Sobre a Escrita – Stephen King

sobre a escrita stephen king

Nome: Sobre a Escrita

Autor: Stephen King

Editora: Suma de Letras

Páginas: 255

Comprei “Sobre a Escrita” sem pensar muito. Foi uma das poucas compras por impulso que fiz esse ano e, olha, não me arrependi!

No livro, Stephen King conta um pouco sobre sua trajetória de vida. Sobre suas memórias de infância, sua vida na faculdade e sobre as muitas dificuldades financeiras pelas quais sua família passou. O autor conta como começou como escritor e de onde surgiram alguns gostos peculiares que marcaram sua trajetória profissional.

Ele descreve seu muso inspirador, como surgiram as idéias de seus principais sucessos e leva o leitor para dentro de momentos cruciais de sua carreira, como quando ele recebeu um telefonema avisando que o livro  “Carrie, a Estranha” havia sido vendido por 400 mil dólares.

Sobre a escrita king
Dá para saber o quanto eu gostei de um livro, só olhando a quantidade de marcações nas laterais. Eu também sublinhei a lápis alguns dos trechos que mais gostei do livro.

King escreve sem papas na língua sobre seu uso de drogas e sobre como foi escrever – e escrever muito – completamente bêbado. O mais curioso é o paralelo que ele traça de sua vida desregrada na época, com as obras publicadas durante esse período.

Mas, para além de ser um livro autobiográfico, “Sobre a Escrita” é um livro que discorre sobre o ofício do escritor, sobre como as ideias surgem e como colocá-las no papel. Ele fala da caixa de ferramentas do escritor e dá conselhos sagrados e valiosos.

O livro é fascinante. E um pouco assustador. Não é pelo terror, nem nada disso. É um livro que mexeu muito com algumas idéias pré-concebidas que eu tinha e me forneceu detalhes bem curiosos e peculiares sobre como escrever um livro.

Basicamente, se você quer escrever um romance, vai ter que sentar a raba e suar os calos da mão. Sem a necessidade de se intoxicar para fazer isso.

Do autor, eu já havia lido “Celular”, que eu detestei, “O Nevoeiro“, que eu achei bem mediano, e “Novembro de 63”, que adorei. Depois de ler “Sobre a Escrita”, eu decidi que vou superar meu medo infantil e me aventurar um pouco mais nas obras do escritor.

Sejam fãs do escritor ou só pessoas interessadas em ter uma carreira como escritor, “Sobre a Escrita” é um livro sensacional e uma das minhas melhores leituras do ano!

No final da obra, Stephen King deixa uma lista com 180 livros que ele leu e que o inspiraram a se tornar um escritor melhor. Eu sei que é impossível ler todos esses livros e, além do mais, é uma lista que tem um foco norte-americano muito grande. Mas, mesmo assim, organizei uma “estante” no meu Goodreads com todos os títulos sugeridos. Desses, eu só li 3. E você?

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

 

15 escritores famosos que tinham profissões inusitadas

15 escritores famosos que tinham profissões inusitadas

Escrever um livro pode parecer uma tarefa fácil, mas não é. Entre pesquisa, elaboração de enredo, mais pesquisa, mais elaboração de enredo, escrita, escrita, escrita, escrita, revisão, revisão, revisão e revisão, existe muito mais trabalho do que pode parecer inicialmente.

Por vezes, esse é um ofício que não ganha reconhecimento pelo esforço que demanda.  Até mesmo autores publicados têm dificuldade em viver só de escrever livros e, normalmente, possuem aquilo que os americanos chamam de “day job”, um trabalho fixo, que permita que eles paguem as contas e sigam escrevendo.

Dessa forma, não é estranho ouvir histórias de escritores best-seller, traduzidos em 40 países e com livros adaptados para o cinema, que trabalhavam como zeladores, supervisores de dormitórios e até cantores (James Joyce, por exemplo, era cantor e pianista e também trabalhou operando um projetor de cinema, antes da publicação de “Dublinenses”).

Por isso, deixe um pouco a caneta e o bloquinho de lado, leia essa lista e inspire-se nas diversas profissões que escritores famosos tinham, antes de se tornarem um sucesso!

  • Meg Cabot era supervisora de um dormitório de faculdade

Foto da escritora Meg Cabot

Também conhecida como minha escritora favorita, Meg Cabot foi aconselhada pelos pais a ter uma profissão que desse dinheiro, antes de se jogar no mundo literário. Então, ela estudou Arte, na Indiana University. Coisa que, convenhamos, também não dava muita estabilidade.

Quando a faculdade terminou, ela se mudou para Nova Iorque, porque era “onde as oportunidades estavam” e passou a trabalhar em uma livraria, ainda sem escrever nada.

Foi nessa época que ela começou a ficar curiosa com os romances históricos. Meg via que eles vendiam muito e achou que conseguiria escrever um. Para se testar, acabou escrevendo 4 livros, sem ter coragem de mandar para nenhuma editora, com medo de ser rejeitada (quando ela finalmente publicou as obras, fez sob o pseudônimo de Patricia Cabot, porque não queria que a avó lesse as cenas de sexo!).

Depois disso, Meg conseguiu um emprego como gerente assistente de um dos dormitórios  da New York University. Ela adorava porque “estava rodeada de jovens, e a maioria deles dormia até o meio-dia, todos os dias, então eu conseguia escrever durante as manhãs.” Com o emprego, ela podia frequentar algumas aulas da New York University e usou a oportunidade para estudar editoração e um pouco de escrita criativa.

Cartão de visita Meggin Cabot NYU
Recentemente, a Meg compartilhou no Facebook uma foto de seu antigo cartão de visitas.

Foi assim que ela escreveu o livro pelo qual ficou conhecida, “O Diário da Princesa”, que foi rejeitado por várias editoras.

Quando ela finalmente conseguiu um agente literário para ajudá-la no processo de publicação, a Disney ficou sabendo da existência do livro e comprou os direitos, antes mesmo que ele fosse publicado.

Sem manter as esperanças altas, já que muitos livros têm seus direitos comprados para o cinema, sem se tornarem filmes em si, a Meg continuou trabalhando no dormitório da New York University.

Quando o filme realmente estava prestes a ser lançado e a Disney enviou um cheque enorme para a escritora, ela finalmente pediu demissão. Naquela época, ela já estava trabalhando nos livros da Mediadora e já tinha vários outros contratos de publicação (Meg chegou a escrever 12 livros em um ano, gente!), que davam estabilidade financeira a ela.

Toda essa história pode ser lida no texto da Cosmopolitan escrito pela própria Meg. Há outro artigo no blog dela, com dicas de escrita. A principal delas é, adivinhe só, ter um emprego para pagar as contas. Ela também dá a estatística assustadora de que apenas 2% dos escritores publicados ganham dinheiro suficiente para viver somente de escrita. Como o texto é de 2003, vamos torcer para esse número ter aumentado, nem que seja só um pouquinho.

  • Vladimir Nabokov era um entomologista

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Quem diria que o escritor de “Lolita” trabalhava estudando insetos, hein? Um verdadeiro Gil Grissom.

Vladimir Nabokov não só era um entomologista, como era bem famoso e reconhecido no ofício. Ele trabalhou na Wellesley College e depois foi para Harvard, onde atuou como Curador da Coleção de Borboletas do Museu de Zoologia Comparada. Muito louco, não? Foi mais ou menos nessa época que a esposa de Nabokov o convenceu a publicar “Lolita”, em uma história parecida com a do Stephen King.

Nabokov também formulou uma Teoria da Evolução das Borboletas, que só foi comprovada em 2011, por meio de exames de DNA. Por essa eu não esperava!

  • John Green era capelão de um hospital de crianças

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Antes de se tornar um escritor, John Green estava estudando para ser pastor de uma igreja protestante. É sério.

Em 2000, por 5 meses, John Green foi o capelão de um hospital pediátrico, como parte do seu “Processo de Discernimento” – tipo de imersão espiritual que os que querem virar pastor devem fazer em hospitais, cemitérios e aeroportos. Ele fez esse processo pela University of Chicago Divinity School.

Algumas das personalidades dos personagens de “A Culpa é das Estrelas” foram, em parte, baseadas nessa imersão do Green. Se você tiver paciência de ver outra pessoa jogando videogame, o próprio autor fala sobre esse processo nesse vídeo aqui.

  • Margaret Atwoood era garçonete e caixa de uma cafeteria

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A escritora de “O Conto da Aia” é bem conhecida em países de língua Inglesa e agora está ganhando ainda mais popularidade.

O que pouca gente sabe é que, antes de ser escritora, Margaret Atwood era garçonete e caixa de uma cafeteria. A experiência foi terrível porque ela detestava o trabalho e os clientes grosseiros, e ainda era assediada por um ex-namorado, que ia até o estabelecimento só para olhar para cara dela. Tipo aquela mulher do Amélie Poulain, sabe?

Margaret escreveu sobre essa experiência em um conto chamado “Ka-Ching!” e nesse texto no blog dela.

  • Arthur Conan Doyle era médico

Médico

Ora, ora, ora, parece que temos um Xeroque Holmes aqui!!!

Conan Doyle se formou em Medicina pela University of Edinburgh e trabalhou por um tempo na Marinha Britânica, como médico da tripulação de navios.

Depois, em 1882, ele se estabeleceu em Southsea, Hampshire, e montou um consultório médico. Para passar o tempo entre um paciente e outro, ele escrevia histórias.

O primeiro livro de sucesso dele, “Um Estudo em Vermelho”, foi publicado apenas em 1887 e ele ainda demorou um pouco para largar a carreira de médico e se dedicar a ser um escritor em integralmente.

  • Douglas Adams teve mais empregos do que você pode imaginar

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De todos os escritores da lista, Douglas Adams, famoso pelo Guia do Mochileiro das Galáxias, é o que teve a carreira mais diversa e fascinante.

Ele trabalhou como porteiro de hospital, segurança de hotel e cuidador de galinhas, enquanto escrevia textos para programas de rádio e TV.

Mas, sem dúvidas, o trabalho mais exótico dele foi como guarda-costas de uma família multimilionária de magnatas do petróleo do Qatar.

  • Harper Lee trabalhava no guichê de uma companhia aérea

Atendente de Cia. Aérea

O Sol é para Todos” é um dos meus livros clássicos favoritos e deu à Harper Lee o Prêmio Pulitzer de Ficção, em 1961.

O que ninguém sabe é que, talvez, ele nem teria sido escrito, se não fosse por um presente generoso.

Explico: Harper Lee trabalhava reservando e emitindo passagens aéreas para a Eastern Airlines e tinha o sonho de se tornar uma escritora profissional. Tão grande era esse projeto que ela chegou a viajar para o Kansas, na companhia de Truman Capote, para ajudá-lo nas pesquisas e entrevistas de seu famoso livro de não-ficção “A Sangue Frio”.

Lee seguiu trabalhando na companhia aérea até que, em um Natal, recebeu um bilhete de seus amigos que dizia “Você tem um ano de folga do seu trabalho, para escrever o que quiser. Feliz Natal”. Junto ao cartão, havia um cheque com os salários equivalentes a um ano de serviço.

Foi nesse ano “presenteado”, que ela escreveu “O Sol é para Todos”.

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Antes de ser o escritor aclamado de mais de 60 livros, Stephen King se formou em Educação, na Universidade do Maine e teve diversos trabalhos. King trabalhou em uma lavanderia e em um posto de gasolina, mas seu ofício mais notório foi como zelador e faxineiro de uma escola de Ensino Médio.

A vista dos corredores e dos armários da instituição o inspirou a escrever a cena de abertura de “Carrie, a Estranha”, cujo rascunho ele jogou no lixo, depois de escrever 3 páginas. Por sorte, o texto foi descoberto por sua esposa, Tabitha, que convenceu ele a continuar escrevendo porque ela queria saber o que ia acontecer.

  • Suzanne Collins escrevia roteiros de TV de programas infantis

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Antes de ser conhecida no mundo todo pelo livro “Jogos Vorazes”, Suzanne Collins tinha uma sólida carreira como roteirista de programas infantis. Ela fez parte de vários projetos do Nickelodeon, incluindo “Clarissa explica tudo”, que era estrelado pela Melissa Joan Hart, de “Sabrina, Aprendiz de Feiticeira”. Ela também escreveu episódios de “Os Arquivos de Shelby Woo” e acredita-se que essas experiências tenham ajudado a construir a personalidade de Katniss Everdeen.

  • George Orwell era policial

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Andei lendo George Orwell, para a Revista Pólen, e ando um pouco fascinada com ele. Nascido Eric Arthur Blair, ele trabalhou como um policial da Polícia Imperial Indiana, em Burma. Ele protegia cerca de 200 mil pessoas e era reconhecido por seu “elevado senso de justiça”.

Depois disso, ele atuou como jornalista, em uma profissão um pouco mais próxima do trabalho de escritor.

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Sophie Kinsella é o pseudônimo de Madeleine Wickham. Assim como sua personagem Becky Bloom, Madeleine é jornalista, especializada na cobertura do mercado financeiro.

Por achar o trabalho “sem inspiração e nada empolgante”, ela escrevia livros para passar o tempo, durante o horário de almoço e a noite.

Antes de publicar “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom”, ela já tinha escrito – e publicado! – outros 4 livros.

Madeleine também trabalhou com o marido em recitais de música. Enquanto ele cantava, ela o acompanhava no piano. Legal, né?

  • Rainbow Rowell era colunista de jornal

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Rainbow Rowell tinha uma profissão mais próxima do mundo da escrita, trabalhando como colunista do Omaha-World Herald por 10 anos. Na faculdade, ela se formou em três áreas: Jornalismo, Publicidade e Inglês.

Ela teve experiências nesses três campos, antes de se firmar como escritora.

Ela diz, “quando eu estava na faculdade, estudar Inglês sempre pareceu uma coisa extra, quase uma indulgência. Eu adorava a ideia de escrever ficção e até poesia, mas queria um trabalho que viesse com um seguro de saúde e um salário estável. Eu cresci em uma família pobre, então ser uma artista morte de fome tinha zero de apelo para mim.”

Preach, Rainbow, Preach.

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Antes de se tornar famoso por fazer todo mundo chorar com seus livros, Nicholas Sparks teve trabalhos diferentes. Ele, inclusive, tentou ir para a Faculdade de Direito, mas foi rejeitado. Ops.

Um dos trabalhos de Sparks foi vender produtos dentais por telefone. Diferente, né?

  • Agatha Christie era farmacêutica assistente

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Agatha Christie era uma das assistentes de farmacêutico sendo examinadas pela Cruz Vermelha, em 1917. Aparentemente, Agatha tinha grandes conhecimentos sobre drogas e venenos e isso ajudou-a em sua carreira como escritora.

Durante a Primeira Guerra Mundial, em 1914, Agatha Christie era uma das voluntárias do exército e passou 4 anos no auxílio às tropas feridas em um Hospital Militar em Devon, na Inglaterra.

Outro que figura no hall dos meus escritores favoritos, Dan Brown e eu temos uma coisa em comum! Nós dois frequentamos a Phillips Exeter Academy, em Exeter, New Hampshire.

Dan Brown era filho de um dos professores da escola preparatória (que também foi onde Mark Zuckerberg estudou) e praticamente cresceu no campus.

Alguns anos depois de se formar na Amherst College, Brown voltou para Exeter como professor de Inglês. Tudo bem que isso foi antes de eu nascer, mas se ele tivesse esperado uns, sei lá, 18 anos, eu poderia ter tido aulas com ele. Doido, né?

Dan Brown em fotografia tirada na escadaria da biblioteca Class of '45 da Phillips Exeter Academy
Dan Brown na escadaria da biblioteca da Phillips Exeter Academy. A foto é do fotógrafo Isaac Hernandéz que fez um relato sobre ela nesse link aqui.

Espero que essa lista sirva de inspiração para que você termine seus projetos e siga em frente com eles. Aquela frase que diz que o sucesso é 10% inspiração e 90% transpiração é pura verdade. Esses autores lutaram muito para chegar onde chegaram, só que a gente não viu nem metade desse esforço.

Gostou do post? Compartilhe ele nas redes sociais! Se fizer sucesso, quem sabe eu não faça um só com autores nacionais e suas profissões secretas? hehe

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

O Nevoeiro – Stephen King

tripulação de esqueletos

Nome: Tripulação de Esqueletos (calma que eu já já explico)

Autor: Stephen King

Editora: Suma de Letras

Páginas: 133

Mas Mandariela, você trocou as bolas? Por que o título do livro é um e o nome que aparece embaixo é outro?

“O Nevoeiro” é um conto de Stephen King, que aparece em “Tripulação de Esqueletos”, uma coletânea dos contos desse escritor, publicada pela primeira vez em 1985. Ele é o primeiro conto do livro e é enorme, gente! É quase tão grande quanto alguns dos exemplares que coloquei na minha lista de livros para ler em um dia!

Acabei pegando “Tripulação de Esqueletos” emprestado na biblioteca do meu bairro, só porque vi que esse era um dos contos inclusos e porque eu estava com vontade de ler algo que me lembrasse um pouco “Stranger Things” (vem ni mim, 27 de outubro!).

stranger things

No começo, acompanhamos a história de David Drayton, de sua esposa, Stephanie, e de seu filho, Billy. Os três estão em sua casa de veraneio em um dia bem quente de julho, só na curtição das férias. Até que uma grande tempestade os atinge. A combinação de chuva e de ventos fortes derruba árvores e fios elétricos e David, Billy e Stephanie ficam isolados na casa, sem comunicação alguma. Nem mesmo o rádio funciona.

Por cima e um pouco além do lago que permeia a propriedade dos Drayton, David consegue observar um nevoeiro denso e branco, como ele nunca tinha visto antes.

Decidido a ir comprar suprimentos para aguentar o dia, caso a luz não volte, David parte com seu filho Billy e o vizinho Brent Norton, até o supermercado da cidade. E é lá que eles estão quando o nevoeiro os atinge.

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Coisas horríveis acontecem com aqueles que optam por atravessar o nevoeiro, na tentativa de alcançar os familiares que ficaram do lado de fora. Banhos de sangue, barulhos estranhos e vultos animalescos podem ser vislumbrados por quem ficou do lado de dentro do supermercado, sem que ninguém tenha certeza do que está vendo. Por conta da densidade do nevoeiro, não é possível saber com clareza o que está do outro lado.

Olha, eu não gosto de terror. Mesmoooo. Eu só li “O Nevoeiro” porque li resenhas recomendando ele como não muito assustador e porque estou tentando preparar meu psicológico para ler “It – A Coisa” (mesmo que eu não goste de terror, eu gostei do trailer!). Talvez, por isso, quando eu terminei de ler “O Nevoeiro” não dei continuidade aos contos de “Tripulação de Esqueletos” e devolvi o livro para biblioteca com alívio no coração.

Esse é um livro bem interessante para se estudar como o King constrói o suspense e a tensão de cada uma das cenas. É fascinante.

Uma vez eu li um conselho de escrita que dizia que você deveria pensar em um personagem, entender qual seria o maior sonho dessa personagem e, depois, descobrir o que de pior poderia acontecer com esse personagem, para evitar que ele atinja seus sonhos. É exatamente isso que King faz nessa narrativa.

Sendo sincera, eu não senti muito medo e algumas cenas me pareceram meio banais. A impressão que eu tive é que, por estarem num supermercado, King fez uso de vários personagens que estavam ali fazendo compras e, conforme o texto foi avançando, ele foi usando esses personagens para dar continuidade à narrativa. E isso foi legal, mas toda vez que eu achava que ele ia utilizar esses personagens para amarrar uma ponta solta, ele acabava largando essa ponta de lado e seguindo em frente (meu medo de dar spoiler é tanto, que eu estou até misteriosa!)

susto

Eu estava um pouco errada quando achei que esse livro seria parecido com Stranger Things. Não é não. No seriado, a gente entende o porquê das coisas acontecerem e as motivações por trás de tudo. Em “O Nevoeiro” não há explicações. Duas ou três suposições aparecem e são levantadas por King, mas nada de concreto, sabe? Por mais clichê que seja, ás vezes, aquele momento em que o vilão conta todo o seu plano maligno para o herói é necessário para dar mais vivacidade para o texto.

Durante a leitura, fiquei preocupada que virasse algo parecido com “Ensaio sobre a Cegueira”, do Saramago. Eu adorei a leitura do Saramago, mas abandonei o livro desesperada, quando a narrativa culminou em uma cena que mexeu comigo de tal forma que, até agora, só de lembrar, eu fico enjoada.

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Mas não, apesar de ser um terror que pende para a distopia, ele não envereda pelas narrativas mais complicadas ou pelos juízos de moral. Muito pelo contrário.

O final foi… decepcionante. Qual é?! Disseram que o final do filme foi melhor e diferente. Eu não vejo filmes de terror e nunca vou saber avaliar isso direito, mas acho que qualquer coisa seria melhor do que o final incompleto que ele deu. Se ele decidisse transformar isso num livro de uma vez por todas, talvez o final fosse um pouco mais interessante.

Sem querer dar spoilers, foi meio que uma coisa à la “A Procura da Felicidade” sabe?

Em 2007, o diretor Frank Daranbot produziu um filme inspirado por “O Nevoeiro”. E em 22.jun.2017, uma série de TV baseada no livro estreou no canal Spike, lá dos EUA.

A Netflix anunciou recentemente que a série inspirada em “O Nevoeiro” vai ser disponibilizada no catálogo deles no dia 25.ago.2017. Tô ansiossísima!!! 

O NEVOEIRO THE MIST SERIADO IMAGEM DE DIVULGAÇÃO DISPONIVEL NA NETFLIX

Imagino que voltar a Paranapiacaba depois de ler um livro como “O Nevoeiro” vai ser uma tarefa muito difícil. Se você acha que narrativas como a do livro são totalmente de mentira e que “não é possível que algo assim aconteça na vida real,” tente ficar na cidadezinha depois das 16 horas, quando a noiva vem cobrir a cidade com seu céu. O documentário que eu produzi durante a faculdade ajuda a ter uma noção de como são as coisas por lá.

Esse tipo de livro sempre me deixa meio ansiosa ao lembrar que, em uma situação como essa, se eu perdesse meus óculos ou se algo acontecesse com eles, eu ia morrer muito rápido. Sou tão míope que só de ficar sem meus olhinhos, pelo menor período que seja, eu já fico com dor de cabeça. Eu totalmente ia me voluntariar para virar comida de monstro! lol

Recomendo para você que gosta de terror, que quer ler um clássico do mestre dos livros de terror e que, assim como eu, está procurando diversificar a lista de leitura e sair um pouquinho da zona de conforto.

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

(Mais) séries legais para ver no Netflix e fugir do Carnaval

Meu humor no Carnaval varia muito de ano para ano. Em 2016, por exemplo, eu estava super animada e cheguei a ir em alguns ensaios de Escolas de Samba e até em um técnico, que aconteceu no Anhembi. Bloquinhos não são minha praia, já que eu detesto multidões.

Sinto que vou passar meu Carnaval de 2017 de uma forma bem NSLC (Netflix, Spotify, Livros e Cama), com a ocasional mirada na televisão, para ver os desfiles.

Se você é como eu, aqui vai uma listinha de séries para te ajudar a passar o tempo. O legal é que todas são curtinhas com, no máximo, duas temporadas. Eu também classifiquei elas de acordo com tom, para te ajudar a fazer uma escolha mais certeira. Vamos lá?

The People Vs. O.J. Simpson: American Crime Story – Para você que quer histórias reais, um pouco das Kardashians, crimes e julgamentos judiciais

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Faz quase duas semanas que terminei de ver “The People Vs. O.J. Simpson” e eu sigo pensando na história verídica retratada por ela…

Foi igual quando vi “Making a Murderer”, que eu gostei muito, mas que não resenhei para o blog. Ambas as séries me fizeram pensar muito e fizeram com que eu me colocasse no lugar das pessoas retratadas por elas. Será que eu faria igual aos jurados de ambos os casos? Será que a mídia pode ser culpabilizada? Será que O.J. Simpson matou essas pessoas?

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O.J. Simpson era um atleta renomado de futebol americano. Ele foi acusado do assassinato violento de Nicole Brown, sua ex-esposa, e de Ronald Goldman. Na época, a polícia de Los Angeles recebia acusações de violência policial contra negros e os casos de má-conduta policial aconteciam com frequência.

Um “dream team” de advogados foi contratado por O.J. para defendê-lo e, na promotoria, estavam Marcia Clark e Chris Darden. Boa parte dos episódios está centrada no caso judicial em si. Há muitas cenas no tribunal e reviravoltas acontecem durante o tempo inteiro. Uma hora um lado está na frente e, em outra, o panorama está completamente alterado. Eu ainda não era nascida na época do assassinato, mas imagino que deve ter sido um pesadelo real acompanhar todos os acontecimentos do julgamento.

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Os eventos dentro e fora do fórum são frenéticos e é impossível não ficar de queixo caído em cada episódio.

O material da série foi baseado no livro “The Run of His Life: The People v. O.J. Simpson”, de Jeffrey Toobin. Há um episódio inteiro dedicado ao sexismo sofrido pela promotora Marcia Clark, que, na época, também enfrentava um divórcio. Absolutamente tudo foi abordado, desde  a  exposição dela na mídia, os comentários machistas e até as alterações que ela teve que fazer na imagem pessoal, para ser mais bem aceita pelo público. Eu fiquei impressionada. Será que se um caso como esse acontecesse hoje em dia, as repercussões em cima da promotora responsável seriam iguais?

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No geral, a série me fez refletir muito sobre o poder da retórica e a força da opinião pública. A série mostra os fatos, ao mesmo tempo em que me parece ter um viés. Mas, de qualquer forma, fiquei impressionada com o resultado do julgamento.

Outro ponto interessante é o Rob Kardashian. Rob é o melhor amigo de O.J. e acaba se tornando um de seus advogados. A série dá um enfoque grande na relação dele com as filhas e com a ex-esposa, Kris Jenner. Talvez para dar um destaque atual ao seriado ou até para explicar de onde vem a fama das garotas, que disseram publicamente que o retrato delas na série é exagerado e sensacionalista. Rob Kardashian confessou ter dúvidas sobre a verdadeira inocência de O.J. Eu também.

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Eu não sei o que eu faria se fosse uma jurada do caso, mas, certamente, os acontecimentos posteriores da vida de O.J. Simpson me deixaram bastante chocada. Cuba Gooding Jr, que interpretou O.J., disse que teve dificuldades para sair do personagem. Ele também disse que fez dois takes de cada cena: em um, ele interpretava um culpado que dizia ser inocente, e no outro, ele fazia as vezes de um inocente querendo provar que era inocente. A escolha final de qual cena usar seria só do diretor. Todas essas informações estão disponíveis na página do IMDB da série.

Além das discussões que trouxe à tona e dos monólogos interiores que ela me fez ter, essa série é viciante e eu quero revê-la com minha mãe, que adora dramas jurídicos.

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Ryan Murphy é um dos produtores da série (sim, o mesmo de Glee e American Horror Story), que deve ter novas temporadas. Parece que o material vai seguir o formato de “American Horror Story”, com uma história diferente em cada temporada.

A próxima deverá abordar o Furacão Katrina e o Governo Americano, que foi culpabilizá-lo por falhas no socorro e na prevenção de todas as mortes.

Fleming: The Men Who Would Be Bond – Para você que quer espionagem, cenas calientes, ficção histórica, mais cenas caliente à la Mr. Grey e Segunda Guerra Mundial

Admito, o único motivo para eu ter começado essa série tem nome e sobrenome: Dominic Cooper. Sou apaixonada por ele desde “Mamma Mia” e acabei vendo a série só por ter ele como protagonista e que bom que fiz isso!

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A minissérie da BBC conta a história de Ian Fleming, o escritor que criou o personagem “James Bond”. Antes da Segunda Guerra Mundial, Fleming nada mais era que um bon-vivant, um filhinho de papai que fazia suas vontades e nada mais. Seu irmão, Peter Fleming, é um escritor brilhante, um herói de guerra e a estrela dos olhos da mãe.

Tudo muda quando, após um ultimato de sua mãe e das conexões dela, Fleming consegue um emprego no escritório da Marinha Real. Logo depois a Segunda Guerra Mundial estoura e Fleming tem que amadurecer, criar responsabilidade e se tornar um homem de verdade.

Através de suas idéias revolucionárias, da criação de uma unidade especial de luta e espionagem e de estratégicas novelísticas, Fleming passa a ganhar o respeito de seus colegas na Marinha.

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Os roteiristas da série intercalaram fatos verídicos com algumas das estripulias de James Bond, imaginadas por Ian Fleming. Seria impossível recriar todos os feitos reais da carreira dele já que, até hoje, boa parte dos documentos que a contam em detalhes é secreta.

A vida pessoal de Fleming também é bem movimentada e retratada na série. Ele tem uma namorada fixa, Muriel, que acaba tendo um destino trágico. Mas, seu verdadeiro amor é Ann O´Neill, esposa de um oficial do exército que está lutando na Alemanha. Enquanto o marido está longe, Ann também vive um affair bem público com outro homem, mas também está interessada em Fleming. Enfim, uma bagunça.

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Os cenários, vestidos e as cenas de ação são incríveis. A série é rica em detalhes e absolutamente linda de se ver. De repente, você é sugado para o século passado e a série termina te deixando com gosto de “quero mais”. As cenas calientes de Ian Fleming são realmente calientes. É melhor deixar para ver essa daqui sem a família junto.

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A série tem 4 episódios, sendo que o último é uma reflexão dos atores e produtores sobre a vida incrível de Ian Fleming. Esse episódio mostra os bastidores da produção e a dificuldade em reproduzir a Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. O material também inclui uma entrevista com o biógrafo oficial de Ian Fleming, que ajuda retrata o escritor com mais vivacidade. Um deleite para nerds de história, como eu. Toda série baseada em uma pessoa real ou que conta uma história verídica deveria ter algo assim.

Eu nunca li nada do Ian Fleming, nem vi filmes da série do James Bond, mas fiquei totalmente encantada com o personagem retratado e agora super quero me aventurar por histórias de espionagem.

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Crazyhead – Para você que quer uma série girl-power, engraçada e curtinha

Crazyhead tem uma vibe meio “Buffy” e “Charmed” que me encantou.

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Amy é uma menina que trabalha em um boliche e que passa por um tratamento médico, depois de certos acidentes. Ela acreditava que conseguia ver demônios, que habitavam o corpo de outras pessoas para fazer o mal e passou a tomar medicamentos para suprimir suas “ilusões”, tudo sob recomendação médica.

Raquel é doida e mora com o irmão. Ela é despachada e hilária e, certo dia, ela passa por perto do boliche onde Amy trabalha e vê a garota sendo atacada por um demônio. A vida de Raquel é matar os malditos demônios – menos no horário do Pilates – e ela fica surpresa ao descobrir que Amy também tem a capacidade de ver os danados.

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As duas engatam uma amizade e passam a caçar demônios em conjunto. Trabalhando para esconder tudo do irmão de Raquel, Tyler, e de cuidar de Suzanne, a melhor amiga de Amy, que sofre de problemas sérios.

São 6 episódios de um humor leve e bobo. Alguns sustinhos são bons e você não daria nada pela série só por ver os primeiros episódios. Conforme a narrativa avança, Raquel e Amy acabam presas em uma confusão bem doida, com demônios por toda parte e com segredos sendo revelados em ambas as partes. É divertido sem ser pretencioso demais.

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Eu não teria visto Crazyhead se não tivesse descoberto que o papel de Raquel era interpretado por Susan Wokona. Conheci a atriz em “Chewing Gun” – que eu amei- e já achei ela engraçada no papel de Cinthia. Agora, mais ainda.

Santa Clarita Diet – Para você que quer humor leve e bobo e algo que possa ser visto em família

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Terminei de ver “Santa Clarita Diet” ontem de noite e, confesso, ainda estou bem brava porque a primeira temporada termina em um MALDITO CLIFFHANGER!!!

Deus sabe o quanto eu detesto séries que chegam em um clímax e terminam em um beco sem saída, te deixando sem resposta alguma e sentado feito um trouxa, esperando a próxima temporada. Acho que é um trauma causado por Lost.

“Santa Clarita Diet” conta a história de uma família normal, tradicional e até meio entediante. Os pais, Sheila e Joel, são casados desde o ensino médio e trabalham como corretores de imóveis. A filha, Abby, é uma típica adolescente de 16 anos.

saaaantaaaaa

Durante uma visitação em uma casa que está a venda, Sheila vomita muito. Tipo, muito mesmo. Estilo exorcista, sabe? Joel acredita que a esposa está morta, mas Sheila parece estar bem normal, mesmo depois de todo o líquido perdido e de uma misteriosa bola vermelha que saí de dentro dela.

No outro dia, Sheila se sente mais impulsiva e determinada. Ela age para satisfazer suas vontades e… só consegue comer carne. Preferencialmente, carne de humanos bem fresquinha, tirada pela própria mulher.

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A família, então, passa a buscar uma cura para o novo estado de morta-viva da esposa, ao mesmo tempo em que tem que matar pessoas e disfarçar tudo isso dos dois vizinhos, que são policiais. Uma loucura e totalmente fora da vida entediante e normal que eles tinham antes.

Ao todo são 10 episódios de meia hora, que te envolvem e te deixam querendo mais. Algumas partes são bem nojentas e hilárias e a Drew Barrymore fez a personagem ficar bem engraçadinha, mas o ator que interpreta o marido, Timothy Oliphant, foi o meu favorito. Fica claro que ele ama a esposa e que vai fazer qualquer coisa para deixá-la feliz.

Acho bom a Netflix liberar logo a segunda temporada…

Bônus!

Eu sou a pior pessoa para ver séries quando elas estão no hype e, geralmente, deixo para ver tudo beeem depois, quando a poeira já começou a baixar. Com essas duas séries, eu me encantei, apaixonei e… Já quero as novas temporadas!

Unbreakable Kimmy Schmidt – Para você que quer rir, se encantar, cantar e voltar a acreditar em seus sonhos

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Unbreakable Kimmy Schmidt é maravilhosa, gente! Honestamente não sei porque demorei tanto para ver essa série!

Com duas temporadas (e com a terceira já confirmada para ser liberada em 19 de maio), a série segue a história de Kimmy Schmidt, que foi sequestrada na adolescência por um maluco religioso, que acreditava no dia do Juízo Final. Kimmy  passou quase 15 anos em um bunker, com outras 4 mulheres, até ser resgatada. Longe de ser um drama ou uma história triste, Kimmy é inquebrável (há, entendeu?) e agora vai ter a chance de realizar seus sonhos e viver a vida que sempre quis.

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Cause females are strong as hell, no?

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A série é muito engraçada e cada personagem que entra na história acaba tendo um desenvolvimento muito interessante. Tem Titus Andromedon, um ator que nunca conseguiu se dar bem na carreira e que é o colega de quarto de Kimmy. Negro e gay, Titus tem um talento maravilhoso para cantar. Peeeno Noir, bitches!! Lilian é a dona do apartamento onde vivem Titus e Kimmy e é um doce, meio raivosa, mas gentil. Ela morre de medo da gentrificação que está acontecendo em seu bairro (eu também!) e faz coisas bem doidas. Jacqueline é uma mulher rica, que acaba contratando Kimmy como sua assistente e babá e até Andrea, a terapeuta de Kimmy.

O mais legal é que Kimmy é a que sofreu mais, mas ela segue inspirando todo mundo a buscar uma versão de melhor de si mesmos. Super recomendo, não consegui parar de ver nem quando estava no Uruguai!

Stranger Things – Para você que quer mistério, sustos, um pouco de inocência infantil e uma vibe à la “E.T”

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Todo o hype gerado em torno de “Stranger Things” me fez ter um pouco de preguiça da série. Na verdade, ela foi tão falada na internet que eu já sabia – aqui e acolá- de algumas coisas que iam acontecer na história. Em uma premiação (acho que foram os Emmys) o cast infantil da série tirou uma foto super fofa, sentados numa mesa parecendo entediados. Achei uma graça e, só por isso, decidi ver a série.

“Stranger Things” se passa em uma cidade pequena, onde todo mundo conhece todo mundo e onde nada parece acontecer. Até que um dia, o garoto Will Byers desaparece misteriosamente. Seus melhores amigos, Mike, Dustin ❤ e Lucas, partem, então em busca dele garoto, através das florestas e bosques da cidade.

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Mas, o que eles encontram, na verdade, é uma garota estranha, de cabelo raspado e com um passado misterioso, que se chama Eleven e é viciada em waffles. A menina acaba ficando amiga dos garotos.  O Sheriff Jim Hopper e a mãe de Will, Joyce, também são um ponto alto da história e eu adorei a química entre os dois.

Você, provavelmente, já sabe um pouco do enredo, que é bem detalhado. Qualquer coisa que eu diga a mais pode ser um baita spoiler. Então você vai ter que confiar na minha palavra, ao dizer que a narrativa é envolvente e empolgante, com reviravoltas emocionantes e de te deixar de cabelo em pé.

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A série é cheia de surpresas e de personagens fora do padrão, como Nancy, a irmã de Mike, que acaba virando bem badass. Tem também a Barb, amiga de Nancy, que eu adorei, mesmo sem muitos motivos. Até mesmo Steve, o peguete de Nancy e típico galã de ensino médio, tem seus méritos, apesar de ser meio babaca no começo.

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Eu adorei que conseguimos respostas parciais no final, nem tudo foi revelado, mas soluções foram encontradas para os problemas propostos. Não me senti traída e estou louca pela segunda temporada.

O seriado tem inúmeras referências a livros do Stephen King e agora estou doida para ler um. Só que vai ter que ser uma coisa que não dê muito medo porque, olha, Deus sabe que eu detesto perder meu sono.

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Espero que essa lista tenha te ajudado a escolher algo legal para ver e passar o Carnaval. Tem alguma sugestão legal para mim, já que eu já vi tudo isso?

Beeijos, A Garota do Casaco Roxo

Novembro de 63 – Stephen King

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Nome: Novembro de 63

Autor: Stephen King

Editora: Suma de Letras

Páginas: 736

Este talvez seja o melhor livro que li em 2015. Não é meu favorito, até porque não dá para disputar com leituras como “Casamento Real”, da Meg Cabot, mas ele é tão bem escrito e estruturado que com certeza é um excelente exemplo de bom romance, com a estrutura narrativa que se encaixa perfeitamente no modelo de “jornada do herói”.

Se eu não me engano, também vai virar série do Netflix com James Franco no papel principal.

“Novembro de 63” conta a história de Jake Epping, um professor de inglês que não vê a hora de ter suas merecidas férias. Jake se encontra com Harry Dunning, dono de uma lanchonete em sua cidade e que parece ter adoecido e envelhecido vários anos desde a última vez que Jake o viu, no dia anterior. Harry decide compartilhar um segredo com Jake e mostra que o depósito da lanchonete é uma espécie de buraco de minhoca, que transporta qualquer um que o atravessa para o mesmo lugar, mas em 1958. Mas não é só isso, convencido de que o assassinato do presidente Kennedy, em 1963 causou grandes problemas para toda a humanidade, Harry dá uma missão a Jake: impedir que um dos presidentes mais populares dos EUA, John Fitzgerald Kennedy, seja assassinado.

Não vou mentir, esse livro é grande e pode assustar o leitor mais desavisado. Na verdade, eu acredito que só tenha lido com a rapidez que li porque o fiz no Kindle. Uma cópia física, com o tanto de coisa que eu tenho para fazer, me aterrorizaria. Mas cada página vale a pena e a história se amarra bastante porque Jake precisa encontrar formas de ocupar seu tempo até que o dia a, de assassinar, chegue.

O livro tem suspense, mistério, ação, romance e é uma aula de história maravilhosa, mesmo para quem não curte muito história. A única coisa é que por vezes me deu a impressão de que o livro tinha partes desnecessárias demais, mas acho que isso também contribui para a que ele seja considerado o romance clássico e deixa o leitor ainda mais ansioso para chegar ao final..

Foi uma ótima leitura para mim, no geral. Até porque do Tio King eu só tinha lido aquele “Celular” que é terrorzão típico do autor que não tinha me impressionado. Em uma entrevista, Stephen King declarou que teve a idéia original do livro em 1978 e que ficou matutando ela até escrever o livro de fato, em 2011. Ele também disse que esperava que essa leitura agradasse os leitores de livros como “A Resposta” e “As memórias do livro”. Estava certíssimo.

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo