Entrevista com Carina Rissi


 
   Carina Rissi é autora de Perdida, livro pelo qual eu me encantei que já foi resenhado aqui pro blog e de Procura-se um Marido, lançamento deste mês pela editora Verus!

         Mandei algumas perguntinhas para ela, afinal de contas, quem não quer saber mais um pouquinho sobre aquele autor que admira? Essas são as respostas que ela me mandou!

AA- Amanda Ariela(minhas perguntas)

CR – Carina Rissi(as respostas dela)

AA)            Como surgiu a ideia de escrever um livro como ‘’Perdida’’? Você já o tinha inteiro em mente (a ideia de ser uma comedia romântica) ou foi modificando conforme a escrita fluía?

 CR: A ideia do livro surgiu numa noite em que fiquei sem energia elétrica na hora do jantar e não consegui me virar sem o micro-ondas (sou totalmente dependente dele). Levei uns dois anos para começar a escrever Perdida, e durante esse tempo, as cenas iam e vinham na minha cabeça, mas eu não tinha a história toda, era tudo muito solto e nada se conectava. Quando tomei coragem para escrever é que a história foi tomando forma e se parecendo com um chick lit. Eu não pensei em que gênero se enquadraria enquanto escrevia, foi natural. Acho que meu estilo acaba sendo reflexo do que eu gosto de ler.

 AA)    Qual foi a parte mais difícil de escrever a história? E a mais legal?

CR: Caramba, é difícil escolher a mais legal. Eu realmente me diverti muito escrevendo esse livro. Bom, uma das minhas cenas preferidas é quando o Ian conhece a Bic da Sofia. Eu adoro a inocência dele, a forma como ele se apega aos pequenos detalhes. Agora, a mais difícil de escrever foi com certeza a cena em que Sofia visita a casa do Ian e se depara com os quadros dele. Foi tenso, pois eu sentia o desespero dela como se fosse meu.

AA) Alguns dias atrás você publicou um trechinho de algo que chamou de ‘’Perdida 2’’, você pretende mesmo escrever uma continuação, ou foi só uma palinha para matar saudades dos seus bebes literários?

 CR:Não foi, não. Estou trabalhando mesmo na sequência que ainda não tem título, nem data para ficar pronto, por enquanto ficou como Perdida 2 mesmo rsrs. Eu tinha que escrever ou a Sofia não ia me deixar em paz. Meus personagens são muitos reais pra mim, como amigos imaginários. Imagine então sua amiga imaginária, vestida com roupas do século 19 e All Star vermelho, com os cabelos eriçados, que fala sem parar, aparecendo de madrugada para atazanar você para que escreva mais sobre ela. É assim que a Sofia age comigo. 

AA)    Quais são seus outros projetos?

 CR: Além da sequência de Perdida que já está em andamento, estou mega-ansiosa para concluir o No Mundo da Luna, que vai contar a história de uma jornalista recém-formada e atrapalhada que o mais perto que chegou de uma revista foi a recepção e, mais tarde, numa situação bastante curiosa, acaba assumindo a coluna do horóscopo sem saber nado sobre astrologia e a vida dela fica de cabeça pra baixo.

Tenho praticamente pronto um projeto um pouco diferente – meio que um conto de fadas para meninas grandes rsrs – que, por enquanto eu chamo de Luz na Escuridão, e tem de tudo um pouco: uma princesa, um guerreiro irlandês ultra sexy, uma bruxa boa e outra má, uma maldição celta e um amor verdadeiro pra complicar um pouco as coisas.

Outro ainda sem título definido é Mil Acasos, a história da Mel, que tinha a vida que pediu a Deus até que ela morre (bom, ela não morre realmente, está bem viva, mas… é uma longa história rsrs).

 AA)     Vi que em breve teremos o lançamento de ‘’Procura-se um Marido’’ pela editora Verus, conte-nos um pouco sobre a diferença entre escrever ‘’Perdida’’ e ‘’Procura-se um Marido’’(se continuar assim vai virar a autora dos livros que só começam com ‘’P’’!)

 CR: Hahahaha Eu também já pensei nisso. A autora dos Ps e das capas dos tênis rsrs.

Estou muito feliz com o novo livro. Procura-se um Marido, que sai em 19 de outubro, é um trabalho que me deixa super orgulhosa. É um livro rápido, com aquela pitada de magia que eu adoro e romance na medida certa. Ficou do jeitinho que eu queria. Foi extremamente divertido e fácil escrevê-lo, talvez porque dessa vez eu soubesse o que estava fazendo. Eu me apaixonei perdidamente pela Alicia, por isso corri para terminar logo e saber o final da história dela. Espero que os leitores se apaixonem por ela também.

Já Perdida foi mais no susto, sabe? Eu não sabia o que estava fazendo, nem que estava escrevendo um livro. Acho que a pessoa que ficou mais surpresa quando soube que eu tinha escrito um livro foi eu mesma.

 AA)            ‘’Perdida’’ se passa em uma cidade desconhecida e há 200 anos! De onde surgiu a ideia de não localizar a historia geograficamente?

 CR: Eu não nomeei a cidade porque queria que cada leitor imaginasse aquilo que já conhece (o mesmo acontece com Procura-se um Marido e diversos outros projetos em que a localização é irrelevante para a trama). Eu gosto de dar essa liberdade para o leitor criar seu próprio mundo.

 AA)E como foi fazer a pesquisa histórica para escrever o livro? Foi fácil achar as informações que precisava?

 CR: Nossa, foi muito complicado. Eu queria contar a história do ponto de vista da Sofia (um ponto de vista feminino, que é sempre minimalista) e, caramba, foi uma novela conseguir juntar todas as informações que eu precisava. Mas pra ser sincera, pesquisar é uma das minhas partes favoritas.

 AA) Que dicas você dá para os autores iniciantes e para quem ainda nem começou, mas já foi mordido por uma ideia?

 CR: Bom, eu não tenho tanta experiência assim, então vou dizer o que aprendi até agora. Muito BNC (bunda na cadeira) em primeiro lugar. Um bocado de disciplina para ler e reler, editar e reeditar, exaustivamente o trabalho. Não ter medo de como vai ficar seu texto porque citando Nora Roberts, uma das maiores escritoras da atualidade, “só não dá para editar uma página em branco”. Pegar leve nas críticas porque o pior crítico de um autor é ele mesmo.

Depois, muita paciência e determinação quando enviar o texto para as editoras. “Não” é a palavra que você mais vai ouvir, mas não esqueça que basta apenas um solitário “sim” para mudar tudo.

AA)  Fale um pouquinho do seu processo de escrita de modo geral. Você escreve de dia? De noite? Ouvindo música? No silencio total?

CR: Ah, eu escrevo sempre que consigo um tempinho, a qualquer hora do dia ou da noite. A tarde é meu período mais produtivo, mas amo escrever na paz da madrugada (sabe como é… o telefone não toca, ninguém acordado, só eu e meu computador). Uso muita música para escrever, acho uma ótima ferramenta para destravar as ideias e um condutor excelente para transmitir emoção ao texto.

 AA)    O que você sempre quis que te perguntassem em uma entrevista, mas nunca te perguntaram? E qual seria resposta dessa pergunta?

 CR: A pergunta seria: Quando você sentiu que era uma escritora de verdade pela primeira vez?

E a resposta: Foi na Bienal do Livro de SP, no mês passado. Eu estava morrendo de medo de que ninguém fosse aparecer. Mas apareceram centenas de pessoas e foi maravilhoso! Uma das melhores experiências que já vivi. Teve uma fila quilométrica, as pessoas me chamando de Carina Rissi (igual fazem com gente famosa, sabe? Em vez de me chamar de Carina ou Cá como estou acostumada), algumas meninas se emocionaram ao falar comigo e, enquanto eu via os olhinhos brilhando, me dei conta de que eu era sim uma autora. Que muitas daquelas pessoas já tinham lido Perdida e gostaram tanto a ponto de se submeteram a ficar numa fila de mais de duas horas só para falar comigo, tirar uma foto ou pegar um autógrafo. Nem sei se mereço tanto carinho, viu? Foi absurdamente maravilhoso e surreal, uma experiência incrível que eu jamais vou esquecer.

 AA)            Quais são os autores que te inspiram? E quais são seus livros favoritos?

 CR: Jane Austen é minha diva absoluta. Toda vez que leio algo dela quero escrever alguma coisa. Ela faz parecer tão fácil! rsrs

Marian Keyes, Meg Cabot, Sophie Kinsella, Marcello Rubens Paiva são autores que eu admiro e que têm grande influência em minha escrita. Meu livro favorito é Orgulho e Preconceito da Jane, seguido de pertinho por Tem Alguém aí?, da Marian Keyes.

AA)            O que você acha do apoio que os blogs dão a sua escrita? Mesmo com algumas resenhas negativas (que eu até agora não achei nenhuma) você acha válido esse tipo de divulgação e as críticas construtivas?

 CR: É importantíssimo! Foi graças à ajuda dos blogs que eu consegui me destacar, ser aceita e lida. Eu tenho uma dívida eterna de gratidão com esses blogs literários por tudo que fizeram e fazem por mim. Sem esses blogueiros e blogueiras maravilhosos eu não seria nada. =)

Gostaria de agradecer enormemente a Aline, do blog Vício de Menina, sem a ajuda dela, eu jamais teria conseguido fazer essa entrevista e deixar ela tão boa quanto ficou! Agradeço também a Carina Rissi, por ter dedicado sua atenção a essa Garota do Casaco Roxo que vos fala!

 Leia também minhas resenhas para os outros livros da Carina: Encantada, Destinado, No Mundo da Luna e Mentira Perfeita. 

Beijoos, A Garota do Casaco Roxo

19 comentários sobre “Entrevista com Carina Rissi

  1. Natália Marques 1 de outubro de 2012 / 11:28

    Que entrevista maravilhosa! Carina Rissi parece ser um amor de pessoa e preciso desesperadamente dos livros dela! Adorei, Amanda!

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    • Amanda Ariela 1 de outubro de 2012 / 12:43

      E ela é!!! Acho que você vai adorar Perdida, Nat! Lê assim que puder, viu? Hahahaha

      Beijos e obrigada por comentar!

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  2. Ceile 1 de outubro de 2012 / 14:44

    Que entrevista linda, Amanda!!!

    Sério, até me arrepiei quando ela “falou” de estar na Bienal e as leitoras a chamando de Carina Rissi! Deve ser muito emocionante *-*

    E, cara, quantos livros ela escreveu! Me deu vontade de continuar os 3 que já comecei hahahahaha.

    Beijos!

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    • Amanda Ariela 1 de outubro de 2012 / 14:54

      lindo demais! hahaha Pra ver se ver que até contando coisas ela consegue deixar arrepiada! Imagina isso num livro?

      E deve arrepiar mesmo!

      Verdade! Ela escreve demais mesmo, nao conhecia todas essas historias!

      beijos e obrigada por comentar!

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  3. Thais Feliciano 30 de março de 2013 / 02:48

    Amei!!!

    super indico, que Sofia pertube mto a Karina pra terminar o segundo..

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  4. Andressa Rosa 2 de julho de 2013 / 19:55

    Eu afirmo: sempre tive um certo preconceito com livros brasileiros, mas fui perdendo com a chegada de Dragões de Eter, sempre li fics e talz. Só que, como não amar “Perdida”? É uma historia tão doce e engraçada. (Cheguei chorar de tanto rir na cena que ela conhece a “casinha”). Eu não conhecia a Carina, mas ela realmente parece uma ótima pessoa. Parabéns pela entrevista.

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    • Amanda Ariela 5 de julho de 2013 / 10:08

      Eu nunca tive esse preconceito assim, mas acho compreensível. ´´Perdida´´ é incrível mesmo e é o tipo de livro que todo mundo que adora um bom romance deveria ler! Estou super feliz com o relançamento do livro por uma editora maior, já que agora eu vou poder recomendar ele para todo mundo! hiihihihhihihihi

      Fico feliz que tenha gostado da entrevista! Me senti honrada em ter a oportunidade de fazê-la!

      Beijos e obrigada por comentar,

      Amanda

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  5. amanda 1 de outubro de 2013 / 06:46

    Ela e super querida!! Amei a entrevista!! Acabei de ler perdida e estou com saudades de Ian e Sofia 😦 !!!

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    • Amanda Ariela 1 de outubro de 2013 / 11:33

      Aiii, sei como é! 😦

      A Carina é uma fofa mesmi! Leia o “Procura-se um Marido” não vai matar a saudades de Ian e Sophia, mas é um casal tão fofo quanto! Hihihi

      Beijos e obrigada por comentar!

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