema duas vezes – um recorde!
Procurando Dory
Ouvi muita gente escrevendo críticas, pessoas reclamando de que a narrativa era fraca e de que a saída estava sempre em um herói momentâneo. Também ouvi um pessoalzinho dizendo que Procurando Nemo era melhor e que o filme não tinha correspondido às expectativas.
Antes do filme começar, enquanto os trailers rolavam e eu me enchia de pipoca, não pude deixar de pensar no que ia acontecer durante o filme. Será que a Dory ia sumir? Será que ela seria pescada e aí Marlin iria atrás dela, deixando o Nemo sob a guarda de algum outro peixe? Eu não sabia. Não havia visto o trailer de Procurando Dory e acho que isso contribuiu, de certa forma, com minha opinião final.
Eu adorei Procurando Dory. Não achei ele 100% muito louco, irado e maneiro, como eu achei Procurando Nemo, mas julguei que era tudo culpa da idade. Procurando Dory é um filme que agrada gerações, mas que, ainda assim, é feito para crianças.
A forma como ele aborda a deficiência mental, a relação com a família, o apoio dos amigos e como a gente pode superar nossas dificuldades alcança o coração de todo mundo, mas ressoa mais entre as crianças. É lindo, fofo, vai fazer você chorar feito um bebezinho no cinema e agradecer às forças maiores pela existência de roteiristas que conseguem produzir histórias como essa.
O curta que passa no começo, “Piper”, também é maravilhoso. Não tem uma palavra, mas vai deixar seu coração quentinho.
Vi o filme em inglês e com legenda (não, não foi para evitar crianças) e agora estou com vontade de ver ele dublado, só para ver como ele fica na minha língua. Todos os filmes da Disney tem leves adaptações no roteiro, quando estão em nosso idioma, e quero ver o que eles fizeram no Brasil. Prepare-se para falar muito balêies.
Uma correção: Nem todas as dublagens são boas, perdão. Me esqueci de “Enrolados”, que tem um trabalho horrível de dublagem feito pelo Luciano Huck. É bem vergonhoso e até minha mãe, que geralmente prefere dublado para não ter o trabalho de ler legendas, prefere ver em inglês.
“Procurando Dory” também me deixou muito feliz por um motivo inusitado: eu não como nada que venha do mar. Peixe, lula, polvo, camarão, lagostim… Nada disso entra na minha boca. E, olha, depois de me emocionar com um filme desses fiquei feliz por isso. Já pensou estar comendo um ceviche e saber que ele quase virou comida do Geraldo ou que tem pais e filhos que se preocupam com ele? Não se depender de mim!
Caça Fantasmas
Não tá escrito o quanto de controvérsia esse filme gerou. Se você viveu o último ano debaixo de uma pedra, te atualizo: Fizeram um gender-reversed remake de Caça Fantasmas e isso deixou os garotos muito, muito irritados.
Deixando de lado os mimimis, tenho que dizer que esse filme foi incrível. Ah, você quer ser uma cientista certinha e usar scarpins? Podjé. Quer ser uma engenheira genial e meio doida que tem um estilo próprio e não se importa com o que os outros pensam? Podjé. Quer ser uma atendente de metrô simpática com todo mundo, que conhece sua cidade melhor que ninguém e que tá lá, caçando fantasma, mesmo sabendo que vai desmaiar se ver um? Podjé. Quer ser uma outra cientista, descolada e maneira e louca por sopa? Também podjé.
Sai do cinema sentindo que eu podia fazer tudo e que nada iria me segurar. E é aí que tá a importância desse filme. Se ele fez isso comigo, um modelo de mulher semi-novo, imagina o que vai fazer com as meninas mais novas?
Com o 3D sendo bem usado, tomei altos sustos e fiquei fascinada com algumas das cenas de luta alguns dos espectros fantasmagóricos, especialmente as da Holtzmann. Eu adoro a Viúva Negra, dos filmes da Marvel, mas sei que esse é um personagem molto sexualizado, o que implica que suas cenas de luta também o são. Não é o que acontece com Caça Fantasmas. Depois de ver o filme, deu até vontade de comprar um canivete suíço.
Os destaques do filme ficam por conta de Chris Hemsworth, como Kevin, o secretário boa pinta, mas burro. Com direito até a piadinhas de pedreiro das meninas. “Nossa, quem chamou um deus nórdico?” me faz rir até agora. Eu adoro ele e achei muito injusto que Deus deu todas essas qualidades para um homem só, não é possível. Aposto que ele deve ter chulé!
Tinha os meios receios com a Melissa McCarthy, que faz a Abby. Nos últimos filmes que vi dela, sempre acabava com a impressão de que ela forçava demais. Mas, desta vez, ela até ficou meio ofuscada.
Durante o filme, fique de olho para as participações especiais dos Caça Fantasmas originais – Bill Murray, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver, Ernie Hudson e até a secretária da equipe original, que aparecem em cenas inusitadas.
Beeijos, A Garota do Casaco Roxo