Série “O Clube dos Canalhas” – Parte 2

Como prometido, voltei para contar para vocês o que achei dos dois últimos livros da série “O Clube dos Canalhas”, da escritora Sarah Maclean, publicada no Brasil pela Editora Gutenberg.

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No texto da semana passada, eu falei um pouco sobre os livros “Entre o Amor e a Vingança” e “Entre a Culpa e o Desejo”, que são os dois primeiros da série. Se você está com preguiça de ler o post inteiro, te adianto duas coisas: 1 – O primeiro livro é muito morno e esquecível e 2 – No segundo livro, é a mocinha que salva o “herói” e essa mudança de perspectiva foi bem legal.

Vamos à resenha dos dois últimos livros da série?

Entre a Ruína e a Paixão – Sarah MacLean

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Nome: Entre a Ruína e a Paixão

Autora: Sarah Maclean

Editora: Gutenberg

Páginas: 295

Nos dois primeiros livros da série, nós seguimos as histórias de Bourne e Cross, respectivamente. Os dois são aristocratas que caíram em desgraça e que foram convidados pelo misterioso Chase para gerenciar e serem sócios de um cassino. O “Anjo Caído” é um antro de apostas e de perdições frequentado por toda nobreza da Inglaterra, mas o lugar não seria nada sem Temple, o terceiro sócio.

Temple é forte como um touro. Quando os aristocratas perdem suas fortunas nos jogos do cassino, a chance de “redenção” é lutar contra Temple. Se eles conseguirem derrotá-lo, as dívidas são perdoadas. Só que, é claro, isso nunca acontece e Temple sempre ganha.

Originalmente um duque, Temple perdeu tudo quando foi acusado de um crime. Na noite anterior do quarto casamento de seu pai, ele beijou sua futura madrasta. Na manhã seguinte, ele acordou nu e sem nenhuma memória, em uma cama completamente ensanguentada. O corpo da madrasta nunca foi encontrado e o crime fez Temple ser expulso de sua família.

Anos depois ele ainda está ostracizado por conta desse crime. Acolhido por Chase e pelo Anjo Caído, sua vida segue em frente… Até que ele é contatado pela mulher a qual foi acusado de ter assassinado.

Mara Lowe tem uma personalidade forte e tem a responsabilidade de cuidar de um orfanato. Com o local ameaçado pelas dívidas de jogo de seu irmão, ela não tem escolha se não se apresentar diretamente a Temple e dá-lo a redenção que ele sempre quis.

Parece que eu contei a história toda do livro, não é mesmo? Mas tanta coisa acontece que essa é só a premissa dele mesmo. Apesar de ser o menor livro da série, esse é o que tem mais ação e acontecimentos.

As descrições das cenas são super cinematográficas e, se no livro anterior a mocinha é quem salva o “herói”, nesse daqui, o casal passa uma ideia de igualdade que é bem interessante.

Mara e Temple têm uma química sensacional e eles brigam o tempo todo. Casais que se odeiam e depois se amam é minha trope favorita, e a dinâmica do relacionamento deles me lembrou muito a da Claire e do Beckett, do livro “A Infiltrada” – um dos meus favoritos ever.

A Mara tem uma porquinha de estimação, a Lavanda, e eu adoro quando animais de estimação aparecem em livros de romance histórico porque eles costumam garantir um grande alívio cômico, que não é tão comum em livros do gênero. Na verdade, “Entre a Ruína e a Paixão” tem várias cenas que vão fazer você rir alto.

No geral, esse foi o livro que eu mais gostei na série inteira. Ele é engraçado e fofo e, nossa, as cenas calientes dele são sensacionais.

Se você só puder ler um único livro da série, leia este daqui!

Nunca Julgue uma Dama pela Aparência – Sarah Maclean

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Nome: Nunca Julgue uma Dama pela Aparência

Autora: Sarah Maclean

Editora: Gutenberg

Páginas: 313

Ok, se você é daqueles que não curte muito spoiler, pode parar de ler aqui. Todos os livros da série “Clube dos Canalhas” podem ser lidos como um stand-alone, sem precisar ler os anteriores.

Mas, em “Nunca Julgue uma Dama pela Aparência”, o grande segredo dos livros anteriores “afinal, quem é o Chase?” é solucionado. E, se você não quiser saber spoilers antes de ler o livro, o melhor é parar de ler por aqui.

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Olha, eu avisei. É melhor você parar de ler…

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Não vai parar mesmo? Então continue por sua própria conta e risco.

Ok, lá vai: Chase é, na verdade, Lady Georgiana Pearson. Sim, o Chase é uma mulher.

9anos atrás ela caiu em desgraça porque se apaixonou pela pessoa errada. Grávida e sem estar casada, Lady Georgiana foi deixada de lado por toda a sociedade e por seus pais. Com o apoio de seu irmão, ela criou sua filha e financiou o que viria a ser o maior cassino de toda a Inglaterra.

Em troca de uma associação, Chase só pedia uma coisa: segredos pessoais e cabeludos. E foi assim que Lady Georgiana Pearson passou a ter toda a sociedade na palma de sua mão – sem que eles soubessem, é claro.

Agora que sua filha Caroline já está grandinha, Lady Georgiana quer voltar à sociedade aos poucos, em busca de um marido com um título intocável. Ela quer que as pessoas esqueçam os erros do passado, para que sua filha possa ter uma vida mais normal. Será que ela vai conseguir?

Enquanto isso, Duncan West, jornalista e dono dos 3 maiores jornais do país, precisa descobrir quem é Chase. Tipo, desesperadamente. E o mais rápido que ele puder. É uma questão de sobrevivência para ele e para sua irmã mais nova, Cinthia. Será que ele vai conseguir?

Eu amei a premissa desse livro. Quando descobrimos que Chase é uma mulher, eu quase dei gritinhos. Do tipo em alto e bom som. Na vida real.

Mas, preciso ser sincera, ele não me agradou de todo.

Eu não gosto muito de histórias em que todo o enredo se baseia em segredos, e essa é uma delas. Quer dizer, eu sou de Áries, com ascendente e lua em gêmeos – só senta aí e conversa até resolver tudo, sabe? O livro é bom e legal, mas eu não amei o tanto quanto eu esperava amá-lo.

Em meio aos segredos e intrigas de Chase, Georgiana e Duncan, eu acho que a Sarah MacLean se perdeu um pouco e o livro acabou ficando um pouco monótono e cansativo.

Mesmo assim, a reversão dos papéis e a história de uma heroína com um passado que é qualquer coisa menos “imaculado” foram bem interessantes e divertidas de se ler.

Minha ordem de preferência acabou sendo “Entre a Ruína e a Paixão”, “Entre a Culpa e o Desejo”, “Nunca Julgue uma Dama pela Aparência” e “Entre o Amor e a Vingança”. Você já leu os livros da série? Qual a sua ordem de preferência?

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Série “O Clube dos Canalhas” – Sarah MacLean – Parte 1

É chegada aquela época do ano em que tudo o que quero é um bom livro de romance histórico, para relaxar minha cabeça. Isso já aconteceu no ano passado, quando eu li toda a série “Os Hathaway”, da Lisa Kleypas, em uma semana.

A bola da vez é a série “O Clube dos Canalhas”, da escritora Sarah MacLean, publicada no Brasil pela Editora Gutenberg. A série tem 4 livros e todos envolvem um mesmo universo de personagens, como é comum em romances históricos.

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Eu dividi os posts sobre esses livros em dois. No texto de hoje, eu vou falar sobre os dois primeiros tomos – “Entre o Amor e a Vingança” e “Entre a Culpa e o Desejo”. Vamos descobrir o que é que eu achei sobre esses livros?

Entre o Amor e a Vingança – Sarah Maclean

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Nome: Entre o Amor e a Vingança

Autora: Sarah Maclean

Editora: Gutenberg

Páginas: 303

Eu ainda não terminei de ler o quarto livro da série, “Nunca Julgue uma Dama pela Aparência”, mas acho seguro dizer que “O Clube dos Canalhas” começa como uma série morna, bem normal, e depois vai melhorando até ficar excepcional.

Em “Entre o Amor e a Vingança” acompanhamos a história de Lady Penélope Marbury, uma solteirona. Anos atrás ela era noiva de um jovem cavalheiro e iria ter “o casamento do século”, segundo sua mãe.

Um escândalo acaba rompendo o noivado e Penélope é deixada de lado pelo mercado de noivas da aristocracia britânica. Isso até que ela é pedida em casamento por Thomas Alles, seu amigo de infância. Ele é legal e agradável, mas não era exatamente aquilo que Penélope gostaria de ter como um marido. Ela fica ainda mais desconfiada ao saber que Thomas quer casar com ela para “protegê-la dele”. Ele quem?

Ele é Michael, o Marquês de Bourne, outro amigo de infância de Penélope. Michael perdeu tudo o que tinha aos 18 anos, em um jogo de cartas. Em uma jogada ruim foram-se embora suas propriedades, suas terras e suas fortunas.

Como um “Anjo Caído”, ele foi para Londres e foi recrutado por Chase, um aristocrata, para ser um dos gerentes de um grande casino, voltado à nobreza da Inglaterra. Com o casino, Michael dobrou a riqueza que tinha antes de perder tudo aos 18 anos. Mas ainda faltava algo: Falconwell, a propriedade de sua família.

Desesperado para casar a filha logo, o pai de Penélope, o Marquês de Needham e Dolby, atrela ao dote da menina algo muito valioso: o chalé e as terras de Falconwell, que Michael tanto quer.

E é claro que, para conseguir as terras e a propriedade, Michael vai ter que se casar com Penélope, mesmo que ela não queira.

“Entre o Amor e a Vingança” é legal e doce, mas não me empolgou tanto quanto outros livros de romance histórico que já li. Comparado com as histórias que vêm em seguida a esta, o livro perde um pouco de seu brilho.

Diferente da maioria dos romances, esse não é o típico casal que se casa por amor. É bem legal ver como os dois foram construíndo uma relação e uma intimidade.

O que me incomodou um pouco foi o foco tremendo na questão da “vingança”. Michael quer destruir a todo custo o homem que o fez perder tudo em um jogo de cartas. A premissa é interessante, mas cansativa. Chega um hora que você quer chacoalhar ele e mandar um “supera isso, cara!!!”.

Fora isso “Entre o Amor e a Vingança” é um livro fofo e doce, que abre-alas para o segundo livro “Entre a Culpa e o Desejo”, estrelado pela irmã de Penélope, Pippa Marbury.

Entre a Culpa e o Desejo – Sarah Maclean

entre a culpa e o desejoNome: Entre a Culpa e o Desejo

Autora: Sarah Maclean

Editora: Gutenberg

Páginas: 302

Lady Phillipa Marbury é inteligente demais. Tipo, ela sabe de muitas coisas e gosta de estudar e de aprender cada vez mais sobre os segredos do mundo e do Universo. O que é excelente, não é mesmo?

Não na Inglaterra de antigamente. O fato de Phillipa ser diferente de todas as outras a torna estranha e totalmente indesejável para casamentos. Mas, hey, uma garota precisa de um marido, certo? (Nops.)

Por isso, quando o jovem Castleton a pede em casamento, ela aceita. Ele gosta de cachorros e é gentil, o que mais ela poderia querer? Mas a combinação é tão estranha e errada que nem mesmo os pais e as irmãs de Pippa a querem casada com esse homem.

Mesmo assim, ela vai seguir em frente com o casamento, que acontecerá em apenas 10 dias.

Pippa ouviu alguns comentários sobre o casino de seu cunhado, o Marquês de Bourne. Ela sabe que lá é um lugar onde tudo pode acontecer e também ouviu fofocas sobre os outros dois sócios de Michael, Cross e Chase, e de suas peripécias com as mulheres.

Extremamente lógica e decidida a aprender mais sobre a mecânica do relacionamento de marido e mulher, ela vai atrás de Cross, com o objetivo de receber “lições de amor” e de estar bem preparada para seu noivo. Afinal de contas, Cross é conhecido pelos quatro canto por ser um arruinador de casamentos e por levar as mulheres à loucura. Será que ele vai aceitar?

“Entre a Culpa e o Desejo” foi um livro com mais nuances que “Entre o Amor e a Vingança”. Ao invés de focar em um único tema, várias coisas acontecem.

Tem vezes em que um livro tem tantos acontecimentos, que eu nem sei por onde vou começar a sinopse dele, tem vezes que tem “enredo” de menos. Nesse caso, há um belo balanço e esse livro vai te entreter por horas e horas, sem enrolar demais no mesmo tema.

Outra coisa legal é que todos os personagens são bem construídos e possuem passados interessantes. No caso de Cross, assim como o Marquês de Bourne, ele cometeu erros e foi convidado por Chase a gerenciar o “Anjo Caído”, o casino. É bem curioso descobrir e aprender junto com Pippa qual era o passado dele.

O que eu mais gostei foi que no final há uma inversão de papéis, que acontece de uma forma muito interessante. É o tipo de romance para quem já está cansada daquelas histórias “padrãozinho”.

Semana que vem você acompanha no blog as resenhas de “Entre a Ruína e a Paixão” e “Nunca Julgue uma Dama Pela Aparência”. Não perca!

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Os Hathaway – Lisa Kleypas

Não consigo me lembrar qual foi a última série de livros que me fisgou da maneira que “Os Hathaway” me fisgou. Estava passeando por uma Saraiva, quando vi que os livros da série estavam todos por meros R$ 14,00. Agindo por impulso, sem conhecer nem a autora, nem a sinopse dos livros e querendo um romancezinho histórico, eu comprei todos os que estavam ali (faltava só o quarto volume).

Quem acompanha o blog com frequência sabe que, apesar de adorar esse gênero, eu quase nunca faço resenhas de romances históricos. Explico: Não tenho um crivo bom para esses livros. Mesmo. Se em um romance tradicional eu reclamaria do “clichê”, das cenas que se repetem -apesar de serem escritas por autores diferentes-, dos suspiros e dos dramas exagerados que jamais aconteceriam na vida real, em um romance histórico eu adoro tudo isso. Não sei dizer, mas acho que é minha influência latina. Quanto mais drama e mais clichê nesses romances históricos, mais feliz Mandariela fica.

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Patrícia Cabot, Kate Noble, Judith McNaught, Eloisa James, Julia Quinn… Eu adoro! Mas, de tanto que eu amei “Os Hathaway”, achei que valeria a pena quebrar essa minha regra de “não escrever sobre romances históricos” – colocando uma explicação antes, claro.

Desejo à Meia-Noite 

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Eu não gostei muito dos títulos da série. Entendo que eles acompanhem os períodos do dia – cada irmão Hathaway com o seu. Mas me incomodou um pouco essa coisa de “desejo, tentação, sedução, núpcias…”. Como uma pessoa que lê mais no metrô do que qualquer outro lugar, achei indiscreto.

Outra coisa que me aborreceu um bocado foi a falta de uma boa sinopse no próprio livro. Quando eu estava na Saraiva, li a quarta capa e as orelhas do livro e não encontrei nada que me convencesse a comprar a história. Nas orelhas, a editora escolheu colocar um trecho da cena do primeiro beijo entre os personagens e achei isso super desnecessário. Apesar de Kleypas escrever essas cenas com maestria, acabou ficando meio deslocado. Fora que, em alguns livros onde a gente não sabia quem ia ser o mocinho, o trecho na orelha acabava soltando um baita spoiler.

Em “Desejo à Meia-Noite” temos o primeiro contato com a família Hathaway, que tinha uma vida cercada de livros, amorosidade e erudição na pequena Stony Cross. Amelia, Leo, Win, Poppy e Beatrix tinham os dois pais por perto e nenhuma preocupação na cabeça.

Até que o velho Sr. Hathaway sofre uma doença e vai definhando aos poucos. Quando o marido morre, a Sra. Hathaway se sente sem forças para continuar a viver sem seu grande amor e começa a definhar também. Em menos de seis meses, os Hathaway têm que aprender a se virarem sozinhos fora da proteção dos pais.

Para piorar as coisas, uma epidemia de escarlatina atinge Stony Cross, afetando Win, uma das irmãs Hathaway, que fica quase inválida depois da doença, e Laura, a noiva de Leo, que morre nos braços de seu amado. Como se não bastasse, um tio distante morre e deixa vago seu título de “Lorde Ramsay”, que vai parar nas mão de Leo. Muito afetado pela morte da noiva, Lorde Ramsay, como passa a ser conhecido, só quer saber de beber, fumar ópio e agir como um libertino.

A família acaba sendo controlada por Amelia, a irmã mais velha que tem que fazer de tudo para manter o lar unido, cuidar de sua irmã Win, deixar Leo fora de encrencas e cuidar das meninas mais novas. Depois de uma desilusão amorosa, Amelia está convencida de que não vai se casar nunca mais e de que deve cuidar das irmãs, porque seu irmão não vai fazer isso.

Certa noite, Leo desaparece. Para encontrá-lo, Amelia sai pela cidade com o cigano Merripen, que foi abandonado nas terras da família quando era criança e que cuida dos Hathaway por um motivo que só ele sabe.

Quando Amelia encontra uma famosa casa de apostas, um reduto boêmio da cidade, onde acredita que seu irmão possa estar, ela acaba conhecendo Cam Rohan. Alto, moreno, cheio de anéis nos dedos e com um diamante na orelha, Amelia não consegue disfarçar sua atração pelo moço, que sente o mesmo.

Certa de que nunca mais vai encontrá-lo, Amelia parte com Leo e o resto de sua família para a Ramsay House, que foi herdada por Leo junto com o título e que fica no Interior. O destino interfere e surprise! Cam Rohan está hospedado com o vizinho da mansão.

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Rohan não é nobre, pelo contrário. Igual a Merripen, Cam é um cigano que tem muitas habilidades em ganhar dinheiro, mesmo detestando acumular fortuna. Quando ele encontra Amelia e se apaixona de uma vez só por ela e por sua família, ele não tem escolha se não tentar ajudar a família disfuncional a voltar a ser o que era antes.

Mas as coisas não são tão faceis assim, Amelia não está muito convencida de que deve casar com Rohan e quando um antigo amor do passado volta para cortejar ela, a mocinha fica muito em dúvida.

O romance entre Cam e Amelia (não vou mentir, a gente sabe que eles ficam juntos) é uma gracinha. Ele tenta tomar a liderança da família e ajuda-lá a cuidar dos irmãos, respeitando a opinião dela. Amelia é uma personagem forte e independente, apesar de ter uma história cheia de tristezas. A relação dela com as irmãs, quase maternal, mas de muito companheirismo é muito bem abordada e faz com que você queira ser amiga de todas elas.

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Cam é o Jack, Amelia é a Rose e eu sou o Dinossauro do Ship, adorando esse livro.

Eu também adorei a forma como a autora conduziu a história de Leo. Ao não aceitar que sua noiva tenha morrido, ele acabou se deixando morrer um pouco também, o que foi bem triste. A cena, com um quê espiritualista, em que Leo finalmente se libertou, é uma das minhas favoritas de toda a série.

No geral, eu achei que “Desejo à Meia Noite” foi uma ótima leitura, um excelente começo para essa série. Os personagens pareciam reais e me cativaram muito, o que ajudou muito no meu vício.

Sedução ao Amanhecer 

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“Sedução ao Amanhecer” é o meu favorito da série toda. Nele, acompanhamos a história pelo ponto de vista de Win, a mocinha, e de Merripen, o mocinho. O cigano Merripen apareceu pouco no livro anterior. E o pouco que apareceu sempre deixou um suspense no ar.

Win, se cansava muito fácil e não podia fazer esforços nenhum, uma consequência da escarlatina que sofreu quando era mais nova. Por isso, com a ajuda de seu cunhado, Cam e de sua irmã, Amelia, ela parte para o sul da França junto com o irmão, Leo, na tentativa de fazer uma série de tratamentos experimentais para recuperar sua forma anterior.

Tudo isso deixa o cigano Merripen muito triste. Quando sua tribo o abandonou ferido, achando que ele estava morto, nas terras dos Hathaway, a família levou ele para dentro de casa e cuidou do jovem garoto. Arredio, ele só conversava com Win e assim cresceu uma paixão que durou quase toda a vida dos dois.

Merripen cuidava dos Hathaway principalmente porque sabia que cuidar deles era cuidar de Win e isso é um clichêzão que eu acho uma gracinha e que me derreteu todinha. Os sentimentos dele eram correspondidos por Win, que sempre quis amar livremente o cigano. Mas, por ele achar que não era digno da garota, nada de importante aconteceu.

Cuidando da Ramsay House junto com Cam, Merripen encontra uma distração de seus pensamentos de Win. Ele constrói quartos, arruma jardins, decora paredes… Tudo isso pensando naquilo que for melhor para ela e isso é muito fofinho.

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Quando Win volta da França, saudável e pronta para ter a vida que sempre quis, o coração de Merripen encolhe um pouquinho. A garota veio acompanhada de seu médico francês bonitão, que tem sérias intenções de ficar com ela.

A família sempre soube dos sentimentos de Merripen por Win e sempre respeitou isso, o que eu achei muito bonitinho. O único defeito deste livro é que Merripen demora muito para tomar uma decisão e, quando ele finalmente toma, a narrativa que já tinha um quê de magia fica uma gracinha mesmo.  Antes disso, quando ele anda pela casa tentando fazer com que Win deteste ele, eu achei ele um pouco babaquinha. Mas só um pouco.

Tem algumas cenas bem legais com a Amelia e o Cam também e eu gostei que a autora não abandonou o casal por completo, depois de ter escrito o livro deles. Outra coisa legal foi que, quando voltou da França, Win voltou 100%. Nada daquela coisa de “donzela em perigo”, é ela que manda e que dá as ordens e que joga fogo em armários.

Tentação ao Pôr-do-Sol

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No terceiro livro acompanhamos a história de Poppy Hathaway, uma das irmãs mais novas. Poppy e sua irmã estão sendo guiadas por uma governanta, a Srta. Evans, que deve ensinar modos e etiqueta às meninas, agora que elas estão estreando suas temporadas em Londres.

A família está hospedada no Hotel Rutledge e, quando o furão de Beatrix foge com algumas cartas de amor que Poppy escreveu para um garoto, ela não tem escolha se não perseguir o furão pelo hotel inteiro. Ela persegue ele de tal maneira que acaba encontrando com Harry Rutledge, o misterioso dono do hotel, cujas fofocas denunciavam seu passado negro.

Gostei desse livro? Gostei, mas meu personagem favorito da história inteira foi Dodger, o furão. Poppy é legal, mas é a irmã Hathaway com menos personalidade. Harry, o dono do hotel e mocinho da trama (isso não é um spoiler), tem um passado negro e é genial, mas não é tudo isso, sabe?

Acho que a autora tentou fazer algo ao estilo Bela e a Fera, já que Rutledge, em uma outra história, seria um vilão. Mas não conseguiu ganhar minha simpatia. Foi só ok.

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O final tem uma grande reviravolta e achei legal que a história se inverteu um pouco – com a mocinha salvando o mocinho, mas foi só isso.

O legal é que a gente descobre que a governanta não é exatamente quem ela parece ser e isso é uma grande previsão do próximo livro. Os outros casais dos livros anteriores não aparecem tanto quanto no livro anterior, mas algumas cenas fofas ainda acontecem.

Manhã de Núpcias

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“Manhã de Núpcias” não estava disponível na Saraiva, no dia em que eu dei alocka e comprei os livros. Mas, depois de devorar os três livros da Família Hathaway em meros 3 dias, eu não tive escolha se não comprá-lo pela internet e aguardar ansiosamente a chegada dele.

No livro, acompanhamos a história de Catherine Marks, a governanta da Família Hathaway. Meticulosa e organizada, ela ama a família Hathaway porque eles a tratam com amor e respeito, como se ela fosse um membro do clã. Exceto Leo Hathaway. Esse, ela detesta muito.

Dodger, o furão, aparece de novo e faz coisas tão engraçadas que foi impossível não amar ele. Secretamente apaixonado pela Srta. Marks, Dodger rouba suas meias, ligas e tudo mais o que puder carregar em suas mãozinhas, o que dá uma grande leveza para o livro.

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Uma coisa que aprendi com esses livros: Quando furões dormem, eles deixam o corpinho todo relaxado. Parece que estão mortos, mas é só uma soneca bem tirada.

Apesar de amar a família Hathaway, Catherine insiste em se esconder. Ela pinta os cabelos, usa óculos grossos e roupas escuras, tentando ao máximo passar despercebida. No entanto, Leo sente que a garota esconde um segredo muito grande, que ele tenta descobrir de qualquer forma.

Ao retornar da França recuperado e dono de si, como sua irmã, Win, Leo passa a enxergar Catherine de maneira diferente, apesar de todos os segredos. E não é que ela também? As brigas constantes acabam evoluindo em algo mais, naquele típico romance garota-odeia-garoto-depois-ama-ele que eu AMO. Esse, depois de “Sedução ao Amanhecer”, é meu favorito.

O clímax é um pouco exagerado. O “oh meu Deus, gigantesco segredo” não é tão grande assim, é clichê. Mas, como eu disse no começo do texto, eu adoro um clichê em romance histórico – hehehe – me dá mais!

Paixão ao Entardecer

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Beatrix gosta de animais mais do que de gente e isso tem sido um sério problema. Aos 23 anos ela ainda não encontrou ninguém que aceitasse ter uma cabra, um ouriço, um furão e uma gata de três pernas, além de um burro, dentro de um lar.

Além disso, Beatrix tem um certo probleminha. Toda vez que ela está ansiosa acaba, imperceptivelmente, roubando alguma coisa de alguém. Ela guarda as coisas em sua bolsa e só então percebe que as levou.

Fazendo um esforço para agradar sua família e encontrar um esposo, Beatrix incia uma amizade com Prudence, uma garota bonita, mas superficial. Prudence está de namorico com um capitão dos Rifles da Inglaterra, Christopher Phelan.

Phelan partiu para a guerra e, como forma de manter sua sanidade, passa a mandar cartas para sua amada. Como Prudence está sendo cortejada por outros caras, ela decide ignorar as cartas do Capitão. Mas Beatrix fica com dó dele e responde a carta, em nome da amiga, iniciando uma correspondência de amor de mais de um ano.

Quando a guerra acaba e Phelan retorna como um herói de guerra, Prudence não quer nem saber de lhe revelar a verdade, magoando os sentimentos de Beatrix.

Eu gostei deste livro, mas acho que ele tem probleminhas que eu não posso ignorar para ser feliz. Adoro essa parte da correspondência e dele se apaixonar pela pessoa errada. Mas, a narrativa se desenvolve muito rapidamente e, quando Phelan descobre que não era Prudence que escrevia as cartas, ele aceita tudo muito rápido mesmo tendo dito no passado que Beatrix “pertencia aos estábulos”.

Phelan volta muito traumatizado da guerra, com uma espécie de PTSD (Post Traumatic Stress Disorder), que o deixa violento repentinamente e com uma tendência ao alcoolismo. Gostei que o mocinho foi mostrado com uma grande fraqueza, mas senti que os problemas de Bea foram todos ignorados em detrimento da história do mocinho. Como uma espécie de Manic Pixie Dream Girl, sabe?

A impressão que dá é que ela ignorou toda sua história pessoal e seus defeitos em detrimento dos dele e, por mais que isso seja clichê, eu não gostei. O clímax do final também foi exagerado e pareceu muito apressado, sem muito desenvolvimento. Nem Dodger, o furão, ou Medusa, o ouriço, aparecem muito.

Foi um jeito meio triste de encerrar a série.

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Sempre terei os Hathaway em minha estante e, quando der saudades, vou voltar para visitá-los em Ramsay House. Sinto que vou sentir falta dessa série, mas, de consolo, sei que Lisa Kleypas tem outras séries de romance histórico que eu posso amar tanto quanto amei “Os Hathaway”.

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo